Fiocruz

Fundación Oswaldo Cruz una institución al servicio de la vida

Início do conteúdo

Podcasts abordam os dez anos do Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia


07/06/2024

Júlio Pedrosa (Fiocruz Amazônia)

Compartilhar:

O Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) disponibilizará, a partir do dia 20 deste mês, o primeiro episódio da série de podcasts produzida especialmente para marcar os dez anos de atividades do Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (Lahpsa). A série conta, no total, com 12 episódios, divididos por temas e áreas de atuação do laboratório ao longo dos seus dez anos de atividades. Os episódios serão publicados semanalmente no canal do ILMD/Fiocruz Amazônia no YouTube. Os programas proporcionam uma verdadeira “expedição” por alguns dos principais projetos de pesquisa e intervenção, coordenados por pesquisadores que integram o Lahpsa. A produção foi coordenada pelo pesquisador da Fiocruz Amazônia Júlio César Schweickardt, que é doutor em História das Ciências e um dos responsáveis pela criação do laboratório.

Os estudos e ações do Lahpsa buscam contribuir para a construção de referenciais científicos que influenciem direta e indiretamente na qualidade de vida e da saúde das populações da região amazônica (Foto: Fiocruz Amazônia)
 

De acordo com Schweickardt, a ideia principal da série é democratizar o conhecimento sobre os projetos coordenados pelo Lahpsa com o uso de linguagem simples e de fácil acesso para atingir o maior número de profissionais, estudiosos e pesquisadores da saúde da Amazônia. “O lançamento ocorre no mesmo ano em que a Fiocruz Amazônia comemora seus 30 anos de intensa atuação na região amazônica, contando, na última década, com a contribuição efetiva do Lahpsa nessas atividades”, ressalta o pesquisador. A série tem 12 episódios com média de duração de 25 minutos cada, com a participação de três convidados. As exceções são o episódio 1, de apresentação, que tem seis convidados e cerca de 30 minutos de duração, e o episódio 3, onde o pesquisador âncora dialoga com apenas um convidado.

Os episódios foram gravados pela plataforma Google Meet, que permite conversas em longa distância, necessárias para alcançar convidados nos municípios como Manicoré, Boca do Acre, Parintins, Barreirinha, no Amazonas, e Belém, no Pará. As entrevistas foram conduzidas pela comunicadora Márcia Costa Rosa, roteirista e diretora de documentários. Os podcasts são uma produção do Lahpsa e passam a integrar o acervo de produções literárias e audiovisuais do laboratório disponibilizada gratuitamente pela Fiocruz Amazônia. A série conta também com convidados como o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas (Cosems-AM), Manoel Barbosa, o pesquisador da Universidade Federal do Pará, Paulo de Tarso; lideranças indígenas como Putira Sacuena, do povo Baré, e o doutor em Antropologia Social, João Paulo Barreto, do povo tukano, além de lideranças quilombolas e ribeirinhas do Amazonas.

Surgimento

O episódio 1 da série Lahpsa 10 Anos aborda o surgimento do laboratório, desde o debate inicial que definiu o conceito orientador das pesquisas, passando pelos avanços até as conquistas na primeira década de existência do laboratório. As entrevistas foram concedidas por Júlio Cesar Schweickardt, pela diretora da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes, pela vice-diretora de Pesquisa e Inovação. Michele Rocha El Kadri, e pelos pesquisadores Rodrigo Tobias, Kátia Lima e Fabiane Vinente. Em cada relato, um pouco das descobertas e conexões com comunidades e territórios da Amazônia e planos para os próximos passos.

Schweickardt ressalta a forte contribuição do pesquisador visitante Alcindo Ferla, para os debates que nortearam a criação do laboratório. “Ele [Alcindo Ferla] provocou o debate sobre a importância de se priorizar a saúde, no lugar da doença, no início dos debates sobre a concepção do Lahpsa”, relembra. O pesquisador destaca, ainda, a decisão política do Lahpsa em trabalhar com a diversidade de populações para a compreensão das potências e, das demandas das muitas Amazônias.

Michele El Kadri conta como a unidade do grupo de pesquisadores marcou a trajetória, desde o início, como um laboratório coeso, com propostas muito bem definidas, mas aberto a novos conhecimentos e possibilidades de pesquisas. Rodrigo Tobias destaca o que considera uma das principais marcas do LAHPSA: a capacidade de provocar mudanças nas comunidades da Amazônia, com o protagonismo de suas populações, determinante para conquistas, em especial na área da saúde. Tobias cita a contribuição do médico sanitarista Antônio Levino, também pesquisador do Lahpsa no início do laboratório, para a definição dos caminhos que marcariam a trajetória do laboratório até hoje.

Doutora em Medicina Tropical, Kátia Lima fala sobre as pesquisas coordenadas pelo Lahpsa junto aos territórios indígenas da Amazônia, marcadas pelo diálogo e participação dos moradores de cada comunidade. A doutora em Antropologia Fabiane ressalta o papel do Lahpsa na elaboração de evidências sobre as demandas de cada uma das diversas populações que vivem na Amazônia e da necessidade de respostas, com novas políticas públicas e com ajustes no Sistema Único de Saúde.

A diretora da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes, doutora em Genética e Biologia Molecular, enfatiza que a importância do Lahpsa vai além do diálogo que o laboratório estabelece com as populações da Amazônia e a produção de evidências sobre as necessidades desses territórios. Para ela, o trabalho desenvolvido nos primeiros dez anos de trajetória do laboratório ajuda a estabelecer uma imagem mais realista sobre o trabalho de pesquisa e sobre a própria ciência, contribuindo para que mais pessoas se dediquem aos estudos e à compreensão da diversidade biológica, genômica e cultural do imenso território da Amazônia.

O Lahpsa

O Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia tem como missão ser referência em pesquisa na área da saúde coletiva, atuando no tripé: desenvolvimento da pesquisa; formação de pesquisadores, profissionais e gestores de saúde; divulgação científica em saúde. Seus membros buscam atuar como sujeitos políticos nos espaços de debate das políticas públicas de saúde e de ciência, tecnologia e inovação na Amazônia. O grupo tem como objetivo discutir, refletir, produzir conhecimento interdisciplinar acerca da saúde coletiva inserido no cenário amazônico. Os estudos e ações buscam contribuir com as instituições e a sociedade na construção de referenciais científicos que influenciam direta e indiretamente na qualidade de vida e da saúde das populações da região amazônica.
 

Volver arribaVolver