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Crianças são as principais vítimas de intoxicação por soda cáustica


16/10/2023

Por: Aline Almeida e Everton Lima (IFF/Fiocruz)

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A ingestão acidental de substâncias corrosivas ainda é um problema muito frequente na infância. O hidróxido de sódio (soda cáustica) é um dos principais produtos utilizados pelas famílias brasileiras para desobstrução de vasos e pias. Contudo, o uso dessa substância pode provocar lesões graves e danos irreversíveis à saúde. Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de mortes por intoxicação de crianças de 1 a 14 anos ocupa o 6º lugar. Observa-se que o maior número de mortes infantis por acidentes domésticos ocorreu na faixa etária de 0 a 4 anos.

Trata-se de uma fase exploratória na qual a criança não possui capacidade para identificar os riscos de acidentes, sendo nesta etapa inicial que ocorre a maior incidência de ingestão de substâncias cáusticas. “Frente a esses dados, é importante pensar como essas substâncias estão sendo comercializadas e utilizadas pela população brasileira. Sabe-se que muitos produtos de limpeza são comercializados sem atender às exigências previstas na legislação sanitária. Muitos desses materiais são armazenados em embalagens de refrigerante sem qualquer rótulo e lacres de segurança”, alerta a endoscopista pediátrica do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Paula Peruzzi Elia (clique aqui e confira mais orientações).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a maior parte das ocorrências acontece em comunidades carentes, em decorrência do baixo custo dos produtos clandestinos, pela falta de espaços para armazenamento e pelas condições impróprias de moradia e saneamento básico. “Embora saibamos que os acidentes por intoxicação poderiam ser evitados através de políticas públicas relativamente simples, esse ainda é um problema frequente na infância e gera um prejuízo extremamente negativo na saúde da criança”, analisa a assistente social do IFF/Fiocruz, Aline Almeida.

Atuação do IFF/Fiocruz

Em 2022, o Instituto inaugurou o Ambulatório de Patologias do Esôfago, formado por uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas, fonoaudióloga, assistente social e psicóloga, para atendimento de crianças com doenças esofágicas. Nesse contexto, Aline Almeida, integrante do Ambulatório, destaca a importância de promover estratégias de enfrentamento desses acidentes e disseminação de informações sobre o tema. “As medidas de prevenção e controle dos acidentes precisam ser compreendidas no âmbito da saúde pública, havendo necessidade de ações preventivas junto ao Estado, família e sociedade em geral”.
 

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