25/07/2012
Por Daniela Lessa
A Fiocruz, por meio de suas iniciativas em favor do aleitamento materno, participa do fortalecimento dessa prática no Brasil e no exterior. No período de 1 a 7 de agosto, em que se comemora a Semana Mundial de Aleitamento Materno, promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH) e do Programa Iberoamericano de Bancos de Leite Humano (IberBLH), João Aprígio Guerra de Almeida, comenta esse trabalho, que adotou um novo paradigma de qualidade a partir de 1985 e vem sendo progressivamente valorizado e considerado um exemplo internacionalmente.
A dimensão do projeto pode ser avaliada a partir de alguns de seus resultados, como, por exemplo, o número de crianças e mulheres assistidos. Em 2011, a rBLH beneficiou cerca de 173 mil recém-nascidos internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e atendeu 1,9 milhão de mulheres com algum tipo de dificuldade relacionada à amamentação. No Brasil, existem 208 bancos de leite e 15 estão em fase de implantação. O projeto também tem alcance internacional e já chegou a outros 23 países.
Para Aprígio, todo esse crescimento só foi possível devido ao apoio do Ministério da Saúde, que adotou a amamentação como estratégia de segurança alimentar nacional e investiu em pesquisa e desenvolvimento tecnológico nessa área. “Foi por ser considerada estratégica e por ter recebido investimentos que a rBLH pode se desenvolver ao ponto de ser considerada um paradigma internacional”, observa. Ele explica que, embora já existissem bancos de leite antes de 1985, a rede envolve dois macroprocessos específicos. Um deles é ligado à proteção, promoção e apoio ao aleitamento e outro é relativo ao controle de qualidade na coleta, no processamento e na distribuição do leite humano.
Reconhecimento internacional
Recentemente, a rede brasileira de leite humano foi mencionada pelo jornal britânico The Guardian, como um exemplo êxito na cooperação no eixo Sul-Sul, confirmando o reconhecimento que órgãos internacionais já havia concedido à iniciativa anteriormente. Aprígio também aponta o apoio do Ministério das Relações Internacionais, por meio da sua Assessoria de Internacional Assuntos de Saúde (Aisa) e da Agência de Brasileira de Cooperação (ABC), como fator decisivo para o aumento da visibilidade internacional do projeto brasileiro.
Ele lembra que um dos fatos decisivos para a internacionalização das redes de leite humano foi a participação do Brasil no Fórum da Cúpula de Chefes de Governo e Estado da Ibero-América de 2007. “Durante o evento, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) solicitou a cooperação do Brasil para a criação de programas de aleitamento materno na região das Américas, o que resultou na criação do Programa Ibero-americano de Bancos de Leite Humano”, conta.
Atualmente esse programa já ultrapassou a esfera geográfica inicial e alcança países da África e da Península Ibérica, além dos do Caribe e de todos da América do Sul. Em 2009, a iniciativa conquistou outro reconhecimento importante, sendo considerada um dos programas da ONU mais exitosos no eixo Sul-Sul. Em 2010, a rede foi tema de um estudo de caso da Opas.
A rBLH é um projeto coordenado pelo Instituto Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Acompanhe sua evolução na linha do tempo.
Veja a programação das atividades da Semana Mundial de Aleitamento Materno no Brasil e na América Latina.
Foi por ser considerada estratégica e por ter recebido investimentos que a rBLH pode se desenvolver ao ponto de ser considerada um paradigma internacional
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