Vivências e conhecimentos ancestrais em saúde são temas do seminário de saúde indígena

“O seminário de saúde indígena é uma semente que liga a ciência ao nosso conhecimento. Esperamos que através da Ciência possamos fortalecer nossa cultura”. A reflexão é da bióloga e mestre em medicina tradicional indígena Tati Macuxi, que participou do seminário Avanços e Desafios da Saúde Indígena no Brasil: Contribuições dos projetos da parceria Fiocruz/Sesai realizado de 28 a 30 de novembro, pela Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz) e pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai/Ministério da Saúde), no Museu da Ciência e na Tenda Cultural, em Manguinhos/RJ. 

Foto: Suzane Durães

Durante os três dias de evento, no espaço “Práticas e saberes ancestrais indígenas em saúde”, além da Tati, pajés apresentaram vivências sobre as práticas ancestrais em saúde e mostraram seus conhecimentos das plantas medicinais e de cura e, uma visão mais integrativa do ser humano que vai além de diagnósticos baseados numa visão restritiva do processo saúde-doença.

O pajé Kumu também participou do evento e trouxe os cuidados com o corpo e de cura dos povos indígenas do Alto Rio Negro. Além disso, as pessoas que visitaram a tenda tiveram a oportunidade de conhecer cuidados em saúde, como escalda pés, defumação, massagem com óleos essenciais. Nos estandes também foram expostas plantas medicinais, pomadas, xaropes, entre outros produtos dos projetos apresentados durante o seminário. 

Foto: Guttemberg Brito

Os especialistas indígenas convidados para coordenar este Espaço, trabalharam na "Tenda de Cuidados e Ancestralidade" no Acampamento Terra Livre (ATL) deste ano. 

O espaço também serviu de ponto de encontro para rodas de conversa, onde especialistas indígenas de diferentes projetos, profissionais, pesquisadores e estudantes da área da saúde, promoveram debates sobre a saúde indígena no Brasil.

O fortalecimento da Medicina Tradicional Indígena é essencial para a efetivação do direito dos povos indígenas à atenção integral e diferenciada à sua saúde, conforme previsto pela Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), considerando a diversidade e as particularidades culturais que abrangem os povos indígenas no Brasil, princípios básicos da criação do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Desta forma, o seminário reforçou a importância da saúde indígena e da ciência para o país.