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Minas: pesquisa cria ações para prevenir leishmaniose em comunidade indígena

Foto de crianças brincando em área rural

04/09/2014

Fonte: Fiocruz Minas

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No período de junho de 2008 a dezembro de 2011, um amplo estudo sobre a leishmaniose tegumentar foi realizado na Terra Indígena Xakriabá, abordando aspectos relacionados ao parasito, aos reservatórios, aos vetores e à doença humana, para avaliar os fatores de risco associados à aquisição da infecção e ao desenvolvimento da doença. A Terra Indígena Xakriabá, localizada no norte de Minas Gerais, foi escolhida para o estudo, principalmente, em função do interesse dos próprios indígenas. Essa vontade foi manifestada em reuniões prévias com Célia Gontijo, Patrícia Quaresma, Elizabeth Moreno e Janaina Freire, membros do grupo de pesquisas do Centro de Pesquisas René Rachou/Fiocruz Minas, lideranças indígenas, representantes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e das instituições do município onde se localiza a reserva.

Segundo os pesquisadores, a importância da leishmaniose tegumentar como problema de saúde pública entre os índios da Terra Indígena Xakriabá reside não apenas na sua elevada incidência, como também nos transtornos que ela vem ocasionando à vida dos indivíduos afetados. O estudo seccional realizado em 2008 em duas aldeias comprovou a alta prevalência dos casos clínicos (8%), como também da infecção assintomática (19%).

Desde a sua implantação, o projeto colaborou com ações visando a melhoria do diagnóstico e tratamento. Esta intervenção contribuiu para a detecção mais rápida e segura dos casos, uma vez que os métodos utilizados forneceram a confirmação parasitológica da infecção. Além da melhoria no diagnóstico, o encaminhamento dos casos para tratamento aconteceu de forma mais acelerada, com acompanhamento feito por um clínico, incluindo também exames laboratoriais recomendados pelo Ministério da Saúde (MS, 2007).

O projeto ainda foi responsável por desenvolver e implementar junto aos gestores municipais e profissionais de saúde do município um Protocolo para Abordagem dos Portadores de Leishmaniose Tegumentar Americana de São João das Missões, Minas Gerais e estabelecer os fluxos de referência e contra-referência dos pacientes, com o objetivo de promover a humanização da assistência aos portadores da doença deste município. Também foi desenvolvida, com a participação de membros da comunidade, especialmente os professores indígenas, uma cartilha Leishmaniose Tegumentar: Controle e Prevenção na Terra Indígena Xakriabá que será utilizada como instrumento de educação para prevenção e controle da leishmaniose tegumentar. Saiba mais.

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