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Nutricionistas falam sobre sinais e sintomas da diabetes na infância


14/11/2017

Por: Juliana Xavier (IFF/Fiocruz)

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O diabetes é uma doença crônica, que atinge 382 milhões de pessoas em todo o planeta, de acordo com dados da Federação Internacional de Diabetes. Ratificando esse número, o Ministério da Saúde (MS) aponta que 30% dos jovens consomem doces em demasia. E para conscientizar a população sobre o Diabetes Mellitus (DM), o dia 14 de novembro é considerado o Dia Mundial do Diabetes.

Fernanda Simões, nutricionista do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e Luiza Scancetti, nutricionista residente do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), explicam que a doença é causada pela ausência ou ineficiência da insulina, que é o hormônio responsável pelo controle da glicose no sangue. “As crianças brasileiras totalizam um milhão de registros da doença e o Diabetes Melitus tipo 1, também denominado infanto-juvenil, é mais frequentemente encontrado em crianças e adolescentes, sendo em 95% dos casos resultantes da destruição autoimune das células beta do pâncreas, que leva a deficiência absoluta de insulina”, ressalta a nutricionista. Após o diagnóstico, é necessário o monitoramento da glicose e o uso da insulina necessária, que será administrada via subcutânea, através de seringas, canetas aplicadoras ou bomba de infusão contínua.

As nutricionistas dão uma lista de sinais e sintomas, com os quais os pais e cuidadores precisam estar atentos. Notando a presença de algum deles é interessante consultar um médico e informar as suspeitas para que os exames adequados possam ser realizados. São eles:

-    Aumento da sede: a criança passa a beber mais água que o normal e, mesmo assim, continua sedenta;
-    Aumento da diurese: como consequência da ingestão excessiva de água, ocorre um aumento na quantidade de urina produzida pelo corpo, que se reflete em maior frequência ao banheiro;
-    Perda de peso: apesar de um notório aumento de apetite, a criança não engorda e ainda passa a perder peso de forma repentina.

Segundo Fernanda Simões, o objetivo prioritário da conduta nutricional na criança e no adolescente é manter o crescimento e o desenvolvimento adequados e simultaneamente adequar os aspectos relacionados ao controle glicêmico. “A intervenção nutricional direcionada a crianças com Diabetes tipo 1 aponta a importância de integrar insulina, dieta e atividade física, reforçando o ajuste da terapia insulínica ao plano alimentar individualizado como a chave para o adequado controle metabólico. Uma das estratégias para individualizar, flexibilizar a ingestão alimentar e obter um controle glicêmico adequado é o método de contagem de carboidratos”, explicou ela.

As nutricionistas enfatizam que uma alimentação balanceada, com acompanhamento nutricional, uma rotina que envolva exercícios físicos regulares e acompanhamento médico, com o monitoramento das taxas glicêmicas, são as formas de se obter uma boa qualidade de vida mesmo desenvolvendo o diabetes na infância. “É recomendável evitar alimentos artificiais, ricos em açúcares, frituras e carboidratos simples, ao passo que se deve priorizar alimentos vegetais, legumes e frutas, ricos em fibras, peixe, carnes pouco gordurosas e com pouco sal. São medidas simples, para todos da família e que podem garantir uma vida mais saudável.

Uma alimentação desregrada e uma vida sedentária são fatores que podem desencadear diversos problemas no futuro, entre eles, a obesidade”, finalizam Fernanda Simões e Scancetti.

Veja também o especial sobre as diabetes no Portal Fiocruz

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