22/06/2016
Fonte:Informe Ensp
Em julho, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), por intermédio de uma parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Grupo Conexão G de Cidadania LGBT de Favelas, iniciará projeto de extensão pioneiro, no qual seus discentes e da UFRJ poderão fazer estágio docente ministrando aulas no Prepara, Nem! - curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) destinado à população LGBT moradora de favelas do Rio de Janeiro. As aulas gratuitas serão realizadas nas dependências da Ensp, e as alunas do curso usarão crachás com seus nomes sociais. “Com essa ação, pessoas Trans, Travestis, Lésbicas, Gays e Bissexuais em situação de vulnerabilidade social, estudarão em uma das maiores e melhores instituições de Saúde Pública da América Latina. Assim, a Ensp mostra todo seu pioneirismo ao abrir as portas para lutar contra o preconceito existente em nossa sociedade”, disse Monica Malta, pesquisadora da Escola, coordenadora de uma nova pesquisa na área e entusiasta do projeto.
Segundo Monica, o curso surgiu a partir da demanda feita por lideranças e representantes de ONGs que participam da Pesquisa Divas - Diversidade e Valorização da Saúde, projeto nacional que irá abordar mulheres transexuais e travestis brasileiras, coordenado por ela. Tal solicitação foi encaminhada ao diretor da Ensp, Hermano Castro, que prontamente ofereceu todo apoio institucional. Para o curso, com início previsto para o começo do mês de julho, os participantes terão crachá com nome social, receberão auxílio para passagem e serão recebidos sempre com lanche preparado pela equipe do projeto. Os professores serão alunos das duas instituições com interesse em fazer estágio docente como professores do Prepara, Nem!.
“Diante do apoio institucional da Ensp, foi desenvolvido e apresentado o Plano de Sensibilização, Acolhimento e Respeito à População LGBT da Ensp para cerca de 80 funcionários da área de infraestrutura (recepcionistas, telefonistas, porteiros, ascensoristas, equipe de manutenção e profissionais de limpeza). No encontro, realizado em 6/6, foram abordadas diversas questões; entre elas, a importância de respeitar a identidade de gênero das alunas referente a aspectos importantes, como utilização do nome social e uso do banheiro.
A Ensp é a primeira unidade da Fiocruz a realizar essa atividade, que faz parte de ampla gama de ações voltadas para favorecer o acolhimento, inserção e permanência da comunidade LGBT na Escola e na Fundação em sua totalidade. “A oficina tem a proposta de sensibilizar os funcionários sobre os direitos da população LGBT, legislações específicas e importância do respeito à identidade de gênero. Em parceria com a Vice-Presidência de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, posteriormente essa sensibilização será compartilhada com as demais unidades da Fiocruz”, anunciou Monica.
Segundo a pesquisadora, existe amplo conjunto de ações voltadas para toda a comunidade da Escola – alunos e alunas, docentes, técnicos e técnicas e equipe da infraestrutura. “Essa é uma política que objetiva tornar os ambientes da ENSP, e futuramente toda a Fiocruz, mais acolhedores, inclusivos e adequados à comunidade LGBT”, garantiu ela.
Para conhecer a Pesquisa Divas, clique aqui.
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