Brasília sediará 1° Encontro Nacional de Agroecologia Indígena

A agroecologia é uma das principais atividades desenvolvidas pelos povos indígenas, que utilizam uma diversidade de cultivos, uma riqueza de biodiversidade e vasto conhecimento tradicional para promover práticas sustentáveis. Além de ser uma produção de base ecológica, a agroecologia é fundamental para o fortalecimento da segurança e soberania alimentar e para a preservação da biodiversidade.

Para debater essa temática, Brasília sediará o 1° Encontro Nacional de Agroecologia Indígena, de 26 a 29 de novembro de 2024, no Instituto São Boaventura (ISB). O objetivo é valorizar os conhecimentos milenares dos povos indígenas, que formam a base da agroecologia reconhecida pelos não indígenas, e destacar a importância dessas práticas ecológicas e da autodeterminação.

O encontro é realizado pelo Grupo de Trabalho Povos Indígenas da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), pela Organização Coletivo Ambientalista de Ação para Natureza, Agroecologia e Sustentabilidade (CAIANAS), pela Associação Indígena Âtawo e pelo Conselho Indígena Tremembé de Itapipoca (Citi). Conta com o apoio da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (VPAAPS/Fiocruz), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) e dos Ministérios dos Povos Indígenas (MPI), do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Tem parceria com Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade do Estado da Bahia (UNEB), CPovos, mandato Hilton Psol-BA, Núcleo Territorial de Educação 06 – Bahia, Fian Brasil, Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e patrocínio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O encontro reunirá cerca de 200 convidados indígenas de todo o país, técnicos agrícolas, agroecólogos, produtores rurais, pesquisadores e representantes de instituições governamentais, socioambientais e socioprodutivas. Em razão das limitações do espaço do local, o evento não será aberto ao público.

Segundo os organizadores, a ideia é que o encontro seja um espaço pioneiro para a união e o intercâmbio de experiências baseadas no pensamento indígena sobre manejo territorial e práticas agroecológicas. Será um momento histórico para valorizar os saberes ancestrais e construir um futuro mais justo e sustentável para todos.

Diante da emergência climática global, este encontro também visa estabelecer um marco significativo para o fortalecimento das agriculturas, economias, modos de ver e viver e da segurança alimentar e nutricional. Neste sentido, é essencial discutir a agroecologia indígena como uma estratégia fundamental para o combate à insegurança alimentar e enfrentar as crises sociais, ambientais e econômicas que afetam as populações no país.

A programação dispõe de palestras, rodas de conversa, feira da sociobiodiversidade indígena e mostra de filmes indígenas. 

Terça-feira (26/11)

8:30h - Ritual de abertura
9h - Mesa de abertura
10h - Mesa: Agroecologia indígena
Palestrantes: Iran Xukuru, Elisa Pankararu e Raquel Tupinambá
13h - Apresentação das organizações da agroecologia indígena. Debate sobre os biomas 
16h - Mesa: Epistemologias da agroecologia indígena.
Palestrantes: Marcelo Firpo (Neepes/Fiocruz) e Gérsem Baniwa (UnB)

Quarta-feira (27/11) 

8h: Roda de conversa 1: Produção e comercialização de alimentos; Roda de conversa 2: Saúde indígena e agroecologia; Roda de conversa 3: Produção de alimentos e segurança alimentar e nutricional 
13h: Roda de conversa 4: Gestão ambiental e territorial indígena; Roda de conversa 5: Ações de pesquisa e ATER em terras indígenas; Roda de conversa 6: Financiamentos dos sistemas agrícolas indígenas 

Quinta-feira (28/11) 

9h: Audiência pública na Câmara dos Deputados: agroecologia indígena; e feira da agroecologia indígena
14h: Apresentação dos resultados das rodas de conversas 
16h: Lançamento do filme “Roça Kaiabi”

Sexta-feira (29/11)

8h: Plenária de encerramento