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Pré-Conferência livre “Mulheres de Manguinhos” discute políticas para mulheres


02/09/2015

Por Luiza Gomes / Cooperação Social

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A Organização Mulheres de Atitude (OMA) realiza, na quarta-feira (2/9),  a Pré-Conferência Livre “Mulheres de Manguinhos” com moradoras e trabalhadoras da região, no auditório do colégio Luís Carlos da Vila, no próprio bairro. O evento antecipa o debate sobre políticas públicas voltadas para o público feminino, organizando as demandas locais para que sejam incluídas na pauta da Conferência Municipal de Políticas para Mulheres, que acontecerá nos dias 11 e 12 de setembro. O evento contará com apoio da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz e da Casa da Mulher de Manguinhos.

O encontro livre trabalha sobre os mesmos eixos temáticos previstos para a Conferência Municipal, sendo eles: I – Contribuição aos conselhos de direitos da mulher e dos movimentos feministas e de mulheres para efetivação da igualdade de direitos e oportunidades; II – Estruturas institucionais e políticas públicas desenvolvidas para mulheres no âmbito municipal, estadual e federal: avanços e desafios; II – Sistema político com participação das mulheres e igualdade; IV – Sistema Nacional de Política para as mulheres.

Uma das principais diferenças entre a Conferência Livre que acontece amanhã e a prevista no processo conferencial, definido pelo Conselho Nacional, é o recorte territorial, de acordo com Rejany Ferreira, membro da OMA e da Cooperação Social. Segundo ela, o tipo de demanda levantado por mulheres moradoras do território de Manguinhos tem as suas particularidades.

Gênero, etnia, território e os determinantes sociais da saúde

 “As questões com que convivem as mulheres que vivem em territórios socialmente vulnerabilizados em seu dia-a-dia nas favelas é diferente das mulheres de Copacabana, por exemplo. Elas se relacionam com a cidade de forma diferente. Quando essas mulheres, moradoras de favelas, sofrem agressão física, em sua maioria, não se dirigem à delegacia, não se separam porque não têm para onde ir com seus filhos e parentes, necessitam do serviço público de saúde, assistência social, e educação que nem sempre atendem às suas necessidades”, argumentou.

Para enfrentar essa realidade de contingências e precariedades nos serviços públicos de assistência social e saúde, ela relembra a importância de eventos como esse e como o seminário do Dia Internacional da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha, realizado em 23 de junho, pelo Comitê de Gênero e Etnia da Fiocruz. “Ambos trazem o debate sobre o lugar da mulher negra na sociedade brasileira. A maioria é moradora de favelas e sofre diuturnamente com os determinantes sociais da saúde: más condições de saneamento, de acesso a transporte, à atendimento médico, segurança, lazer, e tudo o mais”, explicou.

“Os seminários e conferências que desenvolvem essa temática contribuem para construção de políticas públicas que alcancem a complexidade de modos de vida tal como existem na diversidade geopolítica, segundo as múltiplas variações sexo/gênero, étnico-racial”, encerrou Rejany Ferreira.

Coordenador da Cooperação Social da Presidência, José Leonídio Madureira Sousa Santos, concorda, e reafirma a importância da unidade incentivar mecanismos de participação social tanto na fase de elaboração das políticas públicas, quanto na fase de acompanhamento de sua implantação, para a saúde dos territórios. “A construção da política pública é um processo de disputa e, no modelo de democracia participativa do nosso país, é possível ter parte nele desde o “local”, dos bairros e distritos. É importante destacar que, para além da aprovação no processo conferencial de proposta de políticas para mulheres, se faz necessário também manter a mobilização para garantir a sua implantação e  o efetivo controle social”, destacou.

Programação

Na mesa de abertura, participam Patrícia Evangelista, da Organização Mulheres de Atitude (OMA), Suellen Araujo, representante da Casa da Mulher Trabalhadora (Camtra), e Adriana Motta, da Sub-secretaria de Políticas para Mulheres da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos.

Após a mesa de abertura, serão feitas as inscrições das participantes de acordo com os eixos temáticos. Os grupos formados serão encaminhados para salas, acompanhados, cada um, de uma relatora e uma provocadora do debate. Após o término dessa fase, os grupos retornam à plenária com as proposições construídas coletivamente. As propostas elaboradas durante a pré-Conferência livre serão apresentadas durante a Conferência Municipal por representantes da OMA.

Durante a Conferência Municipal, uma delegada será eleita para representar os interesses da cidade na Conferência Estadual, e, desta, uma nova representante será escolhida para a Conferência Nacional, que será realizada em 2016. 

Serviço:

Pré-Conferência Livre de Mulheres em Manguinhos
Data: Quarta-feira, 2 de setembro, das 17h às 20h30,
Local: Auditório do colégio Luís Carlos da Vila,
Endereço: Avenida Dom Hélder Câmara, 1184 – Manguinhos.

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