Fiocruz

Fundação Oswaldo Cruz uma instituição a serviço da vida

Início do conteúdo

Linha do tempo


Esta retrospectiva dos eventos que marcaram a história da Fundação Oswaldo Cruz reúne momentos célebres da pesquisa no Brasil e conta a trajetória de cientistas que ajudaram a consolidar a instituição como referência em saúde pública.

Para ver a linha do tempo em versão flash, você deve estar com o Javascript habilitado e ter instalada a versão 8 (ou superior) do programa Flash Player.

Seguem os principais destaques de mais de um século de história, organizados por décadas.

1900 – 1910
...........................................................................

O período caracteriza-se pelo desenvolvimento da aviação e do automóvel. É também o momento em que se inicia a chamada Arte Moderna.

Anos em destaque:

1899/1900. Em 22 de agosto de 1899, o prefeito do Distrito Federal (Rio de Janeiro) Cesário Alvim solicitou ao Barão de Pedro Affonso, à frente do Instituto Vacínico Municipal do Rio de Janeiro (criado em 1894), a produção de soros contra a peste bubônica. Assim, em 25 de maio de 1900 nasce o Instituto Soroterápico Federal , na distante fazenda de Manguinhos, em Inhaúma, sob a direção geral do Barão de Pedro Affonso e a direção técnica de Oswaldo Cruz .

1902. Oswaldo Cruz assume a direção geral do Instituto Soroterápico Federal, após o pedido de exoneração do barão de Pedro Affonso. O engenheiro Francisco Pereira Passos  é nomeado prefeito do Rio de Janeiro, com a incumbência de fazer uma ampla reforma urbana, a fim de modernizar a cidade.

1903. Oswaldo Cruz é nomeado pelo presidente Rodrigues Alves Diretor Geral de Saúde Pública, deflagrando campanhas de saneamento no Rio de Janeiro. Sua missão era realizar a reforma sanitária da capital, combatendo principalmente a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Tal fato foi decisivo para que Manguinhos, a exemplo do Instituto Pasteur de Paris, onde o cientista fez sua especialização, se tornasse referência em saúde pública. Nesse período Oswaldo Cruz inicia a construção do conjunto arquitetônico histórico de Manguinhos – o conjunto inclui o Pavilhão Mourisco ou Castelo de Manguinhos; a Cavalariça; o Quinino; o Pavilhão do Relógio ou Pavilhão da Peste; o Aquário de Água Salgada; o Hospital Oswaldo Cruz; o Pombal ou Biotério para Pequenos Animais.

1904. Entra em vigor o novo Código Sanitário, reformulado por Oswaldo Cruz, que institui a obrigatoriedade da vacinação antivariólica. A medida é duramente criticada pelos jornais de oposição, que a denominaram “Código de Torturas”. Oswaldo Cruz recrudesce as campanhas de saneamento, sofrendo represálias da opinião pública, que culminaram com a Revolta da Vacina. Ao final deste episódio, a obrigatoriedade é revogada.

1905/1906. Início da construção do Castelo Mourisco pelo arquiteto Luis Moraes Junior. Oswaldo Cruz segue em expedição pelos portos marítimos e fluviais do Brasil com o objetivo de traçar um grande plano de modernização e saneamento. É a primeira vez que um cientista faz um levantamento sobre as condições de saúde do Brasil. Nesse ano, Oswaldo Cruz inspeciona 23 portos no norte do país. A partir daí, a equipe de Manguinhos começou a desbravar o interior do Brasil com o objetivo de estudar e debelar moléstias que dificultavam a expansão do capitalismo brasileiro. 

1907. A febre amarela é erradicada no Rio de Janeiro e Oswaldo Cruz e os demais cientistas de Manguinhos recebem a medalha de ouro no XIV Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, pelo trabalho de saneamento na capital da República. O Instituto Soroterápico Federal passa a se chamar Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos.

1908. O Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos é rebatizado como Instituto Oswaldo Cruz. Concessão da primeira patente de Manguinhos com a descoberta da vacina contra o carbúnculo sintomático – ou peste da manqueira – realizada por Alcides Godoy. Adolpho Lutz ingressa no Instituto Oswaldo Cruz. A bagagem extraordinária de conhecimentos zoológicos que Adolpho Lutz leva para Manguinhos é decisiva para a construção de suas coleções biológicas e para o ensinamento dos jovens médicos recrutados por Oswaldo Cruz.

