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Revista da EPSJV fala de acesso aberto, saúde do trabalhador e intersetorialidade


09/07/2015

Fonte: Informe Ensp

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Já está disponível on-line a nova edição da revista Trabalho, educação e saúde, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). A publicação traz um ensaio e dois artigos de autoria de pesquisadores e alunos da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), além do editorial que trata do aniversário de um ano da implementação da política de acesso aberto ao conhecimento, da Fiocruz.

Ao falar da política de acesso aberto ao conhecimento, implementada há um ano pela Fiocruz, o editorial da revista destacou que a Fundação contribuiu de modo efetivo para o avanço do movimento que luta pela democratização do saber por meio do livre acesso às produções acadêmicas. O texto faz um balanço desse movimento, surgido no final dos anos 1980 a partir da insatisfação de cientistas com a pouca visibilidade de seus escritos e da crise causada pelos sucessivos aumentos dos preços dos periódicos científicos. A luta pelo acesso aberto ganhou novo fôlego com a chegada da internet. Hoje, a discussão acontece no mundo inteiro, com diversos países definindo políticas de incentivo a publicação em acesso aberto. No tocante à Fiocruz, o editorial assinado por Paulo Cezar Vieira Guanaes cobrou a elaboração das regras de financiamento que pretendem incentivar essas publicações. “O entendimento é que se a pesquisa é financiada com dinheiro público, o resultado em forma de artigo científico deve estar aberto ao acesso da sociedade”, diz o texto.

O artigo de autoria de pesquisadores da Ensp tem por título O legado da construção do sistema de proteção social brasileiro para a intersetorialidade. O texto é assinado por Mônica de Rezende, Tatiana Wargas de Faria Baptista, Antenor Amâncio Filho. A hipótese sobre a qual os pesquisadores trabalham é a de que a formação do nosso sistema de proteção social se deu de maneira pouco favorável à intersetorialidade. Segundo o artigo, esse fenômeno dificulta a intervenção efetiva do Estado na solução de problemas sociais complexos.

O ensaio Participação social, vigilância em saúde do trabalhador e serviço público, dos pesquisadores do Cesteh/Ensp Kátia Reis de Souza , Renato José Bonfatti , Maria Blandina Marques dos Santos, faz uma reflexão sobre os espaços de participação e diálogo no trabalho, notadamente no serviço público federal. Para os autores, as conquistas históricas dos trabalhadores organizados em movimentos sociais permitem a abertura desses espaços e reconfigura as relações entre o Estado e a sociedade. A partir de conceitos do educador Paulo Freire, a reflexão se estende para o campo da pedagogia. A educação para a fala e a escuta, no trabalho, segundo os autores do ensaio, permite uma abordagem democrática da vigilância em saúde do trabalhador.

Em Percepção do trabalho docente em uma universidade da região Norte do Brasil, as autoras Rozilaine Redi Lago (UFAC), Bruna Souza Cunha (Ministério da Saúde) e Maria Fernanda de Sousa Oliveira Borges (Ensp/Fiocruz) entrevistaram seis docentes de cursos de saúde da referida universidade, cujos dados foram submetidos à análise de conteúdo. No trabalho docente, a maioria se concentra no desenvolvimento de habilidades técnico-científicas dos alunos, expressando a necessidade da qualificação contínua e apoio institucional insuficiente. As relações pessoais desses docentes com alunos e outros professores e técnico-administrativos são reconhecidamente mediadoras da qualidade do processo de ensino-aprendizagem e trabalho. Quanto à saúde, a maior parte se sente vulnerável e desgastada, principalmente em aspectos psicoemocionais, o que influencia as suas relações sociais dentro e fora do ambiente de trabalho. Embora o exercício profissional tenha sido identificado como fonte de estabilidade, realização pessoal e financeira, destacam-se a precariedade e a sobrecarga de trabalho, que tendem a induzir sofrimento e adoecimento.

Acesse o volume13, número 2, da revista Trabalho, educação e saúde.

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