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Diabetes: medicamentos e hábitos saudáveis compõem o tratamento


16/11/2015

Renata Augusta / Portal Fiocruz

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Os tratamentos para o diabetes, tipos 1 ou 2, têm alguns pontos em comum, já que o controle da taxa de glicose para reduzir o risco de complicações vale para os dois tipos. Por isso, em todos os casos, há necessidade de atenção aos hábitos de vida, especialmente alimentação e atividade física, e de controle do peso. O uso correto de medicações específicas orientadas por um profissional também é fundamental para prevenir problemas renais, cardíacos, neurológicos ou visuais, ressalta o endocrinologista Leonardo Eksterman, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).

O especialista informa que ocorreram significativos avanços no tratamento da doença na última década com estudos no desenvolvimento de novas classes de remédios e melhoria das classes já existentes. Eksterman cita medicações orais com diversos mecanismos de ação. Eles controlam a secreção de insulina, a sensibilidade dos órgãos à insulina e, recentemente, a capacidade de aumentar a eliminação de glicose na urina, que têm sido usados no controle da doença com grande sucesso.

A ampliação no conhecimento sobre a obesidade tem auxiliado no controle do diabetes. “Nos últimos anos já estão disponíveis novas formas de insulina que causam menos risco de ganho de peso e hipoglicemia (baixa de açúcar no sangue). Também novas formas de administração da droga vêm sendo propostas, desde canetas de aplicação mais modernas, que eliminam a necessidade de seringas, mas não de agulhas, e até insulina via inalatória, ainda não disponível em nosso país”, informa.

Medicação gratuita para 5,4 milhões de brasileiros

No Sistema Único de Saúde (SUS), a população tem direito ao diagnóstico dessa enfermidade e ao tratamento, que inclui medicamentos contra a doença distribuídos gratuitamente. A lista é composta por algumas classes de drogas orais, como metformina, glibenclamida e gliclazida, além da insulina. Eksterman ressalta que essa medida auxilia muito no controle da doença, especialmente, para pessoas com maior dificuldade de acesso. No entanto, o médico observa: "O avanço deveria ser ainda maior, disponibilizando insulinas da nova geração para pessoas com alto risco de hipoglicemia ou difícil controle, além de disponibilizar outras classes de medicações orais”.

A Revista Radis, que publicou reportagem sobre o diabetes em sua edição de outubro de 2015, informou que cerca de 5,4 milhões de brasileiros obtiveram medicação contra diabetes, em 2014, pela Farmácia Popular, segundo o Ministério da Saúde.  

Atendimento na Fiocruz

A Clínica da Família Victor Valla (CFVV), que integra a iniciativa Teias-Escola Manguinhos, gerenciada pela Ensp/Fiocruz, atende a população de Manguinhos em geral e, segundo a gerente da Clínica, a enfermeira Érika Arent, o cuidado integral ao usuário com diabetes e à família é realizado, preferencialmente, por uma equipe específica, como estabelecido pela Política Nacional de Atenção Básica. O atendimento é prestado na unidade de saúde ou nos domicílios do entorno, conforme a necessidade, e após agendamento com a equipe de referência.

O Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria, também gerido pela Ensp, é outro polo de atendimento na Fiocruz a pessoas com diabetes e moradores de Manguinhos. Para ser atendido, assim como os demais moradores do entorno, o paciente precisa agendar com o agente comunitário na própria clínica, de segunda a sexta, das 8h às 17h. Em algumas situações de urgência, os pacientes são atendidos sem agendamento por médicos e enfermeiros das equipes. 

Em ambos os locais, além de atender questões específicas, orientar sobre alimentação adequada e prática de atividade física, os profissionais de saúde também auxiliam nos cuidados com os pés dos diabéticos, uma vez que a tendência de úlceras na região pode causar problemas graves e resultar, inclusive, em amputações. Tanto na Clínica Victor Valla quanto na Germano Sinval Farias, há profissionais aptos a cuidar dessas lesões e evitar que se prolonguem. Os casos mais graves são encaminhados para um setor especializado. 

Já o INI, voltado para serviços de referência em doenças infecciosas, desenvolve um trabalho sobre o impacto do vírus da Aids e de seu tratamento no aparecimento do diabetes e no controle da doença.

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