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Mesa virtual Mulheres no enfrentamento da Covid-19 na Fiocruz reuniu cientistas da instituição


22/02/2021

Por: Simone Kabarite

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No âmbito das comemorações do Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, foi realizada no dia 11 de fevereiro a mesa virtual Mulheres no enfrentamento da Covid-19 na Fiocruz, que reuniu cientistas da instituição, atuantes em várias frentes no combate à pandemia. A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic/Fiocruz), Cristiani Vieira Machado, conduziu a atividade que contou com a presença de: Fabiana Damásio, diretora da Fiocruz Brasília; Margareth Dalcomo, médica e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública/ENSP; Margareth Portela, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública/ENSP; Marilda Siqueira (Instituto Oswaldo Cruz/IOC); Rosane Cuber Guimarães (Bio-Manguinhos) e Valdiléa Veloso, diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/INI.

Mulheres no enfrentamento da Covid-19 (foto: Divulgação)

Cristiani abriu o evento destacando a importância de políticas públicas e estratégias institucionais de valorização das mulheres na ciência, a fim de reduzir as desigualdades de gênero no campo científico. A pesquisadora Marilda Siqueira falou sobre o trabalho do IOC no enfrentamento das epidemias. Ela esteve à frente do treinamento dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública – LACENS -, presentes nos 27 estados do Brasil e de nove países latino-americanos. “No início, nós trabalhamos todos os dias sem interrupção até, pelo menos, às 21h. Ainda temos o desafio de entender o que essas variantes do vírus significam. Aqui na Fiocruz, temos a Rede Genômica, que reúne diversos pesquisadores das diferentes unidades trabalhando muito intensamente na caracterização genômica do vírus circulante em diferentes estados e estudando qual o impacto dessas variantes”, afirmou.

A diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/INI, Valdiléa Veloso, falou sobre o desafio de acompanhar de frente a construção do novo Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19 e o envolvimento em pesquisas sobre o novo coronavírus. Logo que vimos o aumento de casos no mundo, retomamos o treinamento, como nos casos de ebola, em que fomos referência no Brasil. Em pouco tempo, os casos começaram a extrapolar nossa capacidade de atendimento. Com iniciativa da Presidência da Fiocruz, em sete semanas construímos o hospital, recrutamos e intensificamos treinamento de pessoal. Isso é um recorde!”, relatou.

Para falar sobre o Observatório Covid-19 da Fiocruz, o evento contou com a pesquisadora Margareth Portela, que destacou os estudos de vários pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento. “No Observatório, nós trabalhamos com indicadores que a OMS preconiza para o monitoramento da pandemia. Com isso, temos as tendências da pandemia, se está crescendo ou estabilizada, por exemplo. Nós monitoramos também as síndromes respiratórias agudas graves, que também acabaram sendo um grande marcador no início da pandemia, e geraram dados importantes, como os leitos de UTI. Então, nós temos produzido informações relevantes sobre os serviços de saúde”.

Já Fabiana Damásio falou sobre a sua atuação à frente da elaboração de material de orientação e de cursos, como o de saúde mental na pandemia. “Em 15 dias, nós organizamos cursos, para garantir que o conhecimento chegasse a todos os trabalhadores e trabalhadoras, assim como para a sociedade. Chegamos ao número de 80 mil acessos por dia e 20 cartilhas elaboradas por pesquisadoras da ENSP, que ganharam capilaridade em sites de universidades,  prefeituras, conselhos e órgãos de controle. Durante esse período, nós tivemos uma grande interlocução com o Observatório Covid-19”, destacou.

A quinta convidada, Rosane Cuber, falou sobre a experiência de atuar na criação de kits de diagnósticos, desenvolvidos em Biomanguinhos. Segundo ela, o primeiro papel da unidade na pandemia, foi na área de diagnóstico. “Hoje nós temos um escritório que gerencia as quatro grandes Centrais da Fiocruz, cada uma com capacidade de fazer 10 mil testes por dia”, afirmou.  Rosane foi uma das profissionais escolhidas para realizar a inspeção no laboratório na China, responsável pela entrega do IFA, ingrediente para a produção da vacina Astrazeneca na Fiocruz. “Foi uma experiência ímpar na minha vida. Nós estamos em vários turnos, 24 horas por dia, para entregar as vacinas previstas para a sociedade brasileira. É importante frisar que muitas das nossas gestoras que estão à frente desses processos são mulheres muito dedicadas, com muita garra, para que a gente consiga conquistar o nosso objetivo”, afirmou.

Tsunami científica

Para finalizar o painel, a pesquisadora Margareth Dalcomo falou sobre como se tornou uma referência como comunicadora científica durante a pandemia. “Essa é a maior tsunami científica que nunca pensei em ver na vida. Hoje, nós temos mais de 100 mil publicações sobre o tema. É um grande desafio essa grande quantidade de informações que temos que estudar e publicar. Eu realmente participei de inúmeras lives com colegas da Espanha, Itália, para conseguirmos entender o que estava acontecendo. Além disso, eu atuo como pesquisadora clínica. A pandemia tem exigido de todos resiliência, resistência e, sobretudo, um compromisso institucional que tem marcado a minha atuação, e eu faço com muito prazer”, finalizou.

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