1909. É implementado, no Instituto Oswaldo Cruz, um sistema de disseminação de informação entre os cientistas que se baseava na leitura e resumo, realizados semanalmente, de artigos de periódicos científicos nacionais e internacionais recém-chegados à instituição. Esse sistema é denominado “Mesa das quartas-feiras”. Carlos Chagas descreve o ciclo completo da tripanosomíase americana, um feito ímpar na área de ciências biomédicas. Primeira edição da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.

1910. Oswaldo Cruz e Belisário Penna vão à Amazônia a convite da empresa norte-americana que construía a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, a fim de erradicar a malária. Nesse período, Cruz elimina a febre amarela no Pará.

1910 – 1920
...........................................................................

O mundo vivencia a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a Revolução Russa (1917). O rádio se populariza como mídia de massa e o automóvel como meio de transporte. É a década dos movimentos artísticos modernistas, especialmente o cubismo e o dadaísmo. O período é marcado também pelo surgimento do jazz.

Anos em destaque:

1911. O Instituto Oswaldo Cruz ganha diploma de honra na Exposição Internacional de Higiene e Demografia de Dresden, na Alemanha, pela descoberta da doença de Chagas.

1912. Início das obras de construção do Hospital Oswaldo Cruz, atual Instituto Nacional de Infectologia (INI) e antigo Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec), cuja missão é estudar as doenças infecciosas por meio de projetos de pesquisa e ensino interprofissionais.

1916. Em função do agravamento do estado de saúde de Oswaldo Cruz, que sofria de insuficiência renal, diagnosticada por Salles Guerra (seu amigo e biógrafo) em 1907, o cientista é aconselhado a se afastar do Instituto. Nomeado prefeito de Petrópolis, assume o cargo com um ambicioso plano de urbanização.

1917. Oswaldo Cruz morre em Petrópolis, aos 44 anos, de insuficiência renal. Nesse período, o Instituto Oswaldo Cruz gozava de expressão nacional e o trabalho de seus pesquisadores se ligava a importantes feitos da ciência brasileira e mundial, como a descrição, por Carlos Chagas, do ciclo da doença de Chagas.

1918. Conclusão das obras do Pavilhão Mourisco. No ano seguinte, o Instituto Vacínico do Rio é incorporado ao Instituto Oswaldo Cruz. Isso possibilita que, em 1922, a vacina contra a varíola passe a ser fabricada no IOC.

1920. A Diretoria Geral de Saúde Pública é substituída pelo Departamento Nacional de Saúde Pública. Carlos Chagas, sucessor de Oswaldo Cruz na direção do Instituto Oswaldo Cruz, é nomeado diretor do novo órgão federal, função que exerceu até 1926. Nesse período pode, finalmente, como pretendera Oswaldo Cruz, reorganizar os serviços sanitários do país, atribuindo à União a competência pela promoção e regulação desses serviços em todo território nacional.

1920 – 1930
...........................................................................

É o período no qual os Estados Unidos se consolidam como potência mundial. No Oriente Médio, chega ao fim o Império Otomano. No Leste Europeu, cresce o comunismo e é formada a União Soviética. Avançam as ciências biológicas, principalmente após a invenção da insulina e da penicilina. É criada a televisão. No Brasil acontece a Semana de Arte Moderna, em São Paulo.

Anos em destaque:

1924. Criação, por iniciativa de Carlos Chagas e de Antonio Fernandes Figueira, fundador da Sociedade Brasileira de Pediatria, o Abrigo Hospital Arthur Bernardes, posteriormente denominado Instituto Fernandes Figueira. O IFF, atualmente centro de referência em Genética Médica, Neonatologia de Alto Risco, Patologia Perinatal e Doenças Infecto-parasitárias, é integrado à Fiocruz em 1970.

1925. O físico alemão Albert Einstein visita o IOC em 9 de maio. Na data, o periódico O Jornal abriu uma de suas reportagens com manchete de primeira página intitulada "O Dia de Einstein": "Einstein, o grande mathematico que, atualmente, o Rio hospeda, passou hontem mais um dia em nossa metropole, tendo feito uma visita ao Instituto Oswaldo Cruz e realizado sua segunda conferência na Escola Polytechnica".

