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Presidente da Fiocruz é homenageada com a Medalha Tiradentes


25/11/2021

Ciro Oiticica/Agência Fiocruz de Notícias

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A presidente Nísia Trindade Lima recebeu na última sexta-feira (19/11) a Medalha Tiradentes, maior honraria do estado do Rio de Janeiro (Alerj). A deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB), responsável pela indicação de Nísia, conduziu a cerimônia no novo plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. “Tenho a certeza de que todos os demais deputados gostariam de estar em meu lugar agora”, disse a deputada. “É um privilégio para mim realizar a entrega da medalha a uma das mulheres de maior destaque na Ciência e que se agigantou nos dois últimos anos”. Enfermeira Rejane ainda lembrou que essa era a primeira Medalha Tiradentes a ser entregue na nova sede da Alerj.

Compuseram a mesa da cerimônia Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde, Carlos Frederico Rocha, vice-reitor da UFRJ, Jandira Feghalli, deputada federal (PCdoB/RJ), Alexandre Chieppe, secretário de estado de Saúde, e Mychelle Alves Monteiro, presidente da Asfoc-SN. O secretário municipal de Saúde elogiou a escolha de Nísia para receber a medalha: “essa homenagem não poderia ter vindo em melhor momento, em reconhecimento por todo o seu trabalho. Num período tão difícil e doloroso, ela esteve no lugar certo”. O vice-reitor da UFRJ, Carlos Frederico Rocha, valorizou o trabalho histórico da Fiocruz, segundo ele, fundamental para a confiança que a população brasileira deposita hoje nas instituições de saúde. “A Fiocruz representa a luta pela vida constante e centenária de sanitaristas”, disse. E agradeceu à Fiocruz pela vacina AstraZeneca: “tenho um pouquinho de vocês dentro de mim, porque eu tomei essa vacina”. 

A deputada federal Jandira Feghalli também celebrou a homenagem. “A medalha se engrandece quando homenageadas têm densidade e força como a Nísia”, defendeu. Disse ainda que seu exemplo é uma conquista de todas as mulheres diante da vigilância que sofrem quando ocupam cargos da função pública. “Será que dá certo, tem condição?”, representou a deputada, em alusão aos questionamentos. “Não só dá, como dá muito certo”, concluiu.

Foi então a vez de Alexandre Chieppe parabenizar a homenageada. “Além da competência reconhecida por todas, as características que sempre me chamaram a atenção na presidente Nísia foram sua simplicidade e gentileza no trato com as pessoas e nos atos”, descreveu. “Essas características contaminam os demais colegas  e contribuem para o fato de a Fiocruz ter estado sempre à disposição da Secretaria de Estado da Saúde quando solicitada”. A presidente do sindicato nacional da Associação de Funcionários da Fiocruz (Asfoc-sn), Mychelle Alves, agradeceu a Nísia por representar tão bem as mulheres. Ela ainda destacou o fato de Nísia ser socióloga: “são as Ciências Sociais no campo duro das Ciências”. Isso contribuiria, de acordo com Alves, para o enfrentamento dos Determinantes Sociais da Saúde, o que poderia contribuir para superar “o passivo histórico que nos distancia da civilização e do papel que poderíamos ter no mundo”. Para finalizar, ela afirmou que “homenagear Nísia é homenagear o feminino, o cuidar do trabalho sem perder o afeto”. E emendou: “Essa medalha é sua e de todas nós”. 

A presidente Nísia Trindade Lima assumiu então a palavra. Em seu discurso, ela destacou o trabalho das diferentes instituições de Estado. “Vejo a homenagem como o reconhecimento da resposta de tantas instituições à pandemia: a própria Alerj, universidades públicas, representadas aqui pela UFRJ, academias nacionais, como a Academia Nacional de Medicina, FAPERJ, Academia Brasileira de Ciências e tantas outras”, disse. Ela também saudou a presença dos colegas de Fiocruz que compõem o Conselho Deliberativo e a da família e de amigos. Uma menção especial foi feita aos cientistas Akira Homma, pesquisador emérito e ex-presidente da Fiocruz, e Arlindo Fábio Gomez, professor emérito também da Fiocruz, a quem Nísia considera grandes inspirações. 

Ao final, a presidente citou versos do Romanceiro da Inconfidência, em referência a Tiradentes, que dá nome à medalha, para refletir sobre o conceito de liberdade e sobre os caminhos futuros que se darão ao país. “Quando a liberdade é mobilizada para justificar a recusa da vacinação, precisamos afirmar que ela envolve respeito ao outro, em um sentido democrático”, defendeu. “Por esse entendimento, precisamos unir esforços para um projeto de país que priorize ciência, saúde e educação, e que precisa ser construído a partir de agora”, afirmou. Por fim, ela acrescentou que os versos do Romanceiro nos indagariam sobre a alma que queremos pôr em um projeto de futuro. “Esse projeto precisa unir ciência, saúde e democracia, não num retorno à antiga normalidade, mas num novo momento que implique soberania, autonomia e cidadania para todos”, concluiu. 
 

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