26/04/2017
André Costa (CCS) Foto: Divulgação
Os Ministérios da Saúde do Brasil e do Uruguai e a Fiocruz desenvolvem, ao longo de todo ano de 2017, um curso de formação para profissionais de saúde na região de fronteira entre os dois países. O curso, que começou em março e terá oficinas mensais na região das Missões até dezembro, concretiza um esforço de quase dez anos, abordando questões de saúde pública próprias à região fronteiriça.
“A fronteira é fronteira, isto é, algo que está entre, nas margens, em todos os seus aspectos. A presença dos estados na parte de saúde é muito precária”, diz o assessor do Centro de Relações Internacionais da Fiocruz (Cris/Fiocruz) para a América Latina, Álvaro Matida, que coordena a iniciativa pela Fiocruz. “A precariedade dos serviços na região desmascara a inequidade, desigualdade, a fome, miséria e a violência nos dois países. A região reflete a miséria de forma flagrante”, acrescenta.
O curso, que conta com alunos uruguaios e brasileiros, se organiza a partir de três eixos: a) atenção integral e gestão em saúde; b) vigilância em saúde pública; c) educação e promoção da saúde.
No primeiro módulo são analisadas características dos territórios e os sistemas de saúde e atenção de ambos os lados da fronteira. No segundo, o foco recai sobre sistemas de informação em saúde e manejo de bases de dados, com o objetivo de levar à elaboração de estratégias e planos de ação. Em sua parte final, a atenção é para ferramentas que levem à educação permanente em saúde.
Após a edição na fronteira entre Brasil e Uruguai, a previsão é levar o curso a outros países da América do Sul, como o Paraguai. “Os problemas nas fronteiras com outros países são bastante parecidos: violência, miséria, fome. Faz todo o sentido levar o curso para outras regiões da América Latina”, diz Matida.