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InfoGripe: incidência e mortalidade de VSR em crianças pequenas se mantêm altas


11/07/2024

Regina Castro (Agência Fiocruz de Notícias)

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O novo Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (11/7), informa que a circulação do vírus sincicial respiratório (VSR) se mantém em valores expressivos de incidência e mortalidade por Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) nas crianças pequenas. A análise destaca também que a mortalidade da SRAG nas últimas oito semanas foi semelhante na faixa infantil de 0 a 2 anos e em idosos.  Na população idosa se destacam as mortes por SRAG associadas ao vírus da gripe, à influenza A e à Covid-19. A atualização chama atenção ainda que seis unidades da Federação apresentam sinal de aumento do número de casos de SRAG na tendência de longo prazo - Amapá, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Roraima e São Paulo. Mas já é possível observar uma estabilização ou interrupção do crescimento do número de casos de VSR e influenza A em alguns estados do Centro-Sul.

A análise mostra que ainda se verifica uma manutenção do crescimento de casos dos vírus influenza, VSR e rinovírus na maioria dos estados do Sudeste, como Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. Alguns estados do Norte também apresentam manutenção do aumento dos casos de VSR e rinovírus em crianças pequenas. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 27, período de 30 de junho a 6 julho, a análise tem como base os dados inseridos no Sivep-Gripe até 6 de julho.

O rinovírus é outro vírus respiratório preocupante na incidência de SRAG nas crianças, reforça a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe, Tatiana Portella. A especialista destaca ainda que a  Covid-19 tem se mantido em patamares baixos quando comparada com seu histórico de circulação. No entanto, o vírus tem sido a principal causa de internação por SRAG entre os idosos do Amazonas, Ceará e Piauí nas últimas semanas. Além disso, alguns estados do Norte e Nordeste têm apresentado uma ligeira atividade da Covid-19.

"No cenário nacional, há sinal de queda na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de estabilidade na tendência de curto prazo (últimas três semanas) nos casos de SRAG. A diminuição da SRAG no agregado nacional se deve a uma queda ou interrupção no crescimento das SRAG por VSR e influenza A em muitos estados, embora ainda estejam em ascensão em outros”, observa a pesquisadora.

“Nessa última atualização do InfoGripe observamos sinal de estabilização das novas internações por Síndrome Respiratória Aguda  em muitos estados do Centro-Sul, embora ainda verificamos crescimento da  manutenção de estabilização na maioria da região Sudeste. Então, aquele aumento das hospitalizações por influenza e VRS na região Centro-Sul, que o InfoGripe vinha alertando nas últimas semanas, começa a dar sinais de estabilização e interrupção. No entanto, ainda vemos aumento de casos desse vírus, junto com o rinovírus, em muitos estados do Sudeste. Além disso, ainda observamos crescimento dos casos de VSR e rinovírus em alguns estados do Norte, como Roraima e Amapá, sobre os quais havíamos alertado nas últimas edições do InfoGripe. Neste novo Boletim se observa um início de crescimento de casos no Pará. Em relação à Covid-19, chamamos atenção para uma leve atividade do vírus  no Norte e Nordeste, com especial destaque para o Amazonas, Ceará e Piauí, onde a maioria das internações por SRAG em idosos nas últimas semanas foi causado por Covid-19", relata Tatiana.

Com base na atual análise, a especialista reforça a importância da vacinação no país contra a Covid-19. E reforça para a importância de que todas as pessoas do grupo de risco estejam imunizadas contra a doença em caso de contaminação, assim como também em caso de um possível cenário de aumento sustentado da circulação da Covid-19. Além disso, a importância da vacinação contra a influenza, já que o vírus ainda circula de forma expressiva em algumas regiões do país.

A Covid-19 tem se mantido em patamares baixos quando comparada com seu histórico de circulação. Porém, o vírus tem sido a principal causa de internação por SRAG entre os idosos do Amazonas, Ceará e Piauí nas últimas semanas. Também alguns estados do Norte e Nordeste têm apresentado uma ligeira atividade da Covid-19. Diante desse quadro, a pesquisadora ressalta a importância de que os hospitais e as unidades sentinelas de síndrome gripal dessas regiões reforcem a atenção para qualquer sinal de aumento na circulação do vírus.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 21,5% para influenza A, 0,9% para influenza B, 40,5% para vírus sincicial respiratório e 7,3% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a prevalência entre os casos positivos foi de 43,2% para influenza A, 1,3% para influenza B, 17,7% para vírus sincicial respiratório e 21,4% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Resultados laboratoriais

Em nível nacional, o cenário  sugere que  há indícios  de  queda na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de estabilidade na tendência de curto prazo (últimas três  semanas). Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 93.160 casos de SRAG, sendo 45.404 (48,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 35.075 (37,7%) negativos, e ao menos 7.393 (7,9%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado. Dentre os casos positivos do ano corrente, 19,3% são de influenza A, 0,4% de influenza B, 45,1% de vírus sincicial respiratório e 19,3% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas a prevalência entre os casos positivos foi de 21,5% de influenza A, 0,9% de influenza B, 40,5% de vírus sincicial respiratório e 7,3% de Sars-CoV-2 (Covid-19).

Estados e Distrito Federal

Na presente atualização observa-se que 6 das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis  semanas) até a semana 27: Amapá,  Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Roraima e São Paulo. O novo Boletim aponta que 10 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento de SRAG tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 27: Belém (PA), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Macapá (AP), Maceió (AL), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES).
Óbitos

Quanto aos óbitos notificados por SRAG, independentemente de presença de febre, o estudo mostra que em 2024 foram registrados 5.755 óbitos, sendo 3.158 (54,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 2.095 (36,4%) negativos e ao menos 502 (8,7%) aguardando resultado laboratorial. Entre os positivos,  27,8% são de influenza A, 0,5% de influenza B, 10,2% de vírus sincicial respiratório e 55,7% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas a prevalência entre os casos positivos foi de 43,2% de influenza A, 1,3% de influenza B, 17,7% de vírus sincicial respiratório e 21,4% de Sars-CoV-2 (Covid-19).

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