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Papel da Educação Física em ações promotoras da saúde foi tema de seminário em 11/12


30/12/2015

Por Luiza Gomes - Cooperação Social

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O evento organizado pela Cooperação Social da Presidência da Fiocruz aconteceu em 11/12, no auditório térreo da Ensp, e centralizou o debate sobre o papel social da Educação Física em ações promotoras da saúde e a sua contribuição na proposição de políticas públicas. A mesa foi composta por Giannina do Espirito Santo, Guilherme Pacheco e João Mandarino ambos professores da Unisuam, Augusto César Rosito, professor da Escola Politécnica Joaquim Venâncio, e Alexandre Borba, coordenador do projeto Esporte & Promoção da Saúde, da Coordenadoria de Cooperação Social da Fiocruz.

Alexandre Borba abriu o evento apresentado o objetivo, os temas centrais, a metodologia pretendida e, contextualizando a importância do debate para a reflexão sobre ações no que diz respeito a projetos sociais que articulem a prática de esporte com fins na promoção da saúde e na formulação de políticas setoriais.

Giannina do Espirito Santo iniciou sua exposição apresentando uma construção histórica sobre o conceito e as práticas de promoção da saúde. A professora da Unisuam ressaltou que “toda iniciativa que tenha o objetivo de contribuir para melhoria nas condições de vida de um território deve partir de um olhar atento às suas reais necessidades, a partir da própria população, priorizar um grupo social, compreender a história social daquela localidade, identificar atores sociais que possam contribuir, e, por fim, pactuar parcerias”.

Participação social

Guilherme Pacheco, abordando a concepção da metodologia de ensino participativa, buscou dar ênfase à relação entre o ensino de Educação Física e o desenvolvimento comunitário. “A gente sabe que o esporte é um meio privilegiado de educar e promover a saúde, isso está em todas as cartas e documentos relacionados à Educação Física. E também que pode contribuir para o desenvolvimento social e a cultura da paz”, apontou Pacheco.

“São consensos mundiais e que há evidências disso, é algo que se realiza, mas desconfio que se aconteça menos do que se fale. O esporte é promotor de desenvolvimento social especialmente quando não se limita à perspectiva da entrada do indivíduo no circuito profissional”, defendeu.

A viabilidade orçamentária e as possibilidades de captação de recursos para a realização de projetos esportivos foram temas da exposição de João Mandarino, professor do curso de Educação Física da UNISUAM. Mandarino traçou um panorama sobre fontes de recursos e as legislações de incentivo ao esporte atualmente em vigor, que viabilizam projetos por dedução de impostos devidos.

“Já faz oito anos desde que a Lei de Incentivo ao Esporte foi aprovada, avalizando a renúncia de 400 milhões por ano pelo governo federal, e só agora passamos da metade desse valor nos projetos aprovados. Em 2014, foram apresentados 1.253, menos de mil aprovados, e 316 não tiveram nem análise do mérito. O sistema não impõe nenhuma grande restrição na hora de aprovar os projetos, mas é preciso dar todas as informações que o formulário solicita em boa redação, com clareza”, alertou o professor.

Formação profissional

Em uma exposição de cunho sociológico, acerca da profissionalização do campo da Educação Física e sua relação com a promoção da saúde, Augusto César Rosito (EPSJV) destacou o papel social alienante que a disciplina cumpriu, outrora.

“Nos países europeus, com a revolução industrial a pleno vapor, e a iminência de uma segunda Guerra Mundial, os Estados começaram a formar fisicamente seus cidadãos para a guerra e para a indústria através das práticas corporais nas escolas”, explicou.

Por outro lado, o professor da EPSJV avalia que a profissão sofreu inúmeras transformações, com uma maior autonomia do profissional em relação ao local de trabalho – deixando de ficar restrito ao ambiente escolar -, e uma formação mais sólida no campo das ciências sociais e humanas. “Do meu ponto de vista, pensando nas práticas de promoção da saúde, o profissional de Educação Física é o que melhor consegue fazer a interface entre educação e saúde, por formação. Recebemos uma grande carga de estudos e disciplinas do ponto ligadas à saúde do ponto de vista biológico, quanto do ponto de vista social, pedagógico”, argumentou.

Após as contribuições do público presente, os componentes da mesa responderam às perguntas, e Alexandre Borba, em seus comentários finais, esclareceu sobre algumas particularidades das leis de incentivo. “Na lei Federal, você precisa de uma organização de direito público e/ou privado, sem fins lucrativos, para submeter propostas. Já na lei Estadual, a pessoa física pode inscrever um projeto a partir do seu CPF. Isso não desconsidera a importância do desenvolvimento das parcerias, mas abre porta para o desenvolvimento da sua autonomia”, afirmou.

“É também importante, visto que foi perguntado sobre possibilidades de projeto com portadores de deficiência mental, falar sobre o PRONAS, que é outra fonte de incentivo fiscal que nos permite desenvolver iniciativas com um público que possua algum tipo de enfermidade no ponto de vista técnico”, recordou o organizador do evento.

O evento recebeu inscrições on-line e presenciais, totalizando 56 inscritos. O público interagiu com perguntas para estimular o debate. O áudio completo está disponível no link: https://goo.gl/wJTYTH

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