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IFF/Fiocruz realiza o 2º Seminário Apice On


04/10/2019

Por: Everton Lima (IFF/Fiocruz)

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2º Seminário de Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia, conhecido como Apice On, foi realizado (24/9) no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). O evento teve como objetivo apresentar os avanços e desafios das estratégias implantadas no Instituto, assim como as propostas de desenvolvimento para contemplar as diretrizes do Apice On, visando a qualidade da assistência obstétrica e neonatal.

Apice On foi lançado pelo Ministério da Saúde (MS), em 2017, para fortalecer as ações da Estratégia Rede Cegonha, e tem o IFF/Fiocruz como uma das instituições parceiras. A iniciativa propõe a qualificação de serviços em hospitais que possuem atividades de ensino, nos campos da atenção e cuidado, promovendo ações, como as melhores práticas de cuidado ao parto e nascimento e atenção a mulheres em situações de violência sexual. A gestora da Área de Atenção à Saúde da Gestante do IFF/Fiocruz, Luciana Fillies, informou que o Instituto foi inserido no Apice On em março de 2018 e, agora com um ano e meio do projeto, o objetivo do encontro era de avaliar o trabalho que vem sendo realizado. “Espero que a gente troque bastante experiência”, comentou ela. O gestor da Área de Atenção à Saúde da Gestante do IFF/Fiocruz, José Paulo Pereira Junior, completou. “Que todos possam aproveitar bastante e ter a ideia do processo de construção que levou a realização desse seminário”, disse ele.

Em seguida, a responsável técnica de enfermagem do IFF/Fiocruz, Claudia Alexandre, alegou que o projeto traz a qualificação profissional como um eixo fundamental para melhorar a qualidade e a prestação do cuidado aos pacientes. “Vemos a luta diária dos nossos profissionais para garantir uma assistência especial e o compartilhamento de saberes e olhares”, declarou ela. A coordenadora de Pesquisa do IFF/Fiocruz, Maria Elisabeth Lopes Moreira, afirmou estar orgulhosa de ver o Instituto participando do projeto, para de alguma forma colaborar para a diminuição dos índices de mortalidade materna e neonatal, que vem aumentando. “O programa tem tudo a ver com esse momento específico de saúde global. Esse assunto ainda é um dos grandes problemas de saúde pública no nosso país”, lamentou ela.

Na sequência, a coordenadora de Ensino do IFF/Fiocruz, Martha Moreira, contou que o Apice On é uma iniciativa estratégica e está sendo muito bem acompanhada no Instituto. “O cuidado aos bebês e às mulheres é muito estratégico e deve estar sempre presente em uma agenda prioritária de saúde”, enfatizou ela. A coordenadora de Desenvolvimento Institucional do IFF/Fiocruz, Maria Auxiliadora Mendes Gomes, esclareceu que o Instituto participou da formulação da iniciativa. “É um marco importante e reforça a nossa adesão a uma iniciativa de aprimorar e inovar no cuidado e ensino de obstetrícia e neonatologia, pois esse é o nosso papel, nossa obrigação cotidiana”, avaliou ela.

Com a palavra, a coordenadora de Atenção à Saúde do IFF/Fiocruz, Dolores Vidal, parabenizou a Área da Gestante do Instituto pelo trabalho. “Quero saudar em especial a equipe de enfermagem que acolheu de maneira mais orgânica a proposta do Apice On e tem se empenhado cotidianamente para melhoria do cuidado e da atenção ao parto e nascimento”, observou ela. O diretor do IFF/Fiocruz, Fábio Russomano, enviou um depoimento por vídeo e frisou que por melhor que seja o cuidado prestado sempre há espaço para o aprimoramento. “Além de ser uma oportunidade de aprimoramento de uma forma geral, aderir a essa iniciativa é também um meio para trazer a enfermagem obstétrica para o cuidado direto da gestante em trabalho de parto durante e após o nascimento do bebê, pois essa sempre foi uma meta da atual gestão aliada as melhores práticas internacionais”, analisou ele.