1930 – 1940
...........................................................................

É uma das épocas mais sangrentas da História mundial. Hitler assume o cargo de chanceler na Alemanha. Tem início a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Movimentos totalitários eclodem em outros países europeus, com Mussolini na Itália, Salazar em Portugal, Francisco Franco na Espanha e Stálin na União Soviética. No Brasil, o golpe de Estado de Getúlio Vargas dá início ao Estado Novo.

Ano em destaque:

1937. Inauguração do Laboratório do Serviço Especial de Profilaxia da Febre Amarela pela Fundação Rockfeller, dentro do Instituto Oswaldo Cruz, e emprego da vacina contra a febre amarela pela primeira vez no Brasil. Desde então, ela vem sendo produzida pela Fundação Oswaldo Cruz. Atualmente, a Fiocruz é responsável por 80% da produção mundial deste imunizante.

1940 – 1950
...........................................................................

Os conflitos armados que assolaram a década anterior chegam ao apogeu, com o Holocausto e as bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, que puseram fim à Segunda Guerra Mundial. Tem início a Guerra Fria. São criados o primeiro computador, o primeiro helicóptero e o primeiro transistor.

Anos em destaque:

1942. Início da construção do núcleo modernista do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). O núcleo modernista constitui-se de quatro prédios: o Pavilhão Arthur Neiva, ou Pavilhão de Cursos, construído entre 1948 e 1951, com mural de azulejos desenhado por Burle Marx; o Pavilhão do Restaurante Central, ou Pavilhão Carlos Augusto da Silva, construído entre 1947 e 1951, que garantiu ao arquiteto Jorge Ferreira menção do júri na 1ª Bienal de Arquitetura de São Paulo, em 1951; o Pavilhão de Patologia (atual Carlos Chagas) e o Pavilhão da Biologia.

1948. Delimitação definitiva dos limites físicos do campus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) com a incorporação de dois terrenos situados entre o mar e a Avenida Brasil. Com a delimitação física do terreno, a estrada de Manguinhos, antes via pública, passa a ficar dentro do campus, atendendo somente ao fluxo interno do Instituto. O acesso externo ao campus deu-se com a construção da Avenida Brasil, em 1946.

1950 – 1960
...........................................................................

É a fase que antecede as revoluções comportamentais e tecnológicas da segunda metade do século XX. Têm início as primeiras transmissões de televisão no Brasil. É considerada a "idade de ouro" do cinema norte-americano e o período de importantes descobertas científicas, como o DNA. A primeira vacina de poliomelite, desenvolvida por Jonas Salk, é oferecida ao público.

Ano em destaque:

1950. Comemoração do cinqüentenário do Instituto Oswaldo Cruz. Em função da data, o IOC organiza o V Congresso Internacional de Microbiologia, sediado no Hotel Quitandinha, em Petrópolis. O cientista Alexander Fleming, descobridor da penicilina e participante do congresso, visita o IOC.

1954. A União cria a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), incorporada à Fiocruz em 1970. Em 2003, ano em que falece Sergio Arouca, a Ensp passa a agregar o nome do médico sanitarista. Hoje, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca atua na capacitação e formação de recursos humanos, produção científica e tecnológica e prestação de serviços de referência no campo da saúde pública. Mantém cooperações técnicas em todos os estados e municípios brasileiros e com várias instituições nacionais e internacionais atuantes em diversos campos da saúde. Em suas salas foram desenhados os projetos que culminaram na adoção do Sistema Único de Saúde (SUS).

1957. Criado o Núcleo de Pesquisas da Bahia, através de convênio entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC), o Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERU) e a Fundação Gonçalo Moniz, com a finalidade de estudar endemias parasitárias no estado da Bahia. Em 22 de maio de 1970, o Núcleo de Pesquisa da Bahia é incorporado à Fiocruz e passa a denominar-se Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM).

