01/10/2012
Fonte: Instituto Oswaldo Cruz
Um artigo publicado na revista científica Nature neste domingo (30/9) representa a abertura de um novo paradigma na busca de uma possível vacina para o HIV. Até agora, os estudos buscavam uma abordagem focada nos anticorpos contra a síndrome. Mas o estudo recém-divulgado tem como alvo as células T CD8, elemento-chave no processo de controle da carga viral que aparece em alguns dos infectados. Seu objetivo é comprovar que essas células controlam a replicação do vírus, independentemente da produção de anticorpos. A pesquisa é liderada por David Watkins, da Universidade de Miami, e tem a colaboração de quatro brasileiros, dentre eles três pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
“Com este artigo, nosso grupo está apontando que é possível percorrer um novo caminho, uma nova abordagem, que ainda não tinha sido suficientemente validada”, afirma a pesquisadora Myrna Bonaldo, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e uma das colaboradoras do projeto, juntamente com Ricardo Galler (pesquisador de Biomanguinhos/Fiocruz), Marlon Santana (bolsista do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do IOC/Fiocruz) e Maurício Martins (brasileiro que atua na Universidade de Miami, na equipe de David Watkins).
Células assassinas
O trabalho publicado na Nature tem como foco os chamados "controladores de elite": pessoas que, apesar de possuirem o HIV, não desenvolvem o conjunto de sintomas que caracterizam a Aids. Esse processo de controle da carga viral estaria associado às células T CD8 protetoras , que atuam com função citotóxica. Ou seja: estas seriam verdadeiras células assassinas que matam as células T CD4 infectadas com o HIV. Uma das novidades do estudo publicado na Nature foi identificar que os controladores de elite limitam a carga viral ao gerarem uma vigorosa resposta imune mediada por células T CD8 protetoras. Para testar a validade da abordagem celular, os pesquisadores utilizaram dois grupos de macacos rhesus.
O próximo passo da pesquisa é descobrir o que torna estas células citotóxicas tão eficazes. E, desvendado o mecanismo, buscar nele pistas para uma possível vacina.
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"Com este artigo, nosso grupo está apontando que é possível percorrer um novo caminho, uma nova abordagem, que ainda não tinha sido suficientemente validada" (Myrna Bonaldo, pesquisadora do IOC)
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