26/09/2022
Fiocruz Rondônia
Em recente capacitação sobre o diagnóstico de leishmaniose tegumentar e atendimento ao paciente, foram atendidos em Porto Velho profissionais da saúde de Belize (país localizado na costa leste da América Central). Os participantes puderam acompanhar, na prática, todas as fases do atendimento aos pacientes previamente agendados, desde a recepção e consulta realizadas no ambulatório de dermatologia do Hospital do Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) pelo médico infectologista; o encaminhamento à sala de coleta de amostras do material (lesões desses pacientes); a parte laboratorial; e o diagnóstico parasitológico e indicação ao tratamento adequado pela equipe médica. A capacitação em diagnóstico de leishmaniose tegumentar e atendimento ao paciente ocorreu por meio de uma colaboração entre o Cemetron e a Fiocruz Rondônia.
Considerada área endêmica para leishmaniose, Rondônia registra em média mil casos anuais da doença, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan/Ministério da Saúde).
De acordo com o Laboratório de Epidemiologia Genética da Fiocruz Rondônia, só em 2021 foram analisados cerca de 200 casos suspeitos, atendidos no Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Hospital Cemetron), em Porto Velho e, destes, cerca de 100 tiveram o resultado positivo para a presença de DNA de leishmania (parasita causador da doença).
Dados mais recentes disponibilizados pelo Cemetron, que é referência no atendimento a pacientes com leishmaniose, apontam que de agosto de 2021 a agosto de 2022 foram feitas 262 notificações de pacientes suspeitos, sendo que 96 amostras foram consideradas positivas para leishmania. Situação que evidencia a necessidade de um olhar mais cuidadoso por parte de gestores públicos para a conformação de medidas que possam combater o surgimento de novos casos e a conscientização da população em relação ao diagnóstico e importância do acompanhamento especializado.
Por ser uma região com concentração de casos e disponibilizar atendimento diferenciado aos pacientes, contando ainda com a expertise de profissionais habilitados além da atuação de pesquisadores voltados à compreensão da doença na região, com linhas de pesquisa focadas no tema e estrutura laboratorial de alta performance a Fiocruz Rondônia tornou-se um polo receptor para treinamento de profissionais de diferentes regiões. Parceria que vem se consolidando com o Laboratório de Pesquisa em Leishmanioses (LPL) do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), com sede na cidade do Rio de Janeiro, referência para a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).