1958. O Instituto Aggeu Magalhães, no Recife, criado em 1950, passa a denominar-se Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM). Torna-se unidade técnico-científica da Fiocruz em 1970. Nasce com a missão de combater as doenças endêmicas, mas hoje, além de sua atividade principal, dedica-se também à formação de recursos humanos e à produção de tecnologias.

1960 – 1970
...........................................................................

Surgem os movimentos em favor da igualdade de direitos das mulheres, dos negros e dos homossexuais. As manifestações contrárias à Guerra Fria e à Guerra do Vietnã ganham força, principalmente nos Estados Unidos. Ocorre a Revolução Cubana e Fidel Castro chega ao poder. O astronauta Neil Armstrong pisa na Lua.

Anos em destaque:

1966. O Centro de Pesquisa de Belo Horizonte passa a denominar-se Centro de Pesquisa René Rachou (CPqRR), incorporado à Fiocruz em 1970. O CPqRR é composto de 14 laboratórios, onde são estudadas enfermidades como doença de Chagas, helmintoses intestinais, esquistossomose, leishmanioses e malária, além de epidemiologia e antropologia do envelhecimento. A unidade mantém na cidade de Bambuí, a 280 quilômetros de Belo Horizonte, o Posto Avançado de Estudos Emanuel Dias, onde a Fiocruz desenvolveu pesquisas fundamentais para o controle da doença de Chagas.

1970. O regime militar cassa, por dez anos, os direitos políticos de dez renomados cientistas, vinculados ao Instituto Oswaldo Cruz há mais de 30 anos. Os decretos (AI-5 e AI-10) também incluíram a aposentadoria compulsória e impediam esses cientistas de trabalhar em qualquer instituição que recebesse ajuda do governo federal. O episódio ficou conhecido como “Massacre de Manguinhos”. A Fundação de Recursos Humanos para a Saúde é transformada, por decreto, em Fundação Instituto Oswaldo Cruz, cujo objetivo era realizar pesquisas científicas no campo da medicina experimental, biologia e patologia, formar e aperfeiçoar pesquisadores, além de elaborar e fabricar remédios e vacinas para atividades da própria Fundação e do Ministério da Saúde.

1970 – 1980
...........................................................................

Fase marcada pela crise do petróleo, o que levou os Estados Unidos à recessão, ao mesmo tempo em que economias de países como o Japão começavam a crescer. Surge o movimento em defesa do meio-ambiente. É a década do rock e das discotecas. É lançado nos Estados Unidos o primeiro videogame do mundo, o Odyssey 100. Dá-se a Revolução dos Cravos em Portugal e a independência das então colônias portuguesas na África. Fim da Guerra do Vietnã.

Anos em destaque:

1972. Comemoração do centenário de nascimento de Oswaldo Cruz. Dois anos depois (1974), a Fundação Instituto Oswaldo Cruz passa a denominar-se Fundação Oswaldo Cruz.

1976. Com a extinção do Instituto Nacional de Produção de Medicamentos (Ipromed), são criados o Laboratório de Tecnologia em Produtos Biológicos de Manguinhos, hoje Bio-Manguinhos, e o Laboratório de Tecnologia em Quimioterápicos de Manguinhos – hoje Far-Manguinhos. O primeiro é o maior centro produtor de vacinas e kits e reagentes para diagnóstico laboratorial de doenças infecto-parasitárias da América Latina; e o segundo tem, atualmente, a capacidade instalada de 1,62 bilhão de unidades farmacêuticas.

1979. Inauguração da Diretoria Regional de Brasília (Direb), criada pela presidência da Fiocruz para oferecer suporte operacional e logístico aos dirigentes da instituição no Distrito Federal. A Direb tem por missão representar a Fiocruz na capital da República e contribuir para a consolidação do SUS na Região Centro-Oeste, desenvolvendo, em parceria e de forma integrada, atividades de ensino, pesquisa, comunicação e assessoria em Saúde Pública.

1980 – 1990
...........................................................................

Chega ao fim a era industrial e se inicia a idade da informação. No Brasil, termina a ditadura militar, ocorre o movimento "Diretas Já" e a transição para a democracia. Cai o Muro de Berlim. É considerada a "década perdida" da América Latina, devido à estagnação econômica. Predominam o neoliberalismo econômico e um novo conservadorismo em relação ao sexo, derivado da pandemia da aids.

