13/11/2024
Camila De’ Carli (Agência Fiocruz de Notícias) e Cristiane Boar (VPPCB/Fiocruz)
Fiocruz promove 3ª Edição de Simpósio Internacional sobre Regulação da Resposta Imune no contexto de doenças inflamatórias crônicas
A Fiocruz sediou, nos dias 28 e 29 de outubro, o Workshop sobre Avaliação de Risco Pandêmico e sua Intersecção com Mudanças Climáticas, evento que reuniu especialistas internacionais para discutir as crescentes ameaças de pandemias e o impacto das mudanças climáticas nesse cenário. Com o apoio da Organização das Nações Unidas, da Academia Nacional de Medicina dos Estados Unidos (NAM) e do Conselho de Monitoramento da Preparação Global, o encontro buscou ampliar o entendimento sobre os riscos pandêmicos e identificar lacunas no conhecimento científico atual para uma resposta mais rápida e eficaz a crises de saúde.
Vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira ressaltou o papel de liderança da instituição no fortalecimento da PPR na América Latina e no mundo (foto: Divulgação)
Representando o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, a vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da instituição, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira, deu as boas-vindas aos participantes e ressaltou o papel de liderança da Fiocruz no fortalecimento da Preparação, Prevenção e Resposta a Pandemias (PPR) na América Latina e no mundo. "A Fiocruz, como parte do Ministério da Saúde, desempenha um papel de protagonismo com seus 70% dos Laboratórios de Referência do Brasil, alguns deles atuando inclusive em parceria com a OMS", afirmou Lourdes, destacando a relevância da Fundação em garantir uma resposta ágil em emergências de saúde pública.
Durante seu discurso, Lourdes destacou que a Fiocruz mantém parcerias estratégicas com instituições globais, incluindo universidades, centros de pesquisa e outras organizações de saúde pública. "Essas colaborações ampliam nossa capacidade de enfrentamento diante de desafios globais de saúde, que são cada vez mais complexos e interconectados", explicou, reforçando que o Brasil, através da Fiocruz, possui uma posição estratégica no combate às pandemias e no avanço das políticas de saúde pública.
Para a vice, a realização do evento no Brasil demonstra a importância estratégica do país no cenário de saúde pública global e da Fiocruz como referência em pesquisa científica e inovação em saúde. “Estamos trabalhando com muitas parcerias internacionais. São muitas instituições com acordos com a Fiocruz, e isso aumenta nossas respostas para a população”, complementou.
Victor J. Dzau, presidente da Academia Nacional de Medicina dos Estados Unidos e também presente na abertura, pontuou a importância de métodos científicos que ajudem os formuladores de políticas a antecipar e mitigar riscos pandêmicos. “Precisamos desenvolver metodologias capazes de prever a magnitude dos riscos e ajudar as autoridades a tomarem decisões informadas”, afirmou Dzau. Ele também ressaltou a necessidade de compreender o impacto das mudanças climáticas no surgimento de doenças infecciosas, citando casos recentes de surtos como Mpox, gripe aviária, Marburg e Mers, que sinalizam a urgência de aprimorar a capacidade de resposta global.
O workshop explorou não apenas os aspectos técnicos da avaliação de risco, mas também promoveu uma troca entre especialistas de várias áreas, com o intuito de construir um panorama mais abrangente e detalhado sobre a relação entre saúde e mudanças climáticas. “Nosso objetivo é estabelecer um diálogo ativo e contínuo entre cientistas e autoridades de saúde para fortalecer a preparação contra pandemias futuras”, explicou Lourdes.
Além da Fiocruz e da NAM, o evento teve como parceiros a Fundação das Nações Unidas, o Conselho de Monitoramento da Preparação Global, e o apoio das fundações Skoll e Pax sapiens.