Em comemoração ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) promoverá um amplo debate com a participação de pessoas com deficiência e seus familiares. Três grandes eixos temáticos nortearão os debates: ensino e diversidade funcional; o bem estar da pessoa com deficiência no território de Manguinhos; e a pobreza e seus efeitos. Na ocasião será lançada a Cartilha de Direitos e de Saúde Sexual da Pessoa com Deficiência e serão exibidos vídeos com relatos de vivências de pessoas com deficiência e de pessoas que atuam na emancipação das mesmas.
Além disso, haverá uma breve apresentação da parceria entre a ENSP e o IFF, através da Rede Banco de Leite Humano, para a promoção do aleitamento materno inclusivo. Durante todo o evento os equipamentos do Laboratório de Acessibilidade da Coordenação de Educação à Distância da Escola estarão disponíveis para conhecimento e uso. O evento acontecerá na sala 410 do prédio da ENSP e será transmitido, ao vivo, pelo canal da Escola no YouTube [1]. Haverá tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Participe!
Para Laís Costa Silveira, pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da ENSP, mãe de criança com deficiência intelectual, e uma das organizadoras do evento, a atividade representa uma exaltação ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência reconhecendo este extrato populacional como extremamente heterogêneo e que tem seus direitos humanos mais básicos desrespeitados, em função de um processo de estigmatização quem vem levando a uma histórica exclusão social.
“Aproveitamos esse dia para fazer um amplo evento, que não será um debate científico tradicional, pois já temos aprendido com a literatura. No dia 21 de setembro a proposta é promover a escuta dessa população quem tem sido invisibilizado pela literatura. Pessoas essas que mais tem seus direitos violados e que mais se deparam com barreiras no acesso aos serviços de saúde e acabam encontrando a qualidade ainda precária desse cuidado, além de serem aquelas com os piores indicadores de morbimortalidade.”, reforçou Laís.
O evento terá início às 8 horas com café da manhã e boas-vindas. A partir das 8h30, começa a cerimônia de abertura com a participação da Gestora do Grupo Especiais da Maré, Antonia Maria Souza Pirangi, mulher com deficiência física; do Diretor da ENSP/Fiocruz, Marco Menezes; da Secretária Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPD-Rio), Helena Werneck; da representante do Conselho Gestor do Comitê Fiocruz pela Inclusão e Acessibilidade da Pessoa com Deficiência, Sonia Gertner.
O primeiro eixo temático Ensino, diversidade funcional e tecnologias assistivas: aprendizado e porvir será debatido às 9 horas. Com mediação do coordenador do Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural (Dihs/ENSP), Marcos Besserman, a mesa contará com a participação de Matheus Oliveira, estudante de medicina na UFRJ, homem surdo; Tatiane Nunes, representante da equipe de tecnologias educacionais da CDEAD/ENSP; Fabiana Barreto, psicóloga, mulher com deficiência visual; e Flávia Cortinovis, assessora da SMPD-Rio, familiar de pessoa com deficiência intelectual.
Manguinhos: saúde e bem-estar da pessoa com deficiência será o tema do segundo eixo temático em debate, a partir das 10 horas. A mesa será mediada pela pesquisadora do Daps/ENSP; mãe de dois adultos com deficiência intelectual, Maria Helena Mendonça, e contará com a participação de Antonia Maria Souza Pirangi, gestora do Grupo Especiais da Maré; mulher com deficiência física; Alusca Cristina, fundadora e gestora do Grupo Especiais da Maré, mãe de adolescente com paralisia cerebral; Fátima Rocha, Vice-Diretora de Atenção à Saúde e Laboratórios de Saúde Pública da ENSP; Iris Lordello, chefe do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria; e Roberta Argento Goldstein, coordenadora da Rede PMA-APS, da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz.
O terceiro e último eixo temático A precarização socioeconômica e seus efeitos díspares: O que nos cabe fazer? será debatido a partir das 11 horas, com mediação de Cinthya Freitas, presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comdef-Rio); mulher com deficiência visual. A mesa contará com a participação de Cláudia Araújo, membro da Comissão da Pessoa com Deficiência da OAB; Norma Souza, fundadora do Projeto Marias, neuropsicopedagoga, mãe de pessoa com deficiência; Fernanda Honorato, primeira repórter com síndrome de Down do Brasil; e Luciana Novaes, ex-vereadora do Município do Rio de Janeiro.
Finalizando a atividade haverá a apresentação da parceira entre a ENSP e a Rede Banco de Leite Humano (IFF/Fiocruz), para a promoção do aleitamento materno inclusivo, com a participação de João Aprígio, coordenador da Rede Banco de Leite Humano (rBLH); Fátima Rocha, Vice-Diretora de Atenção à Saúde e Laboratórios de Saúde Pública da ENSP; e Laís Silveira Costa, pesquisadora do Daps/ENSP; mãe de criança com deficiência intelectual. As 12h20 será lançada a Cartilha de Direitos e de Saúde Sexual.
Ao longo do evento serão exibidos vídeos com relatos de vivências de pessoas com deficiência e de pessoas que atuam na emancipação das mesmas, relacionados com os temas abordados nas mesas. Na ocasião Vitor Miranda, adolescente negro, com deficiência visual, e bolsista Pibic da ENSP, lerá os trechos iniciais do Guia de Acessibilidade na Comunicação [2], em braile, que foi produzido na Escola. Além disso, os equipamentos do Laboratório de Acessibilidade da Coordenação de Educação à Distância da Escola estarão disponíveis para conhecimento e uso.
A atividade é realizada pela ENSP em parceria com a Rede PMA da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, a SMPD-Rio e a ONG Acolhe, Direitos Acessibilidade e Saúde, com apoio do Comitê Fiocruz pela Inclusão e Acessibilidade da PCD.