Anos em destaque:

1981. Incorporado à Fiocruz em 1978, o Laboratório Central de Controle de Drogas, Medicamentos e Alimentos (LCCDMA) passa a denominar-se Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde. O INCQS é o principal órgão nacional direcionado a questões tecnológicas e normativas relativas ao controle da qualidade de insumos, produtos, ambientes e serviços para a saúde. O conjunto arquitetônico de Manguinhos é tombado pela então Secretaria de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan). Fazem parte deste conjunto os pavilhões Mourisco, da Peste, a Cavalariça, o Pombal, o Quinino e o Hospital Evandro Chagas.

1985. Criação da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), unidade de ensino voltada para a formação de pessoal de nível técnico em saúde pública. Visita de Albert Sabin, descobridor da vacina oral contra a poliomielite, à Fiocruz. O Instituto Fernandes Figueira (IFF), juntamente com o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (Pniam), do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (Inan), autarquia vinculada ao Ministério da Saúde, encabeça um projeto ousado que visava a ampliação quantitativa e qualitativa dos bancos de leite em todo o país. Da iniciativa surge a Rede Nacional de Bancos de Leite Humano.

1986. Criação da Superintendência de Informação Científica (SIC), atual Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT), cujo objetivo é desenvolver estratégias e executar ações de informação e comunicação no campo da ciência e tecnologia em saúde. Criação da Casa de Oswaldo Cruz (COC), unidade dedicada à preservação da memória da instituição e às atividades de pesquisa, ensino, documentação e divulgação da história da Saúde Pública e das ciências biomédicas no Brasil. Reintegração dos cientistas de Manguinhos cassados em 1970.

1987. Equipes da Fiocruz isolam, pela primeira vez no Brasil, o vírus HIV, causador da Aids. Com isso, a Fiocruz foi capacitada a integrar a Rede Internacional de Laboratórios para o Isolamento e Caracterização do HIV-1, coordenada pelo Programa Mundial de Aids da Organização Mundial de Saúde (OMS).

1990 – 2000
...........................................................................

O período caracteriza-se pelo fim da Guerra Fria, pelo advento da democracia, da globalização e do capitalismo global. Acontece a Guerra do Golfo. O computador pessoal e a internet se popularizam. Após anos de inflação galopante, o Brasil experimenta a estabilidade econômica com o Plano Real. Começa o Projeto Genoma Humano.

Anos em destaque:

1995. Inaugurada a iluminação monumental do conjunto histórico de Manguinhos, realização conjunta do Departamento de Patrimônio Histórico da Casa de Oswaldo Cruz (COC), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da General Eletric e do cantor Ney Matogrosso.

1999. Criação do Museu da Vida, vigoroso instrumento de educação da Fiocruz. Criação do Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane (CPqLMD), em Manaus, a partir da consolidação da estrutura do Escritório Técnico da Amazônia. O CPqLMD concentra sua atuação no estudo da bio e da sociodiversidade amazônica e desenvolve estudos sobre a transmissão de Aids entre índios, populações ribeirinhas e grupos populacionais específicos.

2000. Comemoração do 1º Centenário da Fundação Oswaldo Cruz. A Fiocruz é tema de enredos de duas escolas de samba do Rio de Janeiro.

2000 – 2009
...........................................................................

O início do século XXI é marcado pelos conflitos militares entre os Estados Unidos e o Oriente Médio, desencadeados pelos atentados terroristas ao World Trade Center, em Nova York. A Europa passa a adotar o euro como moeda comum entre os países. A internet se consolida como veículo de comunicação de massa e armazenagem de informações, e a globalização da informação atinge um nível sem precedentes históricos. Dá-se a expansão da telefonia fixa e do uso de celulares. Surgem as tevês de plasma, de LCD, a tevê digital e a internet banda larga.

Anos em destaque:

2006. A Fiocruz recebe o Prêmio Mundial de Excelência em Saúde Pública 2006, concedido pela maior e mais importante instituição de Saúde Pública do mundo, a Federação Mundial de Associações de Saúde Pública, e a Ordem do Mérito Científico Institucional 2006, a mais importante honraria concedida anualmente pelo governo federal. É realizado o seqüenciamento do genoma da vacina BCG, em conjunto com a Fundação Ataulpho de Paiva. Em dezembro, foi encenada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro a ópera “O Cientista”, baseada na vida e obra de Oswaldo Cruz.

