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Fundação Oswaldo Cruz uma instituição a serviço da vida

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Projetos são apresentados ao Conselho Superior da Fiocruz

Integrantes do conselho na sala onde aconteceu a reunião

15/05/2019

Por: Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)

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A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, reuniu o Conselho Superior (CS) da Fiocruz, na última segunda-feira (13/5), órgão consultivo composto por representantes da sociedade civil que não pertençam aos quadros da instituição. O objetivo era apresentar as prioridades de sua gestão para os próximos meses, que culminarão com as comemorações dos 120 anos da instituição, em maio de 2020. A presidente comentou também os êxitos recentes da instituição e reforçou que a C&T&I precisam estar a serviço da vida, mantendo o vínculo do conhecimento com as demandas atuais e futuras da sociedade brasileira.

“É extremamente importante que fortaleçamos a Fiocruz na articulação de um sistema de C&T&I em dimensões regional, nacional e global. Para isso, é necessário transformar o potencial prospectivo do sistema Fiocruz em políticas institucionais que sirvam à ciência e à tecnologia e ao SUS. No caso desse último, temos que nos empenhar para garantir o acesso universal e enfrentar os desafios da tripla carga de doenças”, disse a presidente, ressaltando que a Fiocruz está a serviço da vida.

Nísia enfatizou que a Fiocruz deve estar preparada para a Quarta Revolução Tecnológica, que será a da conectividade em grande escala, com Big Data, inteligência artificial e saúde pública de precisão. Ela também citou, entre os desafios, o da educação permanente, que significa qualificar e preparar as pessoas para os processos de transformação verificados na sociedade. Para a presidente, outro desafio importante é o do desenvolvimento sustentável, em relação ao qual a Fundação criou uma instância para cuidar da Agenda 2030 no âmbito institucional.

“Também está entre nossas prioridades a atuação da Fiocruz no fortalecimento de um Complexo Econômico e Industrial da Saúde que seja dinâmico e inovador e a serviço do SUS. Esse reforço contribuirá decisivamente para a redução das assimetrias territoriais e regionais, nacionais e globais numa sociedade inclusiva e voltada para o cidadão, que tenha a democracia como valor e modelo de gestão”, observou a presidente, que afirmou que a aprovação e consolidação de um novo modelo de indução ao desenvolvimento tecnológico e à inovação em saúde (Inova Fiocruz) fortalece a transferência do conhecimento gerado para a sociedade.

Na área da educação em saúde, Nísia disse que os objetivos são investir em formação nas áreas estratégicas do SUS, como Atenção Básica, Vigilância em Saúde, Gestão do SUS e Saúde da Mulher, da Criança e do Idoso. Ela listou ainda os fortalecimentos da UnaSUS e do Programa de Saúde nas Fronteiras.

A presidente afirmou que na área de Vigilância em Saúde e Emergências Sanitárias foi criado um Grupo de Resposta Rápida e Coordenada às Emergências em Saúde, para apoio ao Ministério da Saúde e gestores do SUS e recordou a atuação estratégica da Fundação visando o controle da epidemia de febre amarela. Aos conselheiros, ela sugeriu uma visita ao Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), o maior banco de dados em Saúde Pública do mundo.

Sobre o World Mosquito Program – Wolbachia, Nísia disse que o cronograma prevê a conclusão em áreas atuais do Rio de Janeiro e de Niterói em dezembro deste ano. “Temos um planejamento já iniciado para Campo Grande, com liberações de mosquitos previstas para o segundo semestre de 2019. Em Petrolina (PE), o início das atividades está previsto também para o segundo semestre deste ano. E em Belo Horizonte está previsto para o primeiro semestre de 2020”.

Nísia comentou a participação da Fiocruz na Conferência Global sobre Atenção Primária em Saúde, realizada em Astana, no Cazaquistão, no Consórcio internacional ZIKAction, financiado pela União Europeia e por meio do qual se pretende estabelecer uma rede na América Latina e no Caribe para pesquisar o vírus. Ela também abordou o início da parceria, com a Marinha do Brasil, para pesquisas na Antártica. “Outra importante atuação internacional ocorre em Moçambique, onde a fábrica de medicamentos antirretrovirais que ajudamos a montar está funcionando. Também lá estamos contribuindo na formação de recursos humanos”.

A presidente detalhou para os conselheiros algumas iniciativas de grande impacto, como o desenvolvimento de novos medicamentos (para doença de Chagas, malária e tuberculose) e vacinas (contra sarampo, rubéola, esquistossomose, meningite, febre amarela) e as 27 PDPs em andamento. Ela discorreu também sobre o Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (Cibs), atualmente o maior investimento do país em biotecnologia e que aumentará a capacidade atual de 20 milhões para 120 milhões de frascos de vacinas e biofármacos por ano.

Ao final de sua intervenção inicial, Nísia apresentou aos membros do Conselho Superior os mecanismos de aperfeiçoamento de gestão e transparência e o calendário de atividades para o aniversário da Fiocruz, que será comemorado na semana de 27 a 31 de maio. A semana será encerrada com o lançamento do projeto dos 120 anos da Fiocruz e a posse da Comissão de Honra do evento.

O primeiro conselheiro a intervir foi o presidente do Conselho Nacional do Sesi, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira. Ele propôs uma parceria que reúna os jovens que participam do programa Inova Fiocruz nos cursos do Sistema Sesi/Senai. Em seguida interveio o professor José Eduardo Cassiolato, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em economia, indústria e sistemas de inovação. Ele sugeriu a organização, no âmbito das comemorações dos 120 anos da Fiocruz, de um seminário internacional sobre inovação tecnológica e o Complexo Econômico e Industrial da Saúde.

O pesquisador Erney Felício Plessmann de Camargo, professor emérito do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), disse que a Fiocruz precisa estar preparada para os desafios da educação permanente e do ensino a distância. Ele também disse que as mudanças no perfil demográfico do país devem levar a Fundação a dar uma ênfase maior à saúde do idoso. “Fico feliz de ver que a Fiocruz está iniciando uma parceria com a Marinha, para pesquisas na Antártica”, disse Camargo, que atuando pela USP na Amazônia manteve parcerias científicas com o Exército.

Também estiveram presentes à reunião os médicos sanitaristas Gastão Wagner (Abrasco) e Luiz Agusto Facchini (Ufpel), o presidente do Coep-Rede Nacional de Mobilização Social, André Spitz, e o professor do Instituto de Estudos Avançados da USP e ex-reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Naomar de Almeida Filho, todos membros do Conselho Superior. Outros integrantes do CS, como Mauro Junqueira (Conass), Pedro Tauil (UnB) e Márcia Campos (Federação Democrática Internacional de Mulheres), participaram do encontro por webconferência. Depois das intervenções dos participantes externos, integrantes da Presidência da Fiocruz se manifestaram.

O vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional, Mario Moreira, descreveu o projeto do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (Cibs), que está sendo erguido em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele disse que a obra deverá ficar pronta em até quatro anos e estará em plena operação em seis anos. O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde, Marco Krieger, deu mais detalhes sobre a inovação na Fiocruz e os recursos para pesquisa. O coordenador de Ações de Prospecção, Carlos Gadelha, levantou a questão dos impactos sociais trazidos pela transformação tecnológica em curso. Ele acrescentou que a área da Saúde é líder em transferência de tecnologia.

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