A tuberculose é uma doença infectocontagiosa transmitida pelas vias aéreas e provocada em grande parte dos casos pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (também conhecida como bacilo de Koch), podendo ser causada também, embora mais raramente, por outras espécies de agentes como a Mycobacterium bovis, M. africanum e M. microti. A doença afeta principalmente os pulmões e pode atingir outros órgãos do corpo como rins, meninges e ossos.
A doença tem como principais sintomas emagrecimento acentuado, tosse com ou sem secreção por mais de três semanas, febre baixa geralmente à tarde, sudorese noturna, cansaço excessivo, falta de apetite, palidez e rouquidão. Recomenda-se que toda pessoa com sintomas respiratórios por um período maior do que três semanas seja investigada para tuberculose
O diagnóstico da tuberculose é realizado com radiografia do tórax, além de exames laboratoriais e escarro do paciente (baciloscopia).
Para prevenção da tuberculose, é aplicada a vacina BCG em crianças, a qual previne somente a forma grave da doença. O contágio também pode ser evitado com tratamento e orientação dos infectados além de melhorias nas condições de vida da população, já que a enfermidade está associada à pobreza e à má distribuição de renda.
O tratamento pode durar seis meses a um ano e é feito à base de antibióticos. O tratamento é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma das dificuldades no combate à tuberculose é a falta de adesão ao tratamento - por ser longo e apresentar resultados rápidos, alguns pacientes o abandonam – o que acaba por provocar o desenvolvimento de uma forma da doença resistente aos medicamentos, conhecida como tuberculose multirresistente. Este tipo de tuberculose tem crescido mundialmente.
A transmissão da tuberculose acontece por via respiratória, pela eliminação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com tuberculose ativa, sem tratamento; e a inalação de aerossóis por um indivíduo suscetível. Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, uma pessoa com tuberculose pulmonar e/ou laríngea ativa, sem tratamento, possa infectar, em média, de 10 a 15 pessoas.
A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados. Bactérias que se depositam em roupas, lençóis, copos e talheres dificilmente se dispersam no ar e, por isso, não têm papel importante na transmissão da doença.
Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente, e em geral, após 15 dias, o risco de transmissão da doença é bastante reduzido.
A bactéria responsável pela tuberculose é sensível à luz solar e a circulação de ar possibilita a dispersão das partículas infectantes. Por essa razão, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão. A etiqueta da tosse, que consiste em cobrir a boca com o antebraço ou lenço ao tossir, também é uma medida importante a ser considerada na prevenção da doença.
A Fiocruz tem ampla atuação no campo de estudos, prevenção, tratamento e diagnóstico da tuberculose. A instituição é uma das integrantes da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (Rede-TB) e conta também com o Observatório Tuberculose Brasil, que tem por objetivo fortalecer o SUS e contribuir para o controle da tuberculose com o monitoramento das políticas públicas de saúde e promoção do controle social.
Por meio do Centro de Referência Prof. Hélio Fraga (CRPHF), instituição nacional de referência do SUS para tuberculose e outras pneumopatias pertencente à Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), a Fiocruz promove um curso de especialização em controle da doença e desenvolve projetos nos campos de pesquisa clínica, promoção da saúde e desenvolvimento, estado e saúde. O CRPHF conta com um Laboratório de Bacteriologia da Tuberculose, referência na área em procedimentos laboratoriais e ambulatório de assistência dos casos mais graves da doença. Possui também um Sistema de Vigilância Epidemiológica da Tuberculose Multirresistente – TBMR, que possibilita a notificação e o acompanhamento de todos os casos da enfermidade; o gerenciamento do envio e estoque dos medicamentos e da pesquisa; e emissão de relatórios epidemiológicos e operacionais.
No campo de ensino, a Fiocruz, por meio do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec), oferece cursos, assessora programas do Ministério da Saúde, elabora manuais, atua no atendimento de casos de TB pulmonar, extrapulmonar, entre outros. Também possui um Laboratório de Bacteriologia, que participa de estudos da rede pública no campo e recebe amostras de dentro e fora da instituição.
Na regional da Fundação em Pernambuco (Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Cpqam), o Laboratório de Imunoepidemiologia do Departamento de Imunologia tem como principal linha de pesquisa o diagnóstico da tuberculose pulmonar e extrapulmonar por meio de testes moleculares e imunológicos de pacientes provenientes da rede SUS do estado.
A Fundação ainda conta com um Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática, um Laboratório de Hanseníase, e um Laboratório de Microbiologia Celular. As três instâncias pertencem ao Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).