Um estudo avaliou a prevalência e o perfil clínico da doença de Chagas em indivíduos da comunidade rural Assentamento Zumbi dos Palmares, localizada próxima ao município de Camamu, no sul da Bahia. Coordenado pelo pesquisador Fred Luciano Santos, da Fiocruz Bahia, e realizado em conjunto com pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o artigo com os resultados da pesquisa foi publicado na revista Pathogens [1].
Em testes de 217 indivíduos para doença de Chagas, dois tiveram resultados positivos, sendo a prevalência global de 0,92%. Um dos casos foi de um homem de 22 anos, nascido em Camamu, sem evidência de transmissão congênita, sugerindo outras vias de transmissão, como a vetorial. O outro caso foi de um homem de 69 anos, natural de São Felipe, que mora em uma casa de alvenaria e possui marca-passo devido ao comprometimento cardíaco causado pela doença de Chagas. Ambos são agricultores.
A partir dos resultados, os pesquisadores concluíram que a prevalência nesta comunidade foi inferior ao esperado, dadas as condições socioeconômicas e os fatores ambientais que contribuem para a transmissão do parasito causador da doença. Fator que pode ser atribuído à implementação de medidas preventivas e programas de controle de vetores pelo governo brasileiro. Por outro lado, os especialistas avaliaram que a vigilância contínua é essencial para manter os esforços de controle e detectar qualquer potencial reemergência da doença.
Ainda que a prevalência global tenha sido baixa, a pesquisa conclui que a detecção de casos positivos ressalta a necessidade de medidas contínuas de vigilância e controle em populações vulneráveis, como as comunidades rurais. A vigilância ativa, o diagnóstico precoce e o tratamento em tempo adequado são cruciais na prevenção da progressão da doença e das complicações, aumentando assim a eficácia dos programas de rastreio e tratamento.