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Fiocruz promove iniciativa para divulgação e popularização da ciência

Nisia Trindade e Paulo Elian

24/10/2017

Fonte: COC/Fiocruz

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“É muito importante que a população saiba a diferença que faz a ciência em um projeto de país autônomo e democrático”, afirmou a presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade Lima, ao participar da apresentação do Mapeamento de ações de divulgação e popularização da ciência na Fiocruz e do lançamento do Fórum Fiocruz de Divulgação e Popularização da Ciência, no auditório do Museu da Vida, em Manguinhos (RJ). Segundo Nísia, o tema é de fundamental importância no momento em que se discute a ciência sem cortes. Na ocasião, o assessor técnico de Divulgação Científica da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Diego Bevilaqua, apresentou o mapeamento. Segundo ele, o estudo teve como referência documentos realizados no Reino Unido, México, nos Estados Unidos e pela RedPop (Rede de Popularização da Ciência e Tecnologia na América Latina e no Caribe). A iniciativa foi feita a partir da distribuição de questionários on-line a profissionais da Fundação.

O evento contou com a participação de Silvania Sousa do Nascimento, da Diretoria de Divulgação Científica da Pró-reitora de Extensão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que trouxe a experiência de mapeamentos feito pela UFMG. Silvania ministrou a palestra Desafios da Divulgação Científica nas Instituições Universitárias, que teve a mediação do pesquisador Marcelo Pelajo, chefe do Laboratório de Patologia e curador da Coleção de Febre Amarela do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

A ideia do Fórum é que promova “a sinergia e a integração entre as diferentes ações e projetos desenvolvidos na Fiocruz, bem como um espaço para compartilhamento de experiências e reflexões a fim de apoiar eventos integrados como a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), além da formulação de propostas políticas”, escreveu o vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), Manoel Barral.

A mensagem de Barral foi lida pela coordenadora-geral de Pós-Graduação da Fiocruz, Maria Cristina Rodrigues Guilam. O Fórum será coordenado pela VPEIC, que deverá indicar o comitê executivo de acompanhamento. Mas, ainda será divulgado “o detalhamento de cronograma de reuniões, formas de participação e indicação de nomes”, acrescentou.

De acordo com o diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Paulo Elian, o mapeamento faz parte de um conjunto de ações para avançar na formulação de uma política de divulgação científica. Elian disse que a iniciativa está ancorada em princípios e valores, elementos conceituais e diretrizes a fim de articular a ampla e múltipla variedade de projetos e espaços institucionais da Fiocruz. “A COC está bastante empenhada nessa iniciativa”, frisou.

Ao lembrar que o 8º Congresso Interno da Fiocruz está pautado na visão da Fundação como instituição estratégica de Estado, Nísia Trindade Lima lembrou que a perspectiva de comunicar a ciência contribuiu para que a Fiocruz fosse escolhida para o Prêmio José Reis de Divulgação Cientifica em 2015. “Podemos melhorar a nossa forma de comunicar para a sociedade, não apenas na visão de uma transmissão, mas na perspectiva de um diálogo. Não se trata de ensinar ciência às pessoas, mas de dialogar a partir da contribuição da ciência para a sociedade”, destacou a presidente.

Mapeamento de iniciativas

O estudo avaliou as respostas contidas em 168 questionários distribuídos on-line em ampla divulgação à comunidade Fiocruz. Segundo Diego Bevilaqua, o mapeamento procurou fazer o retrato mais fiel do momento em que foi realizado. O documento constatou ações em quase todo as unidades, com destaque para a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz) com grande participação nesse campo da divulgação científica, sendo o Rio de Janeiro a região com maior concentração de atividades (representando 90% das ações). No entanto, houve registro em Minas Gerais (Instituto René Rachou/Fiocruz), Bahia (Instituto Gonçalo Moniz/Fiocruz) Pernambuco (Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz), Rondônia, Brasília e Mato Grosso do Sul. Para Diego, há muito espaço para se ampliar as ações de divulgação científica.

Quase metade (45%) das atividades das regionais tiveram parcerias externas (universidades, institutos e associações de moradores). De acordo com Diego Bevilaqua, isso potencializa a relação da Fiocruz com outras instituições. No entanto, falta maior relação interna entre as ações. O estudo indicou que metade das ações foi obtida com recursos captados externamente. Ele alertou que isso pode significar dependência, principalmente em momentos de diminuição de orçamentos externos. A solução seria a criação de uma política para garantir recursos às atividades, mas sem retirar o potencial desse tipo de financiamento. De acordo com o mapeamento, foram encontrados 42 grupos de pesquisa relacionados às atividades de divulgação científica na Fiocruz. Segundo Diego, a participação pode aumentar.

Em termos de categorias, foram distribuídas em produtos (virtuais e comunicações audiovisuais), ações educativas em suas várias naturezas, ações de relação com escolas, de formação, promoção da saúde e de educação não formal (ciência, ambiente e patrimônio). Outras categorias como exposições e coleções museológicas e ações de ciência cidadã e engajamento também foram incluídas. Diego explicou que se tratavam de iniciativas de pesquisa que buscavam trabalhar com a sociedade de forma a olhar o público como o próprio processo científico

Diversidade de ações

O Mapeamento de ações de divulgação e popularização da ciência mostrou a diversidade de ações. Ao apresentar o estudo, Diego Bevilaqua mostrou essa característica com alguns exemplos de ações desenvolvidas em três unidades: Casa de Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Cruz e Ensp. Na COC, o Museu da Vida concentra a maior parte das iniciativas, com exposições museológicas, publicações e ações de educação. Mas a unidade também participa com o blog da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos e a Semana Fluminense do Patrimônio, entre outras atividades. O estudo mostrou que o IOC apresenta maior distribuição entre as diversas categorias, sem identificar concentração em nenhuma área específica: publicações, sites, exposições, vídeo-aulas, e-books, Museu da Patologia, ações na Sala Costa Lima (coleção entomológica) e com escolas, além do mapeamento participativo da qualidade da água, entre outros. No caso da Ensp, as ações se concentram em produtos e ações relacionados à promoção da saúde, como a publicação da revista Radis, os Cadernos de Saúde Pública e o Laboratório Territorial de Manguinhos.

 

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