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Câncer de mama: a importância do diagnóstico precoce


24/10/2016

Por: Suely Amarante (IFF/Fiocruz)

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O movimento conhecido como Outubro Rosa nasceu na década de 1990 e tem como objetivo compartilhar informações sobre o câncer de mama, promover a conscientização sobre a doença, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.

Quando descoberto no início, a doença tem 95% de chance de cura. Vários estudos têm confirmado a importância da mamografia na redução da mortalidade pelo câncer de mama. Por outro lado, existe uma preocupação com os efeitos que a radiação ionizante pode trazer para o organismo. Em especial, uma discussão sobre o aumento do câncer de tireoide nas pacientes submetidas ao rastreamento mamográfico tem causado ansiedade entre as mulheres.

A seguir, a médica radiologista, responsável pela Coordenação Diagnóstica de Radiologia do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Márcia Boechat; os médicos radiologistas responsáveis pelo Setor de Radiologia Mamária do IFF, Marcos de Sá Costa Rego e Melissa Koch esclarecem dúvidas sobre essa questão e falam da importância dos serviços de diagnóstico da doença.

Câncer de mama não acometeu nenhum membro de minha família, por isso eu não corro risco?
Existe o câncer da mama hereditário e o ocasional. Dessa forma, não significa que apenas mulheres que tenham parentes maternos com câncer de mama terão uma predisposição à doença. As mulheres que não têm ocorrência familiar também podem ser acometidas pela patologia.

Quando devo fazer o exame de mamografia? Qual a finalidade desse exame?
O rastreamento mamográfico deverá incluir mulheres assintomáticas a partir dos 40 anos de idade. Se existir um caso na família, como tia, irmã ou mãe, o indicado é realizar o exame todos os anos a partir dos 35 anos de idade, para prevenção da doença. O rastreamento tem duas finalidades: detecção precoce do câncer de mama e redução das cirurgias desnecessárias.

A mamografia é um exame doloroso?
A dor é um mecanismo subjetivo de defesa que depende da situação e do momento. Pode se admitir que é um exame desconfortável, mas dependendo da maneira como a paciente for preparada para o procedimento, o mesmo pode ser perfeitamente tolerável. A compressão o que o procedimento exige é necessária para a redução da dose de radiação, assim como, imobilidade da mama, dissociação das estruturas e uniformização das densidades.

No momento do exame de mamografia, há uma exposição à radiação. Quais os problemas que essa radiação pode trazer ao nosso organismo?
Em pequenas doses, a exposição à radiação não oferece riscos à saúde. O corpo humano tem tempo suficiente para substituir as células que eventualmente tenham sido alteradas ou destruídas.

Existe uma preocupação sobre o aumento do câncer de tireoide nas pacientes submetidas ao rastreamento mamográfico, isso tem causado ansiedade entre as mulheres. Essa informação procede?
Não. A dose de radiação para a tireoide durante a mamografia é extremamente baixa, menor que 1% da dose recebida pela mama. Assim, o risco de indução do câncer de tireoide após uma mamografia é insignificante. Em termos estatísticos, seria menos de 1 caso a cada 17 milhões de mulheres que realizarem mamografia anual entre 40 a 80 anos.

Durante a realização do exame de mamografia é preciso a utilização de protetores de chumbo para a garganta – parte do corpo que abriga a glândula da tireoide?
Segundo as Sociedades Nacionais, Norte-Americanas e Internacionais de Mastologia e de Radiologia, Associação Norte Americana de Tireoide e Agência Internacional de Energia Anatômica, a utilização do protetor de tireoide não é recomendada. A dose de radiação sobre a tireoide durante a realização da mamografia é extremamente baixa. É importante ressaltar ainda, que a utilização do protetor pode interferir no posicionamento da mama e gerar artefatos – fatores que reduzem a qualidade da imagem, influenciando no diagnóstico e levando a necessidade de repetição do exame. Os órgãos afirmam ainda, que o protetor não deve estar exposto na sala onde o exame ocorre, para evitar que as pacientes achem que ele é necessário.

Qual a diferença entre a ultrassonografia da mama e mamografia?
A ultrassonografia utiliza o som e os ecos para produzir as imagens, sendo um método operador dependente, sem qualquer dano ao organismo, com alta especificidade e menor sensibilidade. A mamografia utiliza a radiação X para produzir as imagens que alcançam uma maior sensibilidade com menos especificidade.

A ultrassonografia de mama deve ser antecedida pela mamografia e complementa o exame de mamografia.

Mulheres que têm silicone na mama podem fazer o exame da mamografia?
Não só podem como devem, pois a mamografia continua sendo o melhor e mais prático exame de rastreamento.

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