O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras

Fiocruz

Oswaldo Cruz Foundation an institution in the service of life

Início do conteúdo

Seminário realizado pela UFG e Fiocruz une ciência e cultura 


16/12/2024

Suzane Durães (Coordenação de Ambiente - VPAAPS/Fiocruz)

Share:

A Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Fiocruz - por meio do Projeto de Prospecção Fiocruz Cerrados - realizaram, nos dias 10 e 11 de dezembro, no auditório da Biblioteca Central da UFG, o Seminário Saúde Planetária: um encontro de saberes e ações coletivas. 

Participaram da mesa de abertura, o coordenador de Ambiente da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), Guilherme Franco Netto; a Secretária de Cultura de Goiás, Yara Nunes; a representante da Pró-reitora de Cultura e Extensão da UFG, Nathália Rodrigues; e os coordenadores dos quatro programas de pós-graduação da UFG: Ciências Ambientais (PPGCiamb), Daniela de Melo e Silva; Biodiversidade Animal (PPGBAN), Rogério Bastos; Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (PPGBRPH), Rodrigo Gomes; e Ciência Animal (PPGCA), José Felipe Spricigo. 

De acordo com a professora Daniela Silva, o seminário foi construído de forma conjunta com as coordenações de pós-graduação da UFG. “Esse é um momento de integração e oportunidade de debater juntos o tema proposto. Também uma oportunidade de os estudantes de pós-graduação apresentarem seus projetos”, enfatizou. 

Na avaliação de Guilherme Franco Netto, o seminário conclui uma série de atividades realizadas em parceria com a UFG em 2024. Além disso, é um importante espaço para debater as mudanças climáticas, juntamente com especialistas e estudantes de várias áreas do conhecimento. “Os últimos seminários que realizamos em parceria com a UFG reúnem elementos relevantes para o debate das mudanças do clima que poderão ser úteis para a COP 30, a ser realizada em 2025 em Belém, no Pará”, destacou. 

Para abordar a temática da Saúde Planetária, foi convidado o professor da Universidade de São Paulo (USP), Antonio Mauro Saraiva, que defendeu ações coletivas e políticas públicas eficazes para garantir um futuro mais saudável para o planeta e suas populações. “A saúde planetária resgata o (re)conhecimento da interconexão entre tudo na Terra, e dos seres humanos como parte da natureza. Ela propõe uma visão sistêmica, integrativa e transdisciplinar”, pontuou. 

A mesa redonda “Práticas sustentáveis e inovadoras para enfrentar as crises ambientais e de saúde no século XXI” reuniu a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Nelzair Vianna; o gerente de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de Goiás (Semad), Murilo Cardoso; a representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, Isolete Wichinieski; e Guilherme Franco Netto, da VPAAPS. 

Nelzair Vianna apresentou o projeto “Poluição do Ar em Salvador”, que surgiu em 2005, para abordar a falta de dados locais sobre os efeitos da poluição do ar na saúde humana. A partir dos resultados alcançados, Salvador passou de uma ausência total de dados sobre poluição do ar para a implementação de um Programa de Vigilância em Saúde relacionada à qualidade do ar. “E com o biomonitoramento detectamos presença de metais no ar da cidade e isso causou uma certa preocupação com a saúde e o ambiente”, explicou. 

De acordo com Guilherme Franco Netto, que também coordena o projeto de Prospecção Fiocruz Cerrados, existe a possibilidade que o projeto realizado em Salvador também seja aplicado em Goiás. “Estamos em processo de articulação para a realização do projeto que deverá, além de verificar a qualidade do ar, também envolver ações voltadas para os eventos extremos que afetam a saúde das pessoas”, destacou. 

A preservação das águas e dos povos dos Cerrados foi uma das questões defendidas por Isolete Wichinieski. “A cada dez anos morria dez pequenos rios no Cerrado. Agora, nós estamos vendo os grandes rios morrendo (…). A água é fundamental para a nossa vida, pois 70% do nosso corpo é água. A gente pode fazer greve de fome, mas a gente não consegue ficar sem água”, ressaltou. 

A proteção do patrimônio genético e cultural do Cerrado foi outra questão trazida por Isolete. Ela disse que os Cerrados abrigam diversas comunidades tradicionais e indígenas, que detém saberes fundamentais e devem ser preservados e valorizados. 

Durante a mesa-redonda também foi apresentado o Atlas de Remanescentes de Vegetação Nativa de Goiás (https://siga.meioambiente.go.gov.br/catalogue/#/), que será realizado em seis etapas focadas nas bacias. A primeira é a do Meia Ponte e dos Bois. Na sequência, serão: 2) Médio Tocantins e Paranã, 3) Alto Araguaia e Rio Vermelho, 4) Paranaíba, 5) Médio Araguaia, e 6) Almas, São Francisco e Corumbá. Segundo o gerente de Geoprocessamento e Monitoramento Remoto da Semad, Murilo Cardoso, esse Atlas será o mais completo mapeamento de Cerrado já feito em grandes áreas no Brasil. 

O projeto está sendo realizado em parceria com Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da UFG. “O primeiro produto já está disponível. Até o final de 2025 toda a vegetação nativa do Estado de Goiás estará mapeada numa escala nunca feita antes”, afirmou. 

Sarau Literário e Musical — A Secretaria de Cultura de Goiás (Secult) organizou uma programação especial para o evento. A secretária de Cultura, Yara Nunes, lembrou que tem debatido temas fundamentais para a disseminação da consciência ambiental e o enfrentamento à questão climática com a UFG e a Semad. “Ter um pedacinho de cultura nesse seminário também mostra o nosso comprometimento com a pauta ambiental”, destacou. 

Neste contexto, Yara ainda destacou o Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica) realizado na Cidade de Goiás, que aborda a relação entre o ser humano e a natureza, além de promover debates ambientais e reunir pensadores para discutir o futuro do planeta e da humanidade. A programação cultural do seminário contou com declamações poéticas e apresentações musicais que envolvem a cultura, a saúde e a sustentabilidade. 

Participaram do Sarau músicos da Orquestra de Violeiros de Goiás, da Orquestra Filarmônica de Goiás, da Orquestra Sinfônica de Goiânia e outros artistas locais que enriqueceram ainda mais o intercâmbio cultural. Também foi destaque a exposição “Natureza em Nós”, do artista goiano Viníciu Fagundes, com oito obras que introduzem elementos dos Cerrados, Amazônia e Patagônia. A mostra abordou questões como o aquecimento global e a preservação ambiental, ressaltando o papel da arte na conscientização sobre os desafios enfrentados pelo ambiente. 

No canal do YouTube do PPGCiamb estão disponíveis os vídeos do evento:

Dia 10 

Dia 11 
 

Back to the topBack

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.