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Fiocruz realiza curso de formação para população Trans


15/08/2017

Por: Juana Portugal (INI/Fiocruz)

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O curso TRANSformação, iniciativa que visa aprimorar a formação da população trans em temas relativos à saúde, educação, movimentos sociais, direito e cidadania, está com inscrições abertas até o dia 20 de agosto. Idealizado pela ativista dos direitos trans e assessora parlamentar do Deputado Federal Jean Wyllys, Alessandra Makkeda, o curso foi concretizado graças à parceria entre o Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e AIDS (Lapclin AIDS), do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), e o Laboratório Integrado em Diversidade Sexual e de Gênero, Políticas e Direitos (Lidis), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). “O curso visa aumentar a capacidade de participação política dessa população excluída que, por ter pouco acesso à educação, com problemas graves e específicos, tem prejudicada sua capacidade de pedir ajuda e defender os seus direitos”, afirma Alessandra. A solenidade inaugural será realizada no dia 25 de agosto, às 14h, no Auditório do Pavilhão de Ensino do INI, no campus Manguinhos da Fundação Oswaldo Cruz (Av. Brasil, 4365 – Manguinhos).

“O curso é uma realização importantíssima para o movimento LGBT e para o Rio de Janeiro. É a primeira vez que vejo a formação da nossa militância sendo pensada com a articulação de grandes instituições como a UERJ, uma das mais prestigiadas universidades do Rio e a Fundação Oswaldo Cruz, referência nacional em pesquisas voltadas para população Trans, principalmente em HIV/AIDS, em parceria com o nosso mandato, que contribuirá com a experiência acumulada a partir da nossa atuação política ao longo de dois mandatos no parlamento”, afirmou o Deputado Federal, Jean Wyllys, palestrante da aula magna que dará início às atividades do curso, no dia 25 de agosto, abordando o tema Política, Democracia e Participação Popular. Para Wyllys, a iniciativa é fruto de “uma articulação fundamental de instituições que já vinham fazendo ótimos trabalhos em suas áreas e que agora somam suas forças. Acredito que o produto desta junção de esforços será uma militância que, ao final do curso, estará muito mais preparada para lidar com as nossas questões cotidianas”, destacou.

Público alvo e estrutura do curso
Ministrado em dois encontros semanais ao longo de dois meses, o curso está dividido em três módulos: Política, Democracia e Participação Popular, História do Movimento Trans e LGBT, Ativismo e Academia, e Políticas Públicas de Assistência Social e de Saúde.

O público alvo é constituído por mulheres e homens transexuais, travestis e representantes de outras identidades transgêneras e LGBT com perfil de liderança ou que já venham desenvolvendo trabalhos junto à população trans, ou a outros movimentos populares, geralmente fora do chamado "ativismo organizado e institucionalizado" e que desejam participar de uma formação política. O curso oferece 30 vagas, sendo 20 com direito a um auxílio para transporte e alimentação. Os alunos que completarem a grade receberão o certificado de curso de extensão da UERJ. Pessoas Trans e LGBT que não consigam vagas poderão participar como ouvintes.

Os interessados podem preencher a ficha de inscrição disponível na internet. Mais informações pelo e-mail cursoformacaopoliticatrans@gmail.com.

Centro de Referência em Saúde para a População Trans do INI
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) desenvolve um Centro de Referência em Saúde para a População Trans, com atividades de assistência, prevenção e pesquisa em HIV/AIDS, com contribuição do financiamento recebido através de uma emenda parlamentar do Deputado Federal Jean Wyllys. “O INI tem um envolvimento histórico no trabalho com a população LGBT desde o início dos anos 90 e vemos a implantação do Centro de Referência como uma continuidade”, afirma a Diretora do Instituto, Valdiléa Veloso. “O estigma e a discriminação enfrentados por esse grupo populacional aumentam ainda mais sua vulnerabilidade, criando os mais variados obstáculos no acesso aos cuidados básicos. Ter o centro formalizado em um Instituto de Ensino e Pesquisa na área da Saúde propicia que, além de identificar as necessidades dessa população, também seja feita a capacitação de profissionais do SUS na atenção dessas demandas. Trabalhamos em consonância com a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), constituída pelo Ministério da Saúde em 2011, que orienta o Plano Operativo de Saúde Integral LGBT", conclui.  

O centro desenvolve atividades de educação comunitária em HIV/