Fiocruz realiza intercâmbio sobre compostagem em Florianópolis

Membros da COGIC, Creche e VPAAPS participaram da atividade, buscando soluções sustentáveis e integradoras para a destinação de resíduos orgânicos

Como parte das ações integradas de transição agroecológica que compõem o Programa Fiocruz Saudável, representantes de Manguinhos participaram de um intercâmbio sobre compostagem realizado nos dias 4 e 5 de julho em Florianópolis (SC). A atividade reuniu membros da Coordenação-geral de Infraestrutura dos Campi (COGIC), da Creche, da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) e do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro) - ONG que atua há mais de 15 anos com gestão de resíduos no território.

Danúbia Gardênia, da Agenda de Saúde e Agroecologia vinculada à VPPAPS, contextualiza que a iniciativa permitiu conhecer experiências de diferentes escalas e executadas com diferentes técnicas, a fim de fortalecer e aprimorar a compostagem que já é realizada em Manguinhos. Uma das possibilidades apresentadas foi o método UFSC de Compostagem, que transforma, de forma segura e sem cheiro, diversos tipos de resíduos orgânicos em adubo natural.

Gardênia explica que a ação visa articular “processos de compostagem, com os de alimentação saudável e de produção de alimentos em hortas, sempre na perspectiva de criar pontes entre projetos que perpassam a discussão da agroecologia no campus”, afirma.

Foram visitadas as experiências de compostagem empreendidas nos restaurantes institucionais da Companhia de Geração e Transmissão de Energia Elétrica do Sul do Brasil (Eletrobras CGT Eletrosul); na Associação Revolução dos Baldinhos, que é reconhecida internacionalmente pela gestão comunitária de resíduos orgânicos e agricultura urbana; e no hotel SESC Cacupé, que possui um projeto institucional de educação ambiental integrado à compostagem nos restaurantes. Também foi conhecida a atuação do Centro de Valorização de Resíduos da Secretaria de Meio Ambiente (COMCAP) da Prefeitura de Florianópolis, que realiza a gestão de resíduos orgânicos do município de forma mecanizada. 

Compostagem em Manguinhos: uma transformação necessária

Nos mais de 800 mil m² de área gerenciados pela COGIC em Manguinhos, são prestados serviços de jardinagem, limpeza e controle de vetores de doenças. A coordenação vem refletindo permanentemente sobre a gestão de resíduos na Fundação, buscando soluções sustentáveis e adequadas para a destinação dos materiais. 

Como parte deste esforço, desde 2008, a COGIC trabalha com compostagem, utilizando leiras reviradas com resíduos de poda, capina e varrição. Do total deste tipo de resíduo coletado, cerca de 25% têm sido reciclado, produzindo, em média, oito toneladas de composto orgânico por mês, cerca de 100 toneladas ao ano, segundo informações da Gestão de Resíduos e Sustentabilidade Ambiental da COGIC.

A partir de 2012, foi iniciada a compostagem das sobras de alimentos crus dos restaurantes do campus e, recentemente, a coleta da sobra da alimentação dos primatas do Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB). Espera-se que, a partir da troca com o Cepagro, seja implantado um projeto piloto do método UFSC que possibilite a absorção de todos os tipos de resíduos de alimentação no pátio de compostagem.

Estima-se que, com o aperfeiçoamento da técnica e compostagem global dos resíduos orgânicos, só de sobra de poda e capina, cerca de 750 toneladas deixarão de ser levadas para aterros sanitários e se transformarão em adubo natural a ser utilizado na manutenção de áreas verdes, na produção de novas mudas de plantas, nos sistemas agroflorestais e hortas agroecológicas no campus, como a que já é feita pela Creche Fiocruz.
A Creche vem protagonizando um trabalho pioneiro de incorporação da agroecologia como proposta político pedagógica na educação infantil, integrando ações educativas e de cuidado em saúde que se expressam em práticas de horta, plantio, sensibilização alimentar e compostagem. 

O projeto “Compostação” da COGIC, que incentiva trabalhadoras e trabalhadores a levar resíduos orgânicos de casa em um recipiente do tipo baldinho para serem destinados corretamente no pátio de compostagem da Fiocruz, foi adotado pela Creche após seminário realizado no começo de 2023. Desde então, profissionais vinculados entregam os resíduos domésticos duas vezes por semana para reciclagem. Também houve formação com pais, mães e responsáveis pelas crianças, que têm aderido ao Compostação no mesmo modelo dos baldinhos, além da reciclagem mensal de cerca de 400 kg de sobras de alimentos crus da cozinha escolar.

Todos estes movimentos institucionais de reciclagem de resíduos orgânicos, que estão sendo articulados e fortalecidos pelo projeto de integração de ações de transição agroecológica, contribuem para a saúde pública, para maior responsabilidade ambiental com redução das emissões de carbono e respondem aos desafios de sustentabilidade no planejamento institucional e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. 

Saiba mais sobre o Compostação

A unidade ou setor que tiver interesse de saber mais e aderir ao projeto Compostação, pode entrar em contato pelos e-mails: educacao.ambiental@fiocruz.br e dga.cogic@fiocruz.br.