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Grupos que atuam com agroecologia se reúnem na Fiocruz Manguinhos 


17/04/2023

Angélica Almeida (Agenda de Agroecologia/VPAAPS)

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Encontro promoveu o reconhecimento de diferentes iniciativas institucionais e colheu elementos para planejamento da Agenda de Saúde e Agroecologia 

Foto_Virgínia Damas (CCI_Ensp_Fiocruz)

Representantes de diferentes grupos que atuam com agroecologia na Fiocruz se reuniram na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) no último 29 de março. O encontro foi articulado pela Agenda de Saúde e Agroecologia, vinculada à Vice-Presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), com o objetivo de fortalecer os trabalhos que têm sido construídos dentro da instituição e em diálogo com os territórios e comunidades.  

Participaram cerca de 45 pessoas, de diferentes programas territoriais e unidades da Fiocruz nos estados do Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Brasília, Bahia e Minas Gerais.  

Buscando aprofundar o reconhecimento e conexão entre os diferentes grupos, foi realizada uma retrospectiva das iniciativas empreendidas nos últimos cinco anos em torno do tema; a apresentação e roda de diálogo sobre a publicação “Tecendo Redes de Experiências em Saúde e Agroecologia: resultados e reflexões a partir da sistematização de iniciativas da Fiocruz”; e o levantamento de elementos para o planejamento da Agenda de Agroecologia da Fiocruz. 

O Vice-Presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), Hermano Castro, abriu o encontro ressaltando que: “a agroecologia tem uma vinculação direta com uma sociedade mais justa e democrática nas relações humanas e natureza, e com o enfrentamento do modelo econômico perverso.”  

Hermano também defendeu o aprimoramento de políticas públicas ancoradas no Sistema Único de Saúde (SUS), a fim de intensificar ações voltadas aos povos e comunidades tradicionais, de forma a “combater as exclusões e as violências, e promover diálogos interdisciplinares e intersetoriais com os movimentos sociais e territórios”. 

A diretora da EPSJV, Anamaria D´Andrea Corbo, enfatizou a importância do encontro, afirmando que a discussão da agroecologia, da alimentação saudável e da soberania alimentar precisa ser transversal à formação de todas as trabalhadoras e trabalhadores que vão ingressar ou já estão na saúde, mesmo que a prática dessas pessoas não tenha relação direta com o fazer agroecológico. 

Ao apresentar os resultados da publicação Tecendo Redes, a pesquisadora Lorena Portela reforçou a importância  de os materiais serem apropriados de forma coletiva pelos grupos, a fim de impulsionar processos de formação na instituição e com as redes com as quais atuam, assim como de o estudo ser disparador de reflexões que aprofundem os significados do mapeamento e potencializem o que já vem sendo desenvolvido. 

Dialogando com os dados da publicação, várias pesquisadoras/es incentivaram a ampliação do processo de sistematização de experiências, com agregação do caráter formativo sobre o agroecologia, visando favorecer que iniciativas relacionadas ao tema, mas que ainda não são assim nomeadas, sejam identificadas, visibilizadas e fortalecidas, por meio da conexão com outras práticas. 


 
O relato da diretora da Creche Fiocruz, Silvia Motta, mostra como este reconhecimento entre os pares fortalece as ações: “A gente descobriu que já fazia agroecologia há mais de 30 anos, mas não conseguia nominar. A gente já fazia agroecologia quando a gente respeita as crianças; quando a gente respeita as famílias; quando a gente valoriza a alimentação, que é feita há tantos anos de uma forma saudável para que as crianças respeitem a alimentação; quando a gente diz que o único preconceito que tem na creche é com o preconceito…”.  

Em um trabalho articulado com a Agenda  de Saúde e Agroecologia e várias outras instituições, a Creche Fiocruz tem avançado na incorporação da agroecologia como como proposta político pedagógica na educação infantil, e robustecido as atividades da horta, plantio, sensibilização alimentar e compostagem. 

A expectativa é que os subsídios levantados na atividade contribuam com o planejamento da Agenda de Saúde e Agroecologia para os próximos dois anos, e que o grupo se mantenha coeso e atuante em ações estratégicas ao longo de 2023, a exemplo da 17ª Conferência Nacional de Saúde e do XII Congresso Brasileiro de Agroecologia. 

  

 

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