07/05/2024
Luisa Picanço (VPEIC/Fiocruz)
Num ambiente descontraído, o pesquisador aposentado da Fiocruz e atualmente Professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Claudio Struchiner, um dos fundadores do Programa de Computação Científica (PROCC), foi homenageado por colegas, amigos, alunos e ex-alunos no dia 15 de maio na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp).
Na abertura, a assessora especial da vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), Maria Cristina Guilam, ao lado do coordenador do PROCC, Ernesto Caffarena e da pesquisadora do programa responsável pelo evento, Cláudia Codeço, deram as boas-vindas aos mais de 50 participantes e ao homenageado.
Da esquerda para a direita: Oswaldo G. Cruz, Ronaldo Ismério, Claudio Struchiner, Carlos Morel e Flávio Toledo. Foto: Peter Ilicciev/Fiocruz.
Em seguida, numa roda de conversa, o coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS) e ex-presidente da Fiocruz , Carlos Morel, p tecnologista sênior do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e ex-gerente do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Flavio Toledo, o pesquisador do PROCC, Oswaldo G. Cruz, e o pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), Ronaldo Ismério, juntaram-se a Claudio Struchiner para compartilharem momentos marcantes da história da Fiocruz e da História da Computação Científica na Fundação, em seus momentos de transição tecnológica e chegada da Internet ao país.
Durante o evento híbrido, os palestrantes lembraram momentos marcantes da Fiocruz e do Rio de Janeiro, incluindo casos do Programa de Computação Científica da Fiocruz. Claudio falou sobre sua atuação na Fiocruz desde os anos 1980 e 1990 e sua preocupação em sistematizar a computação científica da Fundação para integração dessa na rede mundial de computadores que na época se consolidava. Ele também abordou o processo de criação do PROCC e como esse sempre foi concebido como um espaço horizontal de pesquisa, inovação, educação e livre pensamento.
Claudio Struchiner durante a roda de conversa. Foto: Peter Ilicciev/Fiocruz.
Flavio Toledo destacou a importância da articulação interinstitucional na criação do que hoje é conhecido como o PROCC. "A aproximação da Fiocruz com o LNCC foi intensificada na gestão de Morel. E surgiu o que seria um pequeno LNCC, que hoje é o PROCC."
"Eu era presidente na época e assinei o documento para podermos obter toda a infraestrutura necessária e convenci Claudio a voltar", contou Carlos Morel. Ele explicou que, na época, Claudio havia deixado a Fiocruz, mas o presidente da Fiocruz reconhecia o quanto a área de computação científica seria importante para a infraestrutura da instituição.
“Quando criamos o PROCC na Fiocruz, fizemos algo inédito”, disse Claudio. Naquele momento, o pesquisador foi ao Instituto de Biofísica da UFRJ para criar com a universidade um sistema mais robusto de computação no Rio de Janeiro. “Foi quando conheci Ernesto, que fazia o Pós-doutorado na UFRJ”, falou Struchiner.
"Em maio de 1995, lançamos o PROCC. Foi um período de imensa riqueza, inclusive para a futura rede Fiocruz", disse Ronaldo Ismério. Atualmente, o programa tem 29 anos. “E hoje o Ernesto é o coordenador do PROCC”, destacou Ronaldo.
Integrantes do Programa de Computação Científica da Fiocruz durante o evento. Foto: Luisa Picanço/Fiocruz.
O pesquisador da Ensp, Arlindo Fábio Gómez de Sousa, que estava online durante o evento, também falou sobre a história do PROCC. "Não faltaram dificuldades e dúvidas. O trabalho de Claudio foi inclusive um elemento apaziguador do ponto de vista político. Hoje enfrentamos o desafio da inteligência artificial como continuação da inovação dentro da Fiocruz e do próprio PROCC” comentou Arlindo.
Em seguida, o grupo abriu a discussão para um debate em que foi levantada a importância da participação feminina no PROCC. A pesquisadora Marília Sá Carvalho comentou: “Bom, vou fazer uma provocação. Por que só tem homens na mesa? Atualmente temos algumas mulheres no PROCC, como a Cláudia Codeço, a Alexandra Almeida e eu.” Ela explicou que é preciso incentivar a participação de mais mulheres e que o programa pode motivar mais mulheres a trabalharem na área de computação científica.
Por fim, o grupo que trabalha atualmente no PROCC se reuniu na frente da sala para entregar a Claudio Struchiner uma placa de homenagem em nome da Fundação em reconhecimento por todo o trabalho dedicado ao longo dos anos à pesquisa e ensino na Fundação e em particular pelo legado acadêmico criado no Programa de Computação Científica.
Integrantes do PROCC entregam placa de homenagem para Claudio. Foto: Luisa Picanço/Fiocruz.