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Simpósio discute saúde, envelhecimento e estado de bem-estar (18 e 19/4)

Rosto de homem e mulher idosa

17/04/2018

Por: Graça Portela (Icict/Fiocruz)

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O evento ainda não aconteceu e as inscrições acabaram rapidamente. A fila de espera para alguma desistência é de mais de 200 pessoas, o que mostra que há uma carência de informação na área. Assim está sendo esperado o 1º Simpósio Nacional sobre Saúde, Envelhecimento e estado de Bem-estar, que acontece nos dias 18 e 19 de abril, no Museu da Vida, da Fiocruz.

O simpósio é uma parceria entre o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), por meio do Grupo de Informação em Saúde e Envelhecimento (Gise), e o Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz da Fiocruz, e tem por objetivo debater as diferentes dimensões relacionadas ao problema da mortalidade prematura de adultos e, principalmente, idosos por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) apontadas pela ONU nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e nas políticas relacionadas.

Débora Castanheira, pesquisadora do Gise, membro da coordenação científica do simpósio, comemora a procura do público acadêmico pelo evento: “O interesse no evento de fato nos surpreendeu. Isso só mostra como o tema do envelhecimento populacional - e dos desafios para a saúde pública derivados dele - ganharam força na agenda nacional nos últimos anos”, afirma. Segundo Débora, que também é responsável pela organização do evento, o fato de o tema do simpósio deste ano envolver os ODS para a Agenda 2030 da ONU também contribuiu muito para o interesse.  

O envelhecimento da população brasileira é um fato, constatado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad 2015, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou que o número pessoas da faixa etária entre 20 a 59 anos subiu para 41% contra 36,2% em 2005 e que para os mesmos períodos, a faixa de idosos de 60 anos ou mais, foi de 8% para 14,3%.

O Brasil é um dos países signatários dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e isto, segundo a coordenadora científica do Simpósio, o leva a assumir o compromisso de diminuir a mortalidade prematura por DCNT – tais como câncer, doenças cardiovasculares e etc., em um terço até 2030. Para Débora Castanheira, esse é um grande desafio para o país, principalmente porque a população brasileira está envelhecendo muito rapidamente.

Em 2017, pessoas com 60 anos ou mais representavam 12,51% da população brasileira, mas estimativas do IBGE apontam que esse valor deve chegar a 29% em 2050, afirma a pesquisadora. “Esse processo de transição demográfica, somado ao aumento da expectativa de vida, gera mudanças no perfil epidemiológico da população, levando à maior prevalência de doenças específicas das faixas etárias mais avançadas, como as DCNT”, explica.

Castanheira defende que no cenário atual, a tendência de mortalidade de DCNP é de aumento. “O Estado brasileiro tem que assumir essa preocupação como central no planejamento de políticas públicas”, enfatiza. Segundo ela, é importante discutir quais os melhores caminhos em termos de organização do sistema de saúde, comunicação social, informação, planejamento, monitoramento e avaliação para que os objetivos sejam alcançados. “O simpósio busca reunir especialistas de diferentes áreas para avançar neste debate”, finaliza.

Para debater esse assunto, o 1º Simpósio Nacional sobre Saúde, Envelhecimento e Estado de Bem-Estar também contará com palestrantes como Verónica Oca, da Universidad Autonoma de Mexico e presidente da Asociación Latinoamericana de Población (Alap), de Flavia Bueno, do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Isags), da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), de Carlos Gadelha, do Grupo de Pesquisa em Inovação em Saúde (Gis), da Fiocruz, Marcos Gonzaga, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Ana Maria Nogales, da Universidade de Brasília, Roberto Medronho, do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc/UFRJ), Cássio Turra, do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional e Deborah Malta, ambos UFMG.

Além desses, pesquisadores da Fiocruz como Antônio Ivo e Roberto Bittencourt, do Centro de Estudos Estratégicos (CEE), Joyce Schramm, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz), José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde do Brasil, Paulo Gadelha, ex-presidente da Fiocruz e coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030.

Do Icict, estarão presentes os pesquisadores do Laboratório de Informação em Saúde (LIS), Dália Romero, coordenadora geral do Simpósio e chefe do Gise, Célia Landmann Szwarcwald e Paulo Borges.

Quem não conseguiu se inscrever a tempo no simpósio, poderá assisti-lo pela internet.

Veja abaixo a programação do evento:

Haverá também apresentações orais e exposições de pôsteres.


O evento é financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação (MEC), e tem como realizadores o Icict, por meio do Grupo de Informação em Saúde e Envelhecimento (Gise/Icict), o Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz e a Associação Brasileira de Estudos Populacionais (Abep).

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