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Fiocruz tem destaque na 70ª Assembleia Mundial da Saúde

Delegados na 70a Assembleia Mundial da Saúde (Foto: WHO/L. Cipriani)

31/05/2017

André Costa (CCS)

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A infecção pelo vírus zika, resistência antimicrobiana, acesso a vacinas e medicamentos, avanços na realização da Agenda 2030, saúde dos refugiados e migrantes, saúde de populações indígenas, apoio internacional ao combate à febre amarela, entre outros temas de alta relevância para a saúde global, estiveram em pauta neste mês em Genebra. Realizada entre os dias 22 e 31 de maio, a 70ª Assembleia Mundial da Saúde, que elegeu pela primeira vez um africano para diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), contou com participação ativa da Fiocruz em diversos fóruns e reuniões, discutindo e promovendo seu entendimento e sua atuação na saúde pública internacional.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, o coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), Paulo Buss, e o assessor internacional do Cris, Luiz Augusto Galvão, integraram a comitiva brasileira em Genebra, ao lado do ministro da Saúde, Ricardo Barros, e de outros membros do governo brasileiro. O grupo participou de fóruns bilaterais, multilaterais e encontros com instituições parceiras.

Já no primeiro dia de reuniões (22/5), em um encontro da comitiva brasileira com ministros de Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), temas caros à Fundação, nos quais sua atuação impacta a vida de milhões de pessoas do outro lado do Atlântico, receberam atenção e análises aprofundadas.

Esforços para o desenvolvimento de recursos humanos, o acesso a medicamentos e a outros recursos essenciais a serviços de saúde, a implantação de bancos de leite humano e a volta da rede ePortuguêse como elemento fundamental para o acesso à informação e o intercâmbio científico dessa comunidade de base linguística comum, todas iniciativas com envolvimento direto da Fiocruz, foram tema de diálogo, com interesse manifesto para que os projetos avancem.

“A Fiocruz está mais do que comprometida com o fortalecimento das Redes Estruturantes do Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da CPLP, acelerando a criação de Institutos Nacionais de Saúde Pública nos estados membros que ainda não os possuem como São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial”, afirmou Nísia na reunião. “Seu comprometimento também está presente na formação de escolas de quadros da saúde pública e dos centros técnicos de instalação e manutenção de equipamentos de saúde numa perspectiva do seu maior envolvimento na implementação e monitoramento dos ODSs e da Agenda 2030, eixo central temático do Brasil nesta sua trajetória até aqui no destino da CPLP”.

Encontros bilaterais

Em um encontro bilateral, Brasil e de Portugal assinaram um acordo de colaboração entre os dois países em temas de Saúde Pública, que incluem o fortalecimento de projetos bilaterais existentes de colaboração em ensino e pesquisa e também esforços apoiados pela Fiocruz no acesso a medicamentos e formação de recursos humanos. A proposta de inclusão do português como língua oficial da OMS foi discutida.

Em outra reunião bilateral, os ministros de Brasil e Canadá assinaram uma carta de intenções de colaboração entre os dois países em temas de saúde pública. Após a assinatura, a presidente da Fiocruz participou da discussão sobre possíveis temas de colaboração como saúde indígena, segurança química e a ciência, tecnologia e inovação em saúde como elementos relevantes para a implementação da Agenda 2030.

O Canadá também esteve envolvido em negociações em uma reunião bilateral entre a comitiva da Fiocruz e o diretor científico do Instituto de População e Saúde Pública dos Institutos Canadenses de Pesquisa em Saúde (CIHR), Steven Hoffman. Combinou-se que, em prosseguimento a esse primeiro encontro, se estabelecerá um termo de colaboração entre as duas instituições que permita o desenvolvimento de projetos comuns, entre eles a realização de cursos de alto nível.

Outro encontro envolveu os ministros do Brasil e dos Estados Unidos, que trataram de temas de interesse comum, com a presença da diretora do Center of Disease Control (CDC) e da presidente da Fiocruz. Entre os temas discutidos no encontro, projetos implementados pela Fundação em conjunto com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) como o estudo de coorte sobre a infecção do vírus zika em mulheres grávidas e crianças, projetos de pesquisa em Aids e ainda iniciativas relacionadas a colaboração na área de regulação e vigilância sanitária.

Reuniões com órgãos multilaterais

Em uma reunião com o gabinete do diretor-geral da OMS, discutiu-se a atualização dos termos de referência dos centros colaboradores da OMS na Fiocruz, de modo a aproximar ainda mais os centros à perspectiva da Agenda 2030 e de seus objetivos de desenvolvimento sustentável, como inclusão econômica, ciência, tecnologia e inovação nos sistemas de saúde, sustentabilidade ambiental, equidade em saúde paz e segurança. Também foram solicitadas à Fiocruz sugestões de cientistas para painéis na área de medicamentos, e se combinou que será mantido o diálogo para estabelecer atividades de recursos humanos, pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

Em visita a sede da Unitaid, entidade da ONU dedicada a garantir preços mais baixos para remédios e o acesso desses produtos a países em desenvolvimento, seu diretor-geral, Celso Amorim, fez uma apresentação do programa de trabalho, da estratégia de avaliação e das convocatórias atuais para apresentação de propostas. Além daquelas que a Fiocruz já tem participação, foi notada a presença de uma linha sobre controle de vetores, que possibilitará a apresentação de propostas baseadas na experiência da Fiocruz Manaus na aplicação de larvicidas com uso de armadilhas.

Outra reunião, com o Grupo das Américas (Grua), incluiu uma discussão sobre a questão da febre amarela na região das Américas. Nísia fez uma breve exposição sobre o tema e a contribuição da Fiocruz. Também nesse âmbito foi feito um convite aos países para que participem da reunião sobre ciência e tecnologia em saúde na implementação da Agenda 2030, que será realizada em novembro na Fiocruz.

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