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Manguinhos terá festival em defesa de espaços culturais e de cidadania

Ocupação da Casa da Mulher feita em 2016

23/03/2017

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Por: Ana Cláudia Silva (Estagiária de jornalismo da Coordenação de Cooperação Social da Fiocruz)

Manguinhos recebe neste sábado (25/3) a segunda edição do sábado cultural Eu Só Quero É Ser Feliz em Defesa da Cultura da Favela Onde Nasci. Fruto de ampla articulação de coletivos e organizações de base comunitária, o festival reivindica a criação de uma agenda compartilhada entre atores culturais do território e agentes públicos visando “o fim da violação do direito ao acesso à cultura e à educação” no local. Ainda que de forma festiva, o ato tem o objetivo de pressionar as secretarias responsáveis pelos equipamentos públicos desativados ou operando com contingências no bairro para uma gestão mais democrática desses espaços. As atividades acontecerão no Centro Cívico de Manguinhos, localizado na Avenida Dom Hélder Câmara, 1184, a partir das 10h, e contam com apoio da Cooperação Social da Fiocruz, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc), do Museu da Vida (Casa de Oswaldo Cruz) e do projeto Kombi#55.

A primeira edição do sábado cultural Eu Só Quero É Ser Feliz aconteceu em 2016 (Foto: Cooperação Social da Fiocruz)

Desde dezembro do ano passado, a Biblioteca Parque de Manguinhos está funcionando com uma pequena parte do quadro de funcionários e em regime de escala. Ela, que foi a primeira biblioteca parque do país, corre o risco de fechar as portas já que a administração do espaço ainda não obteve a normalização dos pagamentos. O Colégio Estadual Luis Carlos da Vila, construído para ser modelo de ensino, sofre com depredação e frequentes furtos. Por iniciativa de alunos e familiares, às 8h30 do mesmo dia será feito um mutirão para realização de pequenos reparos e pintura de salas de aula do Colégio Luis Carlos da Vila.

De acordo com os organizadores, a Casa da Mulher – que dispunha de serviços especializados de assistência a casos de violência de gênero - está abandonada há quase dois anos e o espaço onde funcionava foi invadido e saqueado. O equipamento era gerido pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (Seasdh/RJ). Sobre o referido desmonte dos equipamentos, o jornal comunitário Fala Manguinhos! publicou uma reportagem em fevereiro sobre o assunto e pode ser lido no site do jornal.

 “Os equipamentos chegaram em 2009 e em menos de uma década há um total sucateamento e precarização dos serviços”, destaca Flora Tarumim, colaboradora do Ecomuseu de Manguinhos/REDECCAP. “Uma das perspectivas da organização do ato é pressionar uma agenda com a secretarias responsáveis pelos equipamentos e cobrar soluções para eles”, explica.

O evento começa às 10h com oficina de cartazes e a pintura da Casa da Mulher por grafiteiras de Manguinhos e adjacências. A partir das 14h, cortejos sairão das comunidades de Vila Turismo, Mandela 2 e Arará e se encontrarão no Centro Cívico de Manguinhos onde estão previstas as demais atividades do evento.  Grupos de choro, funk, rock, samba e hip hop farão apresentações. Atrações como peças teatrais e dança também integram a grade de programação. Ao longo do dia, organizações e coletivos farão intervenções ao microfone salientando a importância de políticas públicas culturais para Manguinhos. No encerramento, acontecerá uma "Batalha do Conhecimento" – disputa de rimas improvisadas - com a juventude da região sobre os temas cultura, saúde e arte.

Leonardo Bueno, da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz e um dos proponentes da pauta da Saúde e Segurança Pública na agenda institucional da fundação, explica que o ato não tem o objetivo único de definir soluções pontuais para os problemas colocados.  “O objetivo não é somente denunciar a situação de abandono e precarização da escola e biblioteca, mas sobretudo buscar estabelecer meios para que o diálogo entre a os agentes culturais populares e as secretarias de estado seja uma constante.”

O ato é promovido por atores sociais que se reúnem no Conselho Comunitário de Manguinhos, na Comissão Contra a Violência, Agenda Ser Criança, Comissão em Defesa do Abrigo Cristo Redentor e contam com a participação de conselheiros do Conselho Gestor Intersetorial (CGI-TEIAS) e das seguintes organizações e coletivos: REDECCAP,  Agência Comunitária de Comunicação, Recriando Manguinhos, Associação de Moradores do Samora Machel, Coletivo Pac'Stão, Projeto Marias: como posso ajudar meu filho especial, Associação de Moradores do Parque Oswaldo Cruz, Ballet Manguinhos, CECIP - Projeto Criança Pequena em Foco, Coletivo Experimentalismo Brabo, Grupo Undermob, Grupo Teatral do Parque Carlos Chagas, Igreja São Daniel Profeta, Organização Mulheres de Atitude, e Transforma Manguinhos.

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