2007. Os programas de pós-graduação da Fiocruz ultrapassam a marca histórica de 3,3 mil teses de mestrado e doutorado e a Ensp inaugura seu primeiro mestrado no exterior - em saúde pública - na capital de Angola, Luanda. O prof. José Gomes Temporão torna-se o primeiro servidor da Fiocruz a assumir o Ministério da Saúde desde sua criação em 1954. A vacina contra meningite meningocócica A e C, produzida em Bio-Manguinhos, é préqualificada pela OMS para fornecimento às agências das Nações Unidas. Arquivo Oswaldo Cruz é reconhecido como acervo de relevância nacional pelo Programa Memória do Mundo, da Unesco.

2009. A Fundação inaugura novas instalações em Pernambuco e no Paraná e pactua nova unidade no Ceará. Também forma a primeira turma de pós-graduação internacional em Moçambique, amplia o convênio com o Instituto Pasteur, na França, e inicia novos acordos com Estados Unidos, China e Argentina, entre outros países. A expansão regional e a consolidação internacional alcançadas nesse ano são expressões da ampliação do papel estratégico da instituição no Estado. Outra conquista é o reconhecimento dado ao Centro de Referência para Bancos de Leite do IFF/Fiocruz que recebe, em Washington, prêmio da OMS e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) durante a II Exposição Global de Desenvolvimento Sul-Sul.

2010- 2020
...........................................................................

Catástrofes naturais marcam os primeiros anos da década: um grande terremoto abala o Haiti, e o Japão também é assolado por tremores, seguidos de tsunami e tragédia nuclear. A crise do euro põe em xeque a ordem econômica mundial. Uma extensa revolta popular, em diferentes países, derruba governos ditatoriais: é a Primavera Árabe, que busca a democracia, mas também provoca derramamento de sangue no Oriente Médio e no Norte da África. O Brasil elege sua primeira mulher presidente: Dilma Rousseff. No campo tecnológico, tablets e smartphones conquistam mais popularidade.

Anos em destaque:

2010. A Fiocruz completa 110 anos de existência, firmando-se como instituição estratégica de Estado na área da saúde. É um ano de descobertas científicas marcantes. A Fundação desenvolve o sal híbrido Mefas, que permite o combate à malária com menos efeitos colaterais; identifica o gene de impermeabilização dos ovos do mosquito transmissor da malária, o que é útil tanto para o controle desta quanto da dengue; cria a vacina contra a fasciolose e avança na criação de uma vacina contra a esquistossomose. Produz, ainda, um método laboratorial que permite identificar pacientes de tuberculose com maior chance de desenvolver hepatite medicamentosa em função do tratamento à base de isoniazida. No âmbito de sua estratégia de expansão, inaugura o novo prédio da Fiocruz Brasília, firma convênio com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e assina acordo com o laboratório indiano Lupin para fabricação de medicamentos contra a tuberculose. É lançada a TV Canal Saúde.

2011. É desenvolvido um método que permite a confirmação do diagnóstico do HIV em cerca 20 minutos. A Fundação prossegue na sua expansão: inaugura o escritório do Mato Grosso do Sul e o campus Mata Atlântica, em Curicica (RJ). Além disso, começam as atividades do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, instalado num prédio histórico de Petrópolis. Cooperações e parcerias, muitas delas internacionais, fomentam avanços importantes, como a criação, em solo nacional, de nova vacina contra a febre amarela, e a produção do Atazavir, presente no coquetel antiaids.

