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Dicionário Feminino da Infâmia está em fase final de produção

Mulher com mãos escondendo o rosto

08/03/2013

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Por Daniela Lessa

O Dicionário Feminino da Infâmia – Acolhimento e Diagnóstico de Mulheres em Situação de Violência, produzido no âmbito do Comitê de Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, está em fase final da produção e deverá chegar ao público no segundo semestre deste ano. O objetivo do dicionário é aproximar a teoria sobre a equidade de gênero à prática de atendimento de mulheres em situação de violência no Brasil e, por isso, a pesquisadora da Fiocruz Minas e Coordenadora do Comitê de Pró-Equidade na Fiocruz, Elizabeth Fleury, comenta o assunto nesse 8 de março, data em que se celebra o Dia Internacional da Mulher.

Elizabeth, que é também organizadora da obra ao lado da pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Stela Meneghel, informa que o dicionário foi elaborado para atender às demandas dos próprios profissionais de atendimento nas áreas de saúde, segurança pública, assistência social etc. por melhor formação para acolher adequadamente o público feminino em situação de violência. Essas demandas foram colhidas durante o I Fórum Fiocruz de Mulheres em Situação de Violência: uma questão de saúde pública, realizado em 2010.

Em sua elaboração, o dicionário envolveu mais de 80 colaboradores, entre pesquisadores das áreas de gênero e afins, tais como psicologia, saúde, áreas de segurança e jurídica etc., visando criar um produto de viés pedagógico voltado para contribuir de forma que o profissional que atende estas pessoas obtenha algumas orientações sobre como fazê-lo. Também, ao final de cada verbete dos campos de interesse dessa discussão, o profissional encontrará referências bibliográficas de forma que possa ampliar sua busca por mais conhecimentos na área.

Acolhimento

A pesquisadora destaca que o atendimento ao público é fundamental para que os direitos das mulheres conquistados na forma de leis, como a Lei Maria da Penha, sejam efetivamente exercidos. “Quando uma mulher que sofreu violência doméstica, por exemplo, supera suas resistências pessoais e vai a uma instituição pedir ajuda, ela precisa ser acolhida; se for desqualificada ou atendida sem o cuidado necessário, seu acesso ao direito conquistado será prejudicado”, analisa.

A distribuição do livro terá abrangência nacional para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para o Sistema Único de Assistência Social (Suas), com lançamento inicial pensado para cinco capitais onde estão concentrados grande parte dos pesquisadores que colaboraram na elaboração dos verbetes: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília e Salvador, onde serão realizados seminários pedagógicos junto com a entrega dos livros. “Como a proposta do dicionário é ser didádico, é importante que a entrega da obra seja condicionada à realização de uma atividade de discussão dos temas contemplados na publicação, reunindo vários dos pesquisadores que contribuíram com esta obra de referência e ainda parte das equipes de profissionais de cada uma destas regiões metropolitanas que atendem as mulheres nos serviços de ponta ”, comenta Elizabeth.

Além do lançamento do dicionário, o Comitê de Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz realizará uma série de atividades em 2013. Estão previstas palestras, cursos e capacitações para públicos internos e externos à Fiocruz. A professora comenta que a importância desse trabalho transcende as fronteiras da Fundação uma vez que os princípios do Programa Nacional Pró-Equidade de Gênero (da Secretaria de Política Para Mulheres, Governo Federal), ao qual o Comitê está vinculado, são de combate a todas as formas de violência no trabalho e nas relações entre as pessoas, envolvendo combate à homofobia, preconceitos étnicos em geral e abusos de toda ordem.

“Tendo em vista que a Fiocruz é uma instituição de nível nacional e internacional, que faz, sobretudo, formação de recursos humanos de alto nível, esses profissionais vão influir em políticas públicas de saúde e de assistência social em esferas variadas de governos (municipal, estadual ou federal). Portanto, é evidente que a prática e o discurso de um Comitê que prega valores de respeito aos direitos humanos também influenciam tanto os profissionais que permanecem na Fiocruz quanto os que vão para outras instituições e levam consigo filosofia de promover uma atenção igualitária às pessoas”, conclui Elizabeth.

Conheça mais sobre o Programa de Pró-Equidade de Gênero e Raça.

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