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Ambulatório da Fiocruz especializado em hanseníase ganha acreditação internacional


02/06/2014

Fonte: IOC/Fiocruz

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O Ambulatório Souza Araújo, unidade assistencial que presta atendimento a pacientes com hanseníase no Laboratório de Hanseníase do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), acaba de receber o Certificado de Acreditação Internacional pela Joint Commission International (JCI), maior e mais antiga comissão acreditadora dos Estados Unidos, por meio do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA). Com o título, o ambulatório, que atua junto ao Ministério da Saúde (MS), passa a ser reconhecido como o primeiro centro brasileiro especializado em hanseníase a atuar alinhado aos padrões de excelência internacional.

Para marcar o evento, a chefe do Laboratório, Euzenir Sarno, ministrou uma conferência na edição do Centro de Estudos. O evento foi realizado em 30/5 e contou com a presença do diretor do IOC, Wilson Savino. No encontro, a pesquisadora traçou um histórico da hanseníase no Brasil, contextualizando a formação do Laboratório e do Ambulatório Souza Araújo. O momento marcou o descerramento da placa que marca a concretização do processo de acreditação. “O ambulatório atua cada vez mais voltado para atendimentos de casos complexos, prestamos auxílio a unidades de saúde de diferentes estados do país. Hoje, temos o reconhecimento da posição de referência do ambulatório, o que mostra que estamos no caminho certo”, destacou.

Para as instituições de saúde, a acreditação é um mecanismo de avaliação da qualidade e da segurança do atendimento ao paciente. Dessa forma, são utilizados padrões rigorosos que seguem normas internacionais. Os ambulatórios, por sua vez, são avaliados em todas as suas especificidades: gestão, ensino e assistência. O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de casos de hanseníase, atrás apenas da Índia, que tem uma população consideravelmente superior.

O processo foi coordenado pelo vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel. Para o vice-presidente, no âmbito da Fiocruz, o Souza Araújo pode inspirar outras unidades na busca pelo certificado. “A acreditação contribui para um processo contínuo de melhoria dos espaços da Fiocruz. O Ambulatório passa a fazer parte de um conjunto de unidades que já são reconhecidas por sua qualidade por meio de acreditações, como o Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP), o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP) e o Serviço de Referência Nacional em Filariose do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz Pernambuco)”, afirma. “A acreditação não é vitalícia, é um certificado que passa a ser reavaliado periodicamente. Para mantê-lo é preciso que a unidade conserve seus padrões de atendimento, gerando uma busca permanente pela qualificação da atenção à saúde no ambulatório”, ressalta.

A hanseníase

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae que afeta os nervos e a pele.  A transmissão acontece a partir do contato direto com a pessoa doente que ainda não deu início ao tratamento. A evolução do agravo depende de características particulares do sistema imunológico da pessoa infectada. Os principais sintomas são dormências, dor nos nervos dos braços, mãos, pernas e pés, lesões na pele (caroços e placas pelo corpo) com alteração da sensibilidade e áreas da pele com alteração da sensibilidade mesmo sem lesão aparente e diminuição da força muscular. A hanseníase tem cura: o tratamento, denominado poliquimioterapia, é constituído pela associação de antibióticos e dura de seis a doze meses. A partir do momento de início do tratamento, a transmissão é interrompida.

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