2012. A fábrica de medicamentos de Moçambique entrega os primeiros antirretrovirais, o antimalárico criado no Brasil se torna referência mundial a partir de certificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), e é concluída a primeira fase de testes da vacina contra esquistossomose desenvolvida e patenteada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Além dessas conquistas em produção e inovação, novos acordos de transferência de tecnologia e cooperação internacional foram assinados, ao passo que a Fundação conquistou o certificado de nível sete de gestão do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública). A instituição lançou a edição atualizada de sua Carta de Serviços ao Cidadão - listando os serviços prestados pela instituição -, e a nova versão de seu portal institucional, também com foco nos serviços aos cidadãos. A Fiocruz participou, ainda, da Rio + 20, destacando a influência do meio ambiente na saúde, e teve parte de seu material histórico (os negativos de vidro com fotos dos primeiros momentos da Fundação), considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

2013. Divulgados os resultados da maior pesquisa sobre crack no mundo. Nova espécie de micobactéria não causadora de tuberculose é descoberta e recebe o nome Mycobacterium fragae. Lançado o Mapa de vulnerabilidade da população dos municípios do estado do Rio de Janeiro frente às mudanças climáticas. A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) autoriza o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) a fornecer medicamento antimalárico a países latino-americanos. Assinada parceria com a França que permitirá a produção de vacina contra sete doenças - difteria, tétano, coqueluche, Hepatite B, Hib - Haemophilus influenza tipo B-, meningite C e poliomielite -, em uma única aplicação, com a assistência técnica do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). Projeto Ciência Móvel completa cem municípios visitados e mais de meio milhão de pessoas atendidas.

 2014.O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) recebe o primeiro caso suspeito de contaminação pelo vírus ebola em território nacional. O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) adquire os registros de dois medicamentos considerados estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS): o antirretroviral que associa dois princípios ativos em um único comprimido; e a Cabergolina 0,5 mg, indicada para o tratamento do excesso de produção do hormônio feminino prolactina ou hiperprolactinemia. Cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificam bactérias produtoras da enzima KPC, resistentes a antibióticos, em amostras de água coletadas no Rio Carioca. Lançado o primeiro volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), uma parceria entre Ministério da Saúde, Fiocruz e IBGE. Estudo liderado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) apresenta o genoma da bactéria Bordetella pertussis, que tem, atualmente, causado a coqueluche no Brasil. Após quase dez anos de tramitação nos Estados Unidos, a Fiocruz obtém patente por método inédito para elaborar imunizantes contra diversas doenças usando como base a vacina contra a febre amarela. Fiocruz é designada Centro Colaborador para Saúde Global e Cooperação Sul-Sul da OMS.

2015. O aumento de casos de crianças nascidas com microcefalia no país foi o acontecimento mais dramático desse ano. A Fiocruz identificou a presença do vírus zika em dois casos de microcefalia, mas ainda não podia afimar que o vírus era o causador da má-formação. O estudo das arboviroses também fez com que a Fundação isolasse o vírus da chikungunya, o que permite desenvolver kits de diagnóstico diferencial entre dengue, zika e chikungunya. Outros estudos da Fundação resultaram na descoberta de novo vírus que afeta crianças e pode causar encefalite e levar a morte, em um novo teste diagnóstico para fibrose císitica (doença genética que acomete 1,5 mil pessoas no Brasil), na inovação rumo a uma vacina contra leishmaniose. Participando de iniciativas internacionais, a Fiocruz iniciou testes de tratamento preventivo contra HIV e enviou medicamento antimalárico à Venezuela. A Fundação recebeu reconhecimento por meio do Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica, na categoria "Instituição ou Veículo de Comunicação" e por meio do certificado da OMS de erradicação da rubéola. A fundação ainda evoluiu na criação de aplicativos para celulares e lançamento de sistemas na área de saúde.

2016. A crise relacionada ao zika deflagrada no final de 2015 fez do vírus o grande protadonista da Saúde Pública brasileira em 2016. Pesquisadores da Fiocruz integraram o esforço internacional para compreender o funcionamento do vírus e descobrir maneiras de evitar a propagação da síndrome da zika congênita. Frente à crise política nacional, a Fiocruz se manifestou em defesa da democracia e do Sistema Único de Saúde (SUS) e analisou o papel da Fundação no cumprimento da Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável, além de criar sua política institucional de Comunicação. O tema Saúde e Ambiente também esteve na pauta da Fundação durante o ano com a análise dos seis meses do desastre ambiental da Samarco, no Rio Doce; com a realização do estudo sobre a contaminação de mercúrio em terras Yanomani, em Roraima; e com a reportagem sobre o uso de agrotóxicos no estado do Rio. Estudo diversos resultaram na evolução de produção de medicamentos e tratamentos para diversos agravos e doenças e a Fundação participou do Painel das Nações Unidades de Alto Nível sobre Acesso a Medicamentos.  