Para encerrar a mesa de abertura, a supervisora do Apice On na Região Sudeste, Sonia Lievori, falou que colocar o processo de trabalho em análise não é tarefa fácil. “É preciso algumas paradas estratégicas para colocar em discussão processos que muitas vezes se tornam invisíveis. O cotidiano nos consome de uma tal forma que vamos naturalizando movimentos que precisam ser refletidos”, finalizou ela.

Dando continuidade, a enfermeira do IFF/Fiocruz Aricele Ferreira dos Santos apresentou os Avanços e Desafios da Implantação do Projeto Apice on no Instituto. Logo no início, fez questão de agradecer o empenho dos profissionais e residentes envolvidos no processo. “Esse momento de reflexão e compartilhamento revigora. Ainda temos muito para caminhar, mas quando olhamos o ponto de onde saímos vemos que está dando certo”, refletiu ela, que disse que vivemos um “paradoxo perinatal”, pois a maioria das mulheres têm acesso ao pré-natal, mas as taxas de morbimortalidade perinatal e infantil continuam elevadas. “Melhoramos o acesso ao serviço de saúde, porém ainda temos dificuldade em fazer a diferença nesses desfechos”, atentou ela.

A enfermeira esclareceu que o Apice On tem a finalidade de mudar a forma como se ensina e aprende e busca profissionais que saibam trabalhar em equipe multidisciplinar para compartilhar conhecimentos. “O foco do projeto é trabalhar a formação para melhorar como esses futuros profissionais vão exercer suas atividades. E quem vai formar esses novos profissionais são os antigos, que precisam repensar a sua forma de assistir”, pontuou ela, que destacou como avanço no IFF/Fiocruz, o Grupo Estratégico Local (GEL), pela frequência das reuniões, que são quinzenais, por ser um espaço coletivo para discussão das melhorias e entraves do processo, além de promover a incorporação de ferramentas de diagnóstico, análise, planejamento e avaliação. Outro ponto citado como avanço, foi o desenvolvimento de um grupo de trabalho para promover a sensibilização e organização do atendimento a mulheres em situação de violência, assim como o acompanhamento da usuária e a capacitação da equipe multiprofissional. “O acolhimento e a orientação profissional deve ser livre de julgamentos e valores morais, garantindo privacidade e respeito para a redução do constrangimento e repetição da história”, explicou ela. Como desafios, Aricele também listou o GEL, devido a dificuldade em reunir toda a equipe, e não somente os gestores, e a análise dos indicadores.

A seguir, Luciana Fillies abordou sobre as Boas Práticas de Assistência ao Parto e Nascimento para a melhoria da atenção perinatal, e contou que estão colocando em prática no Instituto ações como o Protocolo de Cirurgia Segura e o contato pele a pele na primeira hora de vida que, de acordo com a enfermeira, já foi possível ver uma melhora nos indicadores, além da capacitação e instrumentalização dos profissionais de enfermagem. “Também fazemos uso de tecnologias não invasivas para alívio da dor e práticas integrativas e complementares de saúde, como a auriculoterapia e a cromoterapia, que são ofertadas para as mulheres em trabalho de parto, mesmo em casos de alto risco”, informou ela, que concluiu a apresentação citando os desafios da atuação da enfermagem obstétrica no Instituto: assistência direta ao parto de risco habitual; oportunizar a atuação das residentes de enfermagem obstétrica na assistência direta ao parto; ampliar a oferta de práticas integrativas na assistência ao parto de risco; e implementação do Plano de Parto.

Durante o evento, outros temas foram debatidos, como Portal de Boas Práticas como instrumento de capacitação profissional, com Maria Auxiliadora Mendes Gomes, e Hemorragia Pós-Parto, que está entre as principais causas de óbito materno no Brasil e no mundo, com o obstetra do Hospital Sofia Feldman  João Batista. O obstetra falou sobre o protocolo de prevenção e manejo da hemorragia obstétrica, instrumentalizando a equipe médica e de enfermagem no cuidado às mulheres durante o trabalho de parto e puerpério.

Saiba como foi o 1º Seminário Apice On.

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