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Fiocruz participa da construção de Mestrado Profissional em Saúde da Família


13/11/2014

Por Nathállia Gameiro/ Fiocruz Brasília

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“A saúde coletiva está desafiada a estabelecer pontes fundamentais para o momento que o país vive, de recolocar a questão da atenção básica como centralidade e a educação permanente. A nossa proposta é inovar partindo de um compromisso”, ressaltou a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Nísia Trindade, durante a abertura da oficina da proposta de Mestrado Profissional em Saúde da Família (ProfSaúde). O encontro, promovido pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), instituição proponente do curso, e Fiocruz, aconteceu na Fiocruz Brasília, nos dias 10 e 11 de novembro. 

A construção do novo Programa de Mestrado Profissional é uma proposta de curso em rede nacional, apresentada pela Abrasco e instituições de ensino e pesquisa que atuam no país, que têm a finalidade de formar profissionais que atuam na saúde da família, na atenção básica, em diversos municípios brasileiros.

Segundo a Abrasco, a proposta está em sintonia com os objetivos do Programa Mais Médicos lançado pelo Governo Federal em julho de 2013, como parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que pretende capacitar médicos para atuação nas políticas públicas do país e na organização e funcionamento do SUS.

A Fiocruz é responsável pela articulação de todas as universidades para estruturação do Aplicativo para Propostas de Cursos Novos (APCN). De acordo com Nísia, o projeto se situa com o papel e o compromisso da Fiocruz na sociedade, já que faz parte da tradição da instituição pensar em uma educação permanente. A vice-presidente ressaltou ainda as iniciativas da UNA-SUS e os módulos educacionais construídos.

“A saúde coletiva de forma isolada não desenvolve sozinha um programa deste porte, que deve ser em nível nacional, local e de cada instituição. Vários caminhos nos fizeram chegar a essa proposta, que está numa fase inicial”, completou.

A oficina foi um espaço para debater, aprofundar, conceder e construir a proposta de capacitação em larga escala com milhares de profissionais. Com o objetivo de detalhar as competências do curso, realinhar os objetivos gerais e específicos de cada módulo, além de discutir as estratégias educacionais e os conteúdos na matriz curricular, a reunião foi realizada com as 33 instituições que integram a rede de mestrado profissional, que será oferecida como continuidade da formação do Programa Mais Médicos. A primeira turma será direcionada, a princípio, para os preceptores que ainda carecem de formação e para os médicos brasileiros.

De acordo com o presidente da Abrasco, Luiz Eugênio Portela, as instituições brasileiras não estão completamente preparadas para atender as necessidades de educação e saúde da população. “Por isso é preciso inovar e o ProfSaúde é uma proposta ousada para que a gente possa de fato contribuir para enfrentar nosso grande desafio que é oferecer para nossa população a educação e a saúde, além de uma nova institucionalidade”, afirmou. Para ele, a oficina contribuirá para a formatação do ProfSaúde, e o apoio das instituições de ensino é importante, para que possam de fato se adequar e conceber essa nova forma de atuar e garantir a formação com qualidade dos novos profissionais de saúde. 

Para o coordenador da Área de Saúde Coletiva da Capes, Guilherme Werneck, a iniciativa vai ao encontro de necessidades fundamentais no âmbito da saúde e ao mesmo tempo de necessidades que são reconhecidas pela Capes como fundamentais para a atuação acadêmica e qualificação profissional para o SUS.

Compuseram a mesa de abertura do evento, o diretor da Fiocruz Brasília, Gerson Penna; o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Heider Aurélio Pinto, e o diretor de Desenvolvimento da Educação em Saúde do Ministério da Educação, Vinicius Ximenes.

Pesquisa

Durante o evento, foram apresentados os perfis dos profissionais que compõem o programa Mais Médicos. Hoje, 65% dos municípios brasileiros contam com profissionais do programa, conforme resultado preliminar da Pesquisa Avaliativa do Mais Médicos  apresentado pela  cientista social e pesquisadora da Fiocruz, Maria Helena Machado. Dos quase 14 mil profissionais do programa, 79,7% têm nacionalidade cubana, 15,8% brasileira e 4,4% vêm de outros países.

Homem, com até 30 anos de idade e com menos de cinco anos de formado é o perfil básico dos brasileiros, que em sua maioria (70%) optaram por trabalhar em municípios das regiões Nordeste e Sudeste. Ceará, Bahia e Minas Gerais foram os estados preferidos.

Entre os cubanos predominam mulheres (58,2%) com idade entre 41 a 50 anos, grande parte delas atua em municípios das regiões Sudeste, Nordeste e Sul. São Paulo (14,6%), Bahia (9,6%), Minas Gerais (8,7%), Rio Grande do Sul (7,4%), Paraná (6,4%), Ceará (6%), Maranhão (5,5%) foram os estados preferidos por este grupo.

No grupo que reúne as mais diversas nacionalidades predominam os homens com idade entre 26 e 35 anos, a maioria proveniente de países vizinhos: Argentina, Venezuela, Uruguai e Bolívia. Eles atuam nos estados do Rio Grande do Sul (27,2%), São Paulo (10,5%), Paraná (10%), Santa Catarina (9,8%) e Amazonas (6,6%).

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