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Estudo revela desafios do cuidado na pós-epidemia de zika


24/01/2023

Suely Amarante (IFF/Fiocruz)

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Uma pesquisa ​​​​​​do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) teve como objetivo analisar as condições de vida atuais de famílias e o acesso de crianças a políticas públicas intersetoriais após a epidemia de zika no Brasil. O estudo visa contribuir para o fortalecimento do acesso à rede intersetorial de atendimento e para a qualificação dessa rede no que tange às necessidades de crianças com condições crônicas de saúde e deficiências, e suas famílias. Intitulada Intersetorialidade, políticas públicas e tessituras do cuidado na pós-epidemia do vírus zika, a pesquisa foi uma das contempladas pelo Programa de Incentivo à Pesquisa (PIP III) do IFF/Fiocruz.

“Do ponto de vista da pesquisa stricto sensu, o estudo buscou analisar o acesso às políticas públicas pelas crianças acometidas pelo vírus zika, para assim identificar, na trajetória de suas famílias, sobretudo em relação à rede intersetorial de atendimento, os elementos que fortalecem ou dificultam o acesso a bens e serviços públicos pelas crianças com condições crônicas de saúde e/ou deficiências em geral”, explicou a assistente social do IFF/Fiocruz e coordenadora da pesquisa, Alessandra Mendes.

Dentre os elementos positivos identificados pela pesquisa, destacou-se o acesso à política de assistência social. “90.2% possuíam cadastro único para acesso a programas e benefícios socioassistenciais e 95% das crianças elegíveis (isto é, que atendiam aos critérios do benefício) recebiam o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Sobre o acesso das famílias a informações sobre direitos e saúde das crianças, 73% das famílias avaliaram possuir um bom conhecimento sobre a saúde da criança e, nos dois casos, os profissionais do Instituto figuravam como principal fonte de informações - tanto sobre saúde quanto sobre direitos e benefícios - para cerca de 95% das famílias em ambos os casos”, enfatizou Alessandra.

Na perspectiva da atenção à saúde, ao mesmo tempo em que se buscou intervir sobre as dificuldades identificadas no acesso às políticas públicas, o projeto buscou fortalecer a articulação da rede intersetorial, por meio do Fórum de Intersetorialidade e Cuidado a Crianças com Condições Crônicas de Saúde / Zika.

A pesquisa produziu ainda material educativo (audiovisual) voltado para a devolução dos resultados da pesquisa aos participantes e sociedade em geral, buscando contribuir para a visibilidade das demandas das crianças e famílias. Além disso, houve a publicação pela editora Hucitec da coletânea de artigos Pesquisa, ensino e atenção à saúde da criança e do adolescente em tempos de emergências em saúde pública: do zika vírus à Covid-19”.

Ao final do projeto, “espera-se ter contribuído para o fortalecimento dos laços entre os diferentes sujeitos que compõem a rede intersetorial de atendimento, possibilitando o diálogo, a identificação de nós críticos e a construção de propostas de fortalecimento do cuidado e acesso a direitos de crianças com condições crônicas de saúde”, comentou Alessandra.

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