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Oficina online debate os impactos do uso de agrotóxicos no Brasil

Foto de trabalhdores rurais caminhando em uma plantação de cana

09/08/2016

Fonte: Coep*

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O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Estima-se que cada brasileiro ingira, indiretamente, uma média de 5,2 litros de venenos por ano, o equivalente a duas garrafas e meia de refrigerante, ou a 14 latas de cerveja. Além disso, utiliza 22 produtos que já foram banidos em outros países, devido à comprovação de seus efeitos nocivos, e convive com a falsificação e o contrabando desses venenos.

Diante desse cenário, que gera insegurança e medo, a Rede Mobilizadores promove, de 15 a 19 de agosto, a oficina online gratuita Agrotóxicos: impactos e alternativas, para debater os principais efeitos desses produtos sobre a saúde da população e do meio ambiente, e os principais obstáculos para redução do uso de venenos em nossa produção agrícola.

A atividade terá facilitação de André Burigo, pesquisador e professor da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), integrante do Grupo de Trabalho Saúde e Ambiente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e um dos organizadores do Dossiê Abrasco sobre Agrotóxicos.

Segundo o Dossiê Abrasco, 70% dos alimentos in natura consumidos no país estão contaminados por agrotóxicos. Desses, de acordo com a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 28% contêm substâncias não autorizadas.

O uso crescente de agrotóxicos em nosso país deve-se a dois fatores prioritários: a opção por um modelo de desenvolvimento baseado em latifúndios monocultores voltados para exportação, e uma série de políticas, como a redução e a isenção de impostos que, ao longo do tempo, tem incentivado o uso desses produtos na agricultura. O país oferece mais benefícios ao cultivo baseado no uso de agrotóxicos do que aos cultivos orgânicos. Mas, se houve um incentivo ao uso de venenos na produção agrícola, este não foi acompanhado pelo cuidado em treinar e orientar os produtores rurais quanto à manipulação e aplicação desses produtos, o que tem levado a milhares de casos de contaminação de trabalhadores do campo.

Além de ter estimulado o uso de agrotóxicos, a política governamental também incentivou os agricultores familiares a trocarem as sementes tradicionais, que eles mesmos selecionavam e plantavam, pela semente híbrida, sob alegação de que era mais produtiva, comprometendo, assim, a sobrevivência econômica e a segurança alimentar dessas populações.

A proposta é que, durante a oficina, os participantes possam debater os motivos que levaram o Brasil se tornar o maior consumidor de agrotóxicos do planeta; os principais efeitos do uso de venenos na produção de alimentos sobre a saúde da população, dos trabalhadores rurais e do meio ambiente; as dificuldades para se reduzir o uso de agrotóxicos; a viabilidade de se produzir alimentos em grande escala sem uso de produtos químicos tóxicos, entre outros.

Inscrições
As inscrições para a oficina podem ser feitas de 09 a 19 de agosto. Para se inscrever, é preciso estar cadastrado no site da Rede Mobilizadores. Depois de cadastrado, é possível efetuar a inscrição no próprio site da rede. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (21) 2525-3352 ou no site da rede.

Esta oficina esta sendo realizada com apoio: Banco do Brasil e Furnas

* Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida (Coep)

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