2017. Nísia Trindade Lima é eleita presidente da Fiocruz, tornando-se a primeira mulher a ocupar esta posição. Fiocruz realiza os primeiros sequenciamentos completos do genoma de amostras do vírus da febre amarela referentes ao surto da doença no Brasil.

2018. Fundação obtém o registro do antirretroviral Entricitabina+Tenofovir, medicamento composto usado na Profilaxia Pré-exposição ao HIV. Fiocruz é a sede do maior evento da área de saúde da América Latina, o 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva - Abrascão 2018 -, que contou com cerca de sete mil congressistas. É inaugurada a Fiocruz Ceará.

2019. Fundação foi requisitada pelo Ministério da Saúde a produzir medicamentos essenciais para abastecimento emergencial do SUS, por meio de Farmanguinhos. Fiocruz inaugura o Fioantar, laboratório permanente de pesquisas na Antartica, que reúne pesquisadores para o desenvolvimento de estudo multidisciplinar. 

2020. Fiocruz comemora 120 anos de contribuições científicas nas áreas da ciência e da saúde à sociedade brasileira. Em menos de dois meses, Fiocruz inaugura Complexo Hospitalar para atender pacientes graves de Covid-19. Por meio do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC, a Fiocruz é nomeada Referência da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Covid-19 nas Américas. A atuação é voltada para o diagnóstico de amostras e na capacitação de equipes para análises laboratoriais, incluindo treinamentos de profissionais dos laboratórios públicos do Brasil e de países da América Latina. Fiocruz produz testes moleculares do Covid-19 em grande escala para o Ministério da Saúde. Até setembro serão entregues 11 milhões de testes. Desenvolvimento do Monitoracovid, mapeamentos, pesquisas e divulgação de informação confiável, com dados epidemiológicos e o objetivo de prestar serviço de comunicação pública. Fiocruz coordena, no Brasil, o ensaio clínico Solidariedade (Solidarity) da OMS, cujo objetivo é investigar a eficácia de quatro tratamentos para a Covid-19. O projeto envolve três áreas: coordenação do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), apoio da Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS/Fiocruz) e fornecimento de parte dos medicamentos de Farmanguinhos.

2021. O ano de 2021 foi marcado na Fiocruz, sobretudo, pela urgência na disponibilização da vacina contra a Covid-19 para a população brasileira. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou ainda em janeiro o uso emergencial da vacina Covid-19 produzida na Fiocruz e até o final do ano foram mais de 150 milhões de doses da vacina Covid-19 Fiocruz entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. A Fiocruz também se destacou no monitoramento e combate à pandemia, com estudos que acompanharam os índices de hospitalizações relacionadas à Coovid-19, desenvolveram novas metodologias de tratamento das amostras para identificação de variantes do vírus, identificaram fatores relacionados à gravidade da doença e efetividade das vacinas em diferentes públicos, avaliaram a qualidade das máscaras utilizadas no país e monitoraram os impactos sociais e econômicos do coronavírus. Além disso, a Fiocruz também integrou iniciativas para avaliar as condições de saúde e trabalho dos profissionais na linha de frente (de médicos e enfermeiros e profissionais mais invisibilizados, como auxiliares de enfermagem, recepcionistas, pessoal de segurança e limpeza) e se dedicou a estudar a disseminação de fakenews e o negacionismo em relação à pandemia e à vacinação, além de seus impactos no combate à pancemia. O ano de 2021 também foi marcado por reforços na infraestrutura da Fundação: em fevereiro foi lançado um edital para a construção do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS), em Santa Cruz, no Rio de Janeiro e em dezembro foi inaugurado o Biobanco Covid-19 (BC19-Fiocruz), localizado no campus Expansão. A Fundação também participou da exitosa campanha #VacinaMaré, que imunizou cerca de 37 mil moradores da localidade e se tornou referência no combate à pandemia em territórios de favelas, e comprometeu-se junto ao Ministério da Saúde com um protocolo de intenções para implementar o projeto Reconquista das Altas Coberturas Vacinais no país. 

Voltar ao topoVoltar