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Dia Nacional da Saúde: filme ‘Saúde tem cura’ é tema de debate na Fiocruz


05/08/2022

David Barbosa (CCS)

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Como parte das celebrações pelo Dia Nacional da Saúde e os 150 anos de Oswaldo Cruz, a Fiocruz promoveu nesta quinta-feira (4/8) a exibição do filme “Saúde tem cura”, de Silvio Tendler, no auditório de Bio-Manguinhos. Após a sessão, um debate sobre o documentário e a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) reuniu Tendler, a diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, e o presidente do Instituto de Direito Sanitário Aplicado, Nelson Rodrigues dos Santos. Moderado pelo diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), Marco Menezes, o evento foi transmitido pelo YouTube e está disponível no canal da Fiocruz

O longa-metragem conta a história da saúde coletiva no Brasil, desde o período colonial — quando o atendimento médico era um luxo para poucos — até os dias atuais. Com 1 hora e meia de duração, a obra relembra os esforços empreendidos por movimentos sociais e profissionais da saúde ao longo do século XX, culminando na criação do SUS na década de 1980.

O filme mescla arquivos de entrevistas com nomes fundamentais da reforma sanitária brasileira, como Sônia Fleury e Eleutério Rodríguez Neto, vídeos atuais de personalidades como a sanitarista Lúcia Souto e o médico Drauzio Varella, e depoimentos de usuários do SUS. Além disso, também compara o sistema de saúde brasileiro aos de outros países, por meio de entrevistas com especialistas como o professor John McDonough, da Universidade de Harvard.

O debate foi iniciado com uma saudação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, que destacou a importância de se conhecer o percurso de criação do SUS e seu impacto no país: “O filme faz uma atualização, trazendo falas de jovens e pessoas que não estavam na campanha (de criação do SUS). Essa é uma história para ser apropriada por nossa sociedade. Não é uma história apenas dos pioneiros.” 

Partindo do título do filme, a diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, reforçou a necessidade de mudanças por parte de todos os cidadãos que desejam construir um país melhor: “Assumir que a saúde tem cura é assumir que o Brasil tem cura. Mas, para afirmarmos isso, temos que olhar de outro jeito. O que vamos fazer de diferente? É preciso lembrar o que a gente também faz de errado: a gente escorraça, passa na frente, puxa para si privilégios…”

Os avanços trazidos pelo Sistema Único de Saúde foram o tema da fala do presidente do Instituto de Direito Sanitário Aplicado, Nelson Rodrigues dos Santos. Ele relembrou a dificuldade de se pagar por planos de saúde privados: “Antes do SUS, quase metade da população brasileira não tinha a possibilidade de cobertura em questões relativas à saúde. Já em sua primeira década de existência, ele pôs para dentro dos hospitais essa primeira metade. Temos experiências em municípios que são comoventes e nos mostram que o SUS pode dar certo em sua integralidade.”

O cineasta Silvio Tendler encerrou o encontro destacando a importância de acreditar em dias melhores: “A palavra utopia é fundamental. Se a gente não tiver um sonho de futuro, não vale a pena viver. Eu sempre cito o jornalista Walter Veltroni, que diz que o passado pode ser confortável, mas o único lugar que nós temos para nos refugiarmos é o futuro.”

 

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