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Fiocruz participa de Conferência Livre das Favelas e Periferias


07/06/2023

Renata Dutra (Portal Favelas)

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Lideranças sociais das favelas e periferias se reuniram, no último sábado (3/6) na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), na Conferência Livre das Favelas e Periferias da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O evento visava debater e potencializar articulações em torno do direito humano à vida e à saúde, a partir das vivências em seus territórios. A conferência teve como tema Favelas e Periferias pelo Direito à Vida e em Defesa do SUS e contou com participações como da ex-deputada estadual Mônica Francisco; do presidente do Conselho Estadual de Direitos Indígenas, Carlos Tukano; do agente de saúde (ACS) Mauro Ferreira; e da representante do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes/Fiocruz), do Ministério da Saúde e da Comissão Organizadora da 17ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), Lúcia Souto. O evento ainda contou com o apoio da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), da Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz e da Asfoc-SN. 

Conferência debateu 'Favelas e Periferias pelo Direito à Vida e em Defesa do SUS' (foto: Daniel Freitas dos Santos, Cooperação Social da Fiocruz)

 

Com mais de 250 inscritos, a conferência reafirmou a importância da participação popular no processo de (re)construção do país, colocando o direito à vida em primeiro lugar na consecução de todas as políticas e um Sistema Único de Saúde (SUS), democrático, descentralizado, gerido com base técnica e soberania popular, que reconheça outros saberes e práticas curativas para além da biomedicina, de modo que seja constituída uma ação que contemple em qualidade e acesso os grupos populacionais vulnerabilizados. “Ter uma conferência de saúde com o debate voltado para o direito ao acesso do SUS em periferias e comunidades têm uma extrema importância, ainda mais na atualidade, onde a gente viveu anos em pandemia e mais o desmonte do SUS por causa de questões políticas, então é preciso que a voz da comunidade chegue. O SUS é do povo para o povo, então é o espaço onde a gente vai colocar nossas demandas que vai para a conferência nacional, que é onde é discutido o debate de política pública de saúde”, disse Lúcia Cabral, assistente social e coordenadora da ONG Educap - Complexo do Alemão.  

O ACS Mauro Ferreira debateu sobre o Trabalho de Moradores de Favela no SUS: os ACS em ação e também falou sobre a importância da participação popular em conferências de saúde: “É importante que haja movimentos como esse em todo o município e que isso atinja muito mais pessoas para que a gente consiga levar informação e demandas e soluções enquanto periferias e favelas”, afirmou. 

A organização da conferência nasceu da mobilização de diversas organizações em torno do tema da promoção da saúde nas favelas e periferias: o Portal Favelas; o Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes); a Coletiva Popular de Mulheres da Zona Oeste; o Espaço Democrático de União, Convivência, Aprendizagem e Prevenção do Complexo do Alemão (Educap); a Organização Redes da Maré; a Organização Mulheres de Atitude (OMA Manguinhos); o jornal Fala Manguinhos; o Fórum de Prés Vestibulares Populares do Rio de Janeiro (FPVP-RJ); o Espaço Gaia São Gonçalo; a Federação das Associações de Favelas do Rio de Janeiro (Faperj); o Levante Popular da Juventude; o Movimento Mulheres Vivas Zona Oeste e o Fórum Favela Universidade (FFU). A Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, a partir do projeto de Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis em Centros Urbanos (PTSSCU) e o informativo Radar Saúde Favela; o Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN); a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz) e o Pré-Vestibular Social do Sintuperj são parceiros e apoiadores da atividade. 

A atividade contou também com participações culturais como: Mística – Levante Popular, As Mariamas e Dona Celeste Estrela, que se apresentaram e dialogaram com o tema da saúde. Além disso, teve um momento de microfones abertos onde a população pôde dar a sua contribuição e falar sobre o SUS em sua localidade. “A gente precisa falar de educação e saneamento básico, isso tudo é saúde. Saúde não é mercadoria. Nós da favela estamos bem mobilizados quanto a questão do SUS, e queremos mudar a realidade da favela, queremos saneamento básico como meta para a saúde e queremos que a saúde funcione”, destacou Lúcia Cabral. 

O evento se relaciona diretamente aos debates instituídos pelo processo da 17ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), que ocorre em julho de 2023, especialmente nos eixos I - O Brasil que temos, O Brasil que queremos e III - Garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia.

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