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Dia do Trabalho: reflexão e luta com artigos de periódicos da Fiocruz


01/05/2023

Luisa Picanço (VPEIC/Fiocruz)

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O Dia do Trabalho, 1º de maio, é um dia de luta e de conscientização sobre direitos de quem trabalha. A data foi criada em homenagem a uma greve de trabalhadores em Chicago no ano de 1886. 237 anos depois, as relações de trabalho mudaram, mas os desafios persistem e continuam tendo relação com a saúde dos trabalhadores. Duas revistas científicas da Fiocruz, a Reciis e a HCS-Manguinhos fizeram seleção de artigos relacionados ao dia do trabalho para uma reflexão crítica sobre o assunto.

O artigo publicado pela Reciis intitulado “Exaustão algorítmica: influenciadores digitais, trabalho de plataforma e saúde mental” de Issaaf Karhawi e Michelle Prazeres mostra uma vertente do trabalho nos dias atuais. Como articular as noções de tecnologia, trabalho, saúde e influenciadores? “Como resultado, propõe-se a noção de ‘exaustão algorítmica’, uma sensação relatada por influenciadores digitais relacionada aos ‘problemas psicológicos’ vivenciados por eles e gerados pelo ritmo de trabalho que vem sendo ditado pelo que reconhecem como ‘o algoritmo’” de acordo com o resumo do texto.

E se a chamada ‘exaustão algorítmica’ é ligada ao mundo contemporâneo, a Reciis destaca que as relações de trabalho no mundo digital não se restringem a quem trabalha exclusivamente online. O artigo “Plataformização do trabalho de entregadores no contexto da pandemia de covid-19 confronta os princípios do trabalho decente da OIT” de Claudia Nociolini Rebechi, Roseli Figaro, Julice Salvagni e Ana Flávia Marques da Silva contextualiza “aspectos do trabalho de entregadores mediado por empresas de plataforma, explicitados pelos resultados da pesquisa empírica do Projeto Fairwork, realizada no Brasil durante o contexto da pandemia de covid-19. (...) Os resultados desta investigação demonstram, em suma, que os princípios do trabalho decente não são respeitados no que se refere ao trabalho dos entregadores no país” de acordo com o resumo.

E não dá para falar sobre a Organização Internacional do Trabalho (OIT) sem falar do artigo publicado pela revista HCS-Manguinhos chamado "Universal health coverage as a global public health goal: the work of the International Labour Organisation, c.1925-2018" de Martin Gorsky e Christopher Sirrs. Ali, os autores analisam os esforços da OIT em ampliar o cuidado médico via convenções, amparo e assistência técnica internacionais.

E por falar em cuidado médico, vale a pena conferir outro artigo da HSC-Manguinhos sobre saúde do trabalhador. O texto “Hospital Proletário João Pessoa: limites e possibilidades da saúde do trabalhador na Paraíba de 1930”, de Leonardo Q.B. Freire dos Santos, mostra uma retrospectiva de um problema até hoje atual: “a luta do proletariado por melhores condições de vida; a percepção da interdependência sanitária por parte das elites políticas e econômicas”.

Outro tema de destaque selecionado pela Reciis é sobre o trabalho e suas intersecções com gênero e raça, como na resenha “Mulheres das águas: comunidade, gênero e raça”, de Evandro Luiz da Conceição, na entrevista “Gênero e política: igualdade de gênero e diversidade sexual na crise da democracia” com Flávia Biroli e no artigo “Interseccionalidade e rupturas dos modos de vida pelos rompimentos de barragem: reflexões a partir de uma mídia em aderência” de Simone Santos Oliveira, Sergio Portella e Laura Luna Katona.

Que as leituras colaborem para mostrar de forma clara as, muitas vezes, injustas relações de trabalho e seus impactos na saúde das pessoas. E, que entendendo estas trocas, seja possível refletir sobre temas como saúde mental, acesso básico aos serviços de saúde e as complexas e desafiadoras intersecções de trabalho com gênero e raça.

Crédito da imagem de destaque na home de Ciência Aberta: Peter Ilicciev/Fiocruz Imagens.

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