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Ciência Aberta: Para formular sua política, Fiocruz intensifica o debate sobre gestão e abertura de dados de pesquisa


24/06/2019

Por Valentina Leite e Flávia Lobato (Portal de Periódicos Fiocruz)

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Atenta às transformações estruturais no panorama mundial da pesquisa, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) acaba de abrir uma consulta interna para construir coletivamente diretrizes em ciência aberta que estejam alinhadas à sua missão institucional: promover a saúde e o desenvolvimento social. De 17 de junho a 9 de agosto, toda a comunidade está sendo convidada a contribuir com o Termo de Referência: Gestão e Abertura de Dados para Pesquisa. O objetivo é debater as questões relacionadas a este novo contexto, a fim de estabelecer as diretrizes que vão orientar, capacitar e salvaguardar seus colaboradores.

O movimento global por ciência aberta envolve investimentos de governos e de outros agentes que financiam a pesquisa, as políticas públicas, questões editoriais e de autoria, a forma de comunicar os resultados à sociedade, e a participação cidadã. Trata-se de um novo ecossistema de pesquisa orientado pela colaboração, otimização de recursos e mais transparência quanto a investimentos e resultados. As revistas científicas são uma parte importante deste processo. Embasando este debate, o Portal de Periódicos Fiocruz traz dois artigos relacionados ao tema, publicados na Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (Reciis). E ainda: a fim de ampliar os conhecimentos do seu público, destaca os cursos da Formação Modular em Ciência Aberta.

Artigos destacam novos paradigmas da ciência e publicações líquidas

Atualmente, a adoção de práticas ligadas à ciência aberta tem provocado um forte impacto na forma como os pesquisadores desenvolvem e comunicam o desenvolvimento de suas pesquisas.

No artigo Cadernos abertos de laboratório e publicações líquidas: novas tecnologias literárias para uma ciência aberta, os autores defendem que os cadernos de laboratório não são uma melhoria incremental. Segundo eles, trata-se de uma nova “tecnologia literária” para um novo modo de produzir e comunicar ciência. Essa tecnologia dialoga com a noção de publicação líquida e é um elemento estratégico de um ecossistema de colaboração aberta que pretende, entre outras coisas, substituir uma “ciência baseada na confiança” por uma ciência fundamentada na transparência e na proveniência dos dados. Articulada com novas tecnologias materiais e sociais, fomenta uma cultura que valoriza, principalmente, a habilidade dos cientistas em documentar adequadamente os experimentos que subsidiam suas afirmações.

Já o artigo Comunicação científica sob o espectro da Ciência Aberta: um modelo conceitual contemporâneo aborda o uso de modernas tecnologias de informação e comunicação para coleta, tratamento e análise de dados — o que autores como Tim Gray chamam de quarto paradigma da ciência, ou eScience. Sob o espectro dos conceitos relativos à Ciência Aberta, o trabalho demonstra que as práticas de comunicação científica descritas por modelos convencionais, como o de Garvey e Griffith (1979) e o idealizado por Hurd (2000), servem de base para a análise da comunicação científica contemporânea, porém necessitam ser adaptados à realidade atual.

Saiba mais: Propriedade intelectual aplicada à ciência aberta é tema de curso da Fiocruz

Nesse contexto de ampliação de conhecimentos, destacamos a Formação Modular em Ciência Aberta, desenvolvida pela Fiocruz. Recentemente, foi lançada segunda série de cursos, que trata justamente da relação entre abertura de dados e marcos legais nacionais. O curso Propriedade intelectual aplicada à ciência aberta já com inscrições abertas. Os participantes poderão aprender e refletir sobre temas como: propriedade intelectual, direitos autorais, direito de acesso à informação e proteção de dados pessoais. 

Bethânia Almeida, do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/ Fiocruz Bahia) coordena esta segunda série de cursos. Ela comenta a importância de fornecer elementos que pautem esta agenda. “A Fiocruz está debatendo junto à comunidade acadêmico-científica a formulação de sua política de ciência aberta. É nosso papel estimular a reflexão crítica, oferecendo informações sobre este contexto tão atual. O objetivo central é debater as relações entre os marcos legais nacionais, a abertura e o compartilhamento de dados para pesquisa na perspectiva da ciência aberta”, diz.

Após um total de 15 aulas, os alunos saberão tanto sobre direito autoral quanto sobre aspectos relacionados à autoria e à propriedade industrial e características de patentes, quando se trata da abertura de dados. Até o final de 2019, a Fiocruz oferecerá quatro séries desta formação, num total de oito cursos. Até agora, já foram lançados os cursos O que é ciência aberta? e Panorama histórico da ciência aberta, ambos da série 1.

Saiba mais sobre o curso e a Formação Modular em Ciência Aberta aqui.

Para contribuir com o debate, acesse o guia que explica o processo de consulta interna e participe!

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