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Acidentes de trabalho no Brasil e em Portugal é tema do Ceensp (14/3)


12/03/2018

Fonte: Ensp/Fiocruz

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O Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcelos da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) retomará suas sessões em 2018 debatendo a realidade, as trajetórias e os desafios dos acidentes de trabalho no Brasil e em Portugal. Para debater o tema, a atividade contará com a participação de Marianne Lacomblez, da Universidade do Porto, Marcelo Figueiredo, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Jorge Machado, da Diretoria Regional de Brasília da Fiocruz. Marcado para a próxima quarta-feira, 14 de março, o Ceensp será coordenado pelas pesquisadoras do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Ensp), Simone Oliveira e Ana Maria Cheble Braga. De acordo com Simone, o objetivo do encontro é discutir a temática do acidente de trabalho enfocando as dimensões tecnológica, organizacional, interinstitucional e subjetiva. O Ceensp está marcado para às 13h30 horas, no salão Internacional da Ensp, e não necessita de inscrição prévia.

Marianne Lacomblez, professora da Universidade do Porto, participa de uma grande pesquisa em Portugal sobre o retorno ao trabalho e falará sobre o estudo em sua apresentação. O projeto avalia o modo como os acidentados tendem a se relacionar, na prática, com a complexidade do dispositivo jurídico-institucional previsto formalmente para garantir seus direitos. Segundo Simone, a questão do regresso ao trabalho após acidente, se insere em uma análise que não pode deixar de considerar o que caracterizou a situação na qual o acidente aconteceu. “Essa análise se estende à compreensão do processo, posterior, de reconhecimento e compensação dos danos sucedidos na integridade física e mental do trabalhador. Desta forma, se revelam as desigualdades preocupantes, que reforçam, em muitos casos, as vulnerabilidades anteriores, seja em função do género, da idade, do nível de escolaridade, do setor de atividade ou da situação laboral”, explicou a coordenadora do Ceensp.

Marcelo Figueiredo, professor de Engenharia de Produção da UFF fará suas reflexões a partir do acidente com a plataforma P-36, ocorrido em 15 de março de 2001. De acordo com Simone, esse acidente é um daqueles eventos que integra a galeria dos grandes desastres internacionais da indústria do petróleo, e resultou em 11 mortes, perda total da unidade, cuja produção a plena carga seria de 180.000 barris por dia, e um prejuízo estimado em um bilhão de reais. “O salto tecnológico auferido pela Petrobras àquela altura contrastava com a sucessão de sinistros graves, expondo as lacunas da empresa no campo da saúde, segurança e meio ambiente”, expôs ela.

Jorge Machado, da Diretoria Regional de Brasília da Fiocruz, centrará sua fala na perspectiva de pensar ações para a Vigilância de Saúde do Trabalhador. Para tal, apresentará um panorama dos acidentes de trabalho no Brasil, que revelam uma cadeia de vulnerabilização, pois os acidentes vitimam os trabalhadores desqualificados, pior remunerados, que não têm vínculo formal de trabalho e são terceirizados, por isso, menos protegidos pela ação sindical.  “A ausência de medidas interinstitucionais aliada a fragilidade do movimento sindical na busca da superação desses impasses é um desafio para a promoção de ações e políticas do campo da Saúde do Trabalhador”, destacou a coordenadora.

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