A Fiocruz trouxe para o centro da pauta um amplo debate sobre a maconha, no Seminário Internacional Maconha: Usos, Políticas e Interfaces com a Saúde e Direitos, realizado nos dias 1, 2 e 3 de julho de 2014, nos auditórios da Escola de Magistratura do Rio de Janeiro (Emerj), Centro do Rio de Janeiro.
No evento, promovido pela Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) e pelo Centro de Estudos Estratégicos (CEE) da Fundação, em parceria com os fóruns de Direitos Humanos e de Direito e Saúde da Emerj, foram discutidos os usos da maconha – medicinal, religioso, recreativo e industrial –, seu comércio e consumo, os impactos da atual legislação sobre drogas e as nuances relativas à produção da canabbis, relacionando esses aspectos com a saúde e com os direitos de usuários e população em geral.
Entre os palestrantes, de diversas especialidades e áreas de atuação, destacam-se Julio Calzada, ex-secretário Geral da Junta Nacional de Drogas durante o governo de José Mujica, que coordenou a implantação do programa de controle da produção da maconha no Uruguai; e Augusto Vitale, do Instituto de Regulação e Controle da Cannabis do Uruguai.
Ao promover o evento, a Fiocruz situa-se na contramão da lógica da guerra às drogas, que se mostrou ineficiente no seu objetivo de eliminar/conter a disseminação do uso de drogas consideradas ilícitas, levando, em vez disso, à criminalização e à estigmatização da pobreza, violação de direitos e militarização da segurança pública, entre outras consequências negativas.