25/03/2013
Fonte: Informe Ensp
A cobertura de telhados com módulos de vegetação removíveis é um projeto, atualmente em teste na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), desenvolvido pelo engenheiro civil e pesquisador do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental Renato Castiglia. Se o Projeto Telhados Verdes fosse adotado em massa, haveria menos precipitações chegando ao solo, já que o experimento retém água. Com isso, ocorreria uma redução do risco de enchentes. Assim, o projeto se alinha ao tema escolhido para celebrar o Dia Mundial da Água (22/3) deste ano: Cooperação pela Água.
Em dezembro de 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 2013 o Ano Internacional das Nações Unidas da Cooperação pela Água, em virtude da Resolução A/RES/65/154. O tema Cooperação pela Água é inédito, o que ressalta sua importância e confere particular relevância a este Dia Mundial da Água, o vigésimo desde sua criação. Segundo a Unesco, o Ano Internacional da Cooperação pela Água encoraja partes interessadas, nas esferas internacional, regional, nacional e local, a agir em prol da campanha. Seu objetivo é gerar esforços de conscientização quanto ao potencial e aos desafios da cooperação pela água que facilitarão o diálogo entre atores e promoverão soluções inovadoras para o tema.
Baixo custo
Os experimentos preliminares dos telhados verdes fazem parte do projeto de pós-doutorado do pesquisador Renato Castiglia, que será realizado na Universidade de Sydney (Austrália). A ideia principal é a cobertura dos telhados existentes com módulos de vegetação removíveis, com o objetivo de minimizar custos de implantação e manutenção do sistema de drenagem, além de possíveis transtornos com manuseio de terra e vegetação. De acordo com o pesquisador, a ineficiência dos sistemas remete às constantes inundações urbanas, principalmente nos períodos de precipitação mais intensa, agravando os problemas relacionados à qualidade das águas e ao saneamento urbano. “Tais fatos expõem a saúde das populações ao risco, principalmente nas áreas mais carentes”, explicou.
Como parte do experimento, Castiglia utilizou recipientes plásticos e encheu-os de plantas que toleram até dois meses sem água. Os recipientes foram, então, encaixados, sem qualquer espaço entre eles, sobre o telhado. Resultado: as plantas retêm o calor e a chuva. Quando a chuva vem em quantidade, o excesso de água escoa da terra para outro vão, de onde pode sair sem provocar infiltrações. “Por meio de simulações de chuvas artificiais, ficou constatada, em condições iniciais de solo seco, a capacidade de retenção de aproximadamente 20 litros de água por metro quadrado vegetado”, afirmou o pesquisador.