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Novo mestrado profissional em Controle e Vigilância de Vetores


03/11/2016

Por: Lucas Rocha (IOC/Fiocruz)*

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A vigilância e o controle de doenças transmitidas por vetores, como dengue, malária e leishmaniose, ganharão reforço com uma nova iniciativa do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) acaba de aprovar o curso de Mestrado Profissional Stricto sensu em Controle e Vigilância de Vetores de Doenças do Instituto. A capacitação tem o objetivo de contribuir para ampliar o leque de conhecimento de gestores e profissionais de saúde que atuam no controle e vigilância de insetos, moluscos e carrapatos. O curso é voltado para graduados em veterinária, biologia, biomedicina e áreas afins. O início das atividades da primeira turma está previsto para o segundo semestre de 2017.

“A estruturação do curso responde a uma demanda que tem origem na Presidência da Fiocruz e que atende a uma necessidade nacional de formação de profissionais especializados na área de vetores”, ressalta Wilson Savino, diretor do IOC. A proposta de criação do novo curso foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do Instituto (CD-IOC), em reunião do dia 20/4. A vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Elisa Cupolillo, destaca que a iniciativa amplia o quadro do Ensino do Instituto, que passará a contar com sete Programas de Pós-graduação Stricto sensu. “O desenvolvimento do novo curso está alinhado à missão do IOC de formação e capacitação de recursos humanos para a solução de problemas críticos de saúde do país. Estamos dando um passo que fortalece a relação do Instituto com a sociedade como um todo”, avalia Elisa.

Segundo o coordenador adjunto de Pós-graduação da Fiocruz, Milton Ozório, a proposta de um novo curso busca preencher lacunas na formação de profissionais que atuam na área da entomologia e malacologia médica. “Levantamentos da Vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz mostraram a necessidade de ampliar a capacitação de um público amplo de profissionais e gestores. A iniciativa deve priorizar a atualização em conhecimentos sobre a biologia de vetores e novas formas de diagnóstico”, afirma Milton.

Formações variadas
A capacitação reunirá temas pertinentes à vigilância e controle vetorial. As ações de vigilância permitem a recomendação de medidas de prevenção e controle de doenças. Já as estratégias de controle vetorial, que pode ser biológico, mecânico ou ambiental e químico, têm por objetivo controlar transmissores de patógenos causadores de doenças – como é o caso do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, Zika e chikungunya. De acordo com o coordenador do curso, Fernando Genta, as disciplinas serão ministradas por professores especializados em diferentes áreas da entomologia, incluindo temas sobre taxonomia, fisiologia e controle, além de tópicos sobre diagnóstico molecular e modelagem matemática. “Vamos discutir sobre o funcionamento e a eficácia das mais modernas tecnologias disponíveis para a realização do controle vetorial, como o uso da bactéria Wolbachia e dos mosquitos transgênicos no combate ao Aedes aegypti, por exemplo. Além de abordar a importância do uso correto de ferramentas de controle químico, como inseticidas”, destaca Genta, pesquisador do Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos do IOC. Os alunos terão o prazo limite de dois anos para concluir a formação.

Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pedro Lagerblad de Oliveira será responsável por uma das disciplinas oferecidas. “A compreensão dos fenômenos da fisiologia e da biologia dos insetos, como o seu comportamento diante da necessidade de ingestão de sangue, por exemplo, é importante para a formulação de armadilhas e repelentes. As disciplinas do curso, em geral, vão oferecer conhecimentos que baseiam métodos de controle, de localização, de análise e de reconhecimento epidemiológico”, explica Pedro.

Sobre o processo de criação de um curso
A avaliação da Capes é um passo fundamental para a abertura de novos cursos de pós-graduação no Brasil. O resultado das avaliações das propostas enviadas por instituições de ensino e pesquisa de todo o país foi divulgado pela Capes após a 166ª Reunião do Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES), realizada entre os dias 26 e 30/9, em Brasília. A partir deste parecer, cabe ao Conselho Nacional de Educação (CNE) autorizar e reconhecer os novos cursos. O processo é finalizado com a homologação do Ministério da Educação, conforme o estabelecido pela legislação vigente.

Edição: Raquel Aguiar

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