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Cedipa promove encontro sobre diversidade e inclusão na Fiocruz


13/11/2024

Mario Junior (Cedipa/Fiocruz)

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Em sintonia com a proposta de resistência e reflexão do Novembro Negro, a Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa/Fiocruz) reafirmou seu compromisso institucional ao promover, nos dias 7 e 8 de novembro, o I Encontro REDEquidade: Fiocruz pela Diversidade e Inclusão. O evento, realizado na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), no Campus de Manguinhos, reuniu cerca de 60 representantes das unidades e escritórios da Fundação que atuam na defesa das pautas de enfrentamento às desigualdades e valorização da diversidade. 

O diretor-executivo da Fiocruz, Juliano Lima, destacou a urgência de fortalecer as lutas por direitos e igualdade frente à disseminação de discursos de ódio no mundo. Ele celebrou os avanços, como o estabelecimento de políticas institucionais e a maior presença de pessoas com deficiência nos espaços e atividades da Fundação, mas enfatizou que “ainda há um longo caminho até uma sociedade verdadeiramente igualitária. A Fiocruz deve ser um espaço de inclusão, oferecendo oportunidades para qualquer pessoa, especialmente pessoas negras, com deficiência, trans e egressas do sistema prisional”. 

Para a coordenadora de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas, Hilda Gomes, o encontro foi um momento importante de construção, problematização e afeto coletivo. “Não temos alternativa, senão sermos otimistas. Esse otimismo nos conecta, nos move e nos coloca na linha de frente contra violências cotidianas como capacitismo, racismo, misoginia, etarismo, intolerância religiosa e outras discriminações. A partilha, o trabalho coletivo e o respeito são inegociáveis e sustentam nossa luta por mudanças fundamentais e urgentes na instituição”, afirmou. 

O diretor da Ensp, Marco Menezes, reforçou esse posicionamento, destacando a importância de eventos como o REDEquidade: “A construção de uma sociedade mais justa e igualitária começa pela valorização da diversidade, e a Fiocruz tem um papel central nesse movimento”. Já a integrante da Coordenação colegiada do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da instituição, Luciana Lindenmeyer, ressaltou o compromisso firmado com o Ministério das Mulheres e a criação da Política de Equidade Étnico-Racial e de Gênero, lançada em 2023 na Fundação. "A equidade exige uma transformação profunda nos processos, que só será possível com a participação ativa de todas as pessoas", disse. 

O REDEquidade teve o apoio da Fiocruz Pernambuco; das vice-presidências de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) e de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB), por meio do Programa de Políticas Públicas, Modelos de Atenção e Gestão do Sistema e Serviços de Saúde (PMA); do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN); do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos); e da Coordenação-Geral de Planejamento Estratégico (Cogeplan).  O encontro contou ainda com a parceria da Coordenação de Comunicação Social (CCS) e do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz.

 Políticas institucionais 

Durante o encontro, foram apresentadas a Política de Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência, lançada em 2019, a Política Pró-Equidade de Gênero e Raça e o Termo de Compromisso assinado pela Fiocruz em 2024 com o Programa de Equidade de Gênero e Raça do Governo Federal. A apresentação contou com a presença de Raquel Scopel, Luciana Lindenmeyer e Biancka Fernandes, da coordenação colegiada do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz; Leonardo Oliveira, do Eixo de Enfrentamento ao Capacitismo da Cedipa; e Fábio Barcelos, do Coletivo de Acessibilidade e Inclusão da Fiocruz Brasília. 

Como parte da programação, representantes de diversas unidades e escritórios da Fiocruz compartilharam as ações, desafios e expectativas de seus coletivos na atuação pela equidade. Entre os grupos presentes estavam: a Comissão Permanente de Diversidade e Equidade da Ensp; o Núcleo de Acessibilidade e Pró-Equidade de Gênero de Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos); o Grupo de Trabalho sobre Acessibilidade do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict); o Núcleo de Equidade, Diversidade e Políticas Afirmativas do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF);  e a Comissão Interna de Respeito à Diversidade do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (CIRD/INCQS). 

Também compartilharam suas iniciativas representantes do Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia, o Coletivo de Acessibilidade e Inclusão e o Coletivo Pró-Equidade da Fiocruz Brasília, a Comissão de Equidade e Diversidade da Fiocruz Ceará e o Núcleo de Diversidade e Inclusão da Fiocruz Pernambuco. Apesar de não possuírem coletivos formalmente constituídos, unidades como o Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB), o Instituto René Rachou (Fiocruz Minas), o Instituto Oswaldo Cruz (IOC), Fiocruz Piauí, Fiocruz Mato Grosso do Sul, Fiocruz Amazônia e Fiocruz Paraná também participaram da rodada de apresentações.  “É essencial construirmos uma instituição diversa, onde não só haja espaço para pessoas trans, negras e com deficiência, mas um espaço onde se sintam pertencentes e valorizadas,” afirmou a bolsista da Fiocruz Piauí Jessyka Rodrigues. 

Plano de ação 

A programação incluiu a formação de grupos de trabalho para debater temas centrais em quatro eixos: comunicação e informação; educação e pesquisa; serviços e infraestrutura; e gestão do trabalho. A dinâmica contou com a presença de quatro relatoras para coleta das ideias propostas pelos participantes, além da mediação de uma pessoa participante do encontro, o que resultou na sistematização de um plano com ações prioritárias a serem implementadas pelas unidades e escritórios. 

Os grupos de trabalho propuseram, entre as ações, a ampliação da presença de pessoas negras em cargos de decisão, visando fortalecer a representatividade na gestão. Também foi proposta a criação de programas para aumentar a empregabilidade trans e de pessoas com deficiência como uma questão urgente para reduzir desigualdades na Fiocruz, destacando a importância de formações permanentes antirracistas e anticapacitistas e adequações de infraestrutura para acolher todas as pessoas. 

A analista de gestão e saúde da Fiocruz Bahia Daniela Cerqueira, enfatizou que a atividade foi uma oportunidade de troca entre as unidades espalhadas pelo Brasil. “Muitas vezes, nem sabemos o que acontece nas outras unidades. Foi uma chance de conhecer o trabalho de cada uma, dar visibilidade ao nosso e fortalecer as ações de diversidade na Fiocruz como um todo,” comentou. 

Diálogo pela humanidade 

O I Encontro REDEquidade: Fiocruz pela Diversidade e Inclusão também foi marcado pela intensidade das manifestações artísticas. O arte-educador da Fiocruz Ceará, Ricardo Wagner, transformou os diálogos em imagens que traduziram as ideias e reflexões dos participantes, a partir do desenho "falado". As apresentações culturais da programação trouxeram momentos marcantes ao evento: no primeiro dia, Paulo de Andrade, homem negro, surdo e bolsista do Museu da Vida Fiocruz, apresentou um slam que provocou o público a refletir sobre os desafios da comunicação com uma pessoa surda. No segundo dia, a cantora, compositora e ativista negra e trans, Azula Palmares, trouxe sensibilidade à programação, com um repertório autoral e de músicas nacionais. 

Por meio de uma intervenção artística, a educadora comunitária do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) Biancka Fernandes, apresentou as dores de pessoas travestis em um país marcado pela transfobia. Nos versos poéticos da tecnologista em saúde pública e pesquisadora da Fiocruz Piauí, Elaine Nascimento, surgiu o "suspiro de esperança": "Então, o mundo poderia ter uma chance de fazer uma curva e, nesta curva, encontrar o caminho de casa. A humanidade". 

Ao final do encontro, o som dos tambores dos Discípulos de Oswaldo, bloco de carnaval formado por integrantes da comunidade Fiocruz, marcou simbolicamente um novo ciclo de trabalho e transformação, buscando repactuar mudanças já em curso, fortalecendo e renovando o compromisso político para as construções ainda necessárias e urgentes pela diversidade e inclusão na instituição. 

Galeria de fotos

Confira as fotos dos principais momentos do evento em galeria publicada no Portal Fiocruz.

* Fotos: Peter Ilicciev (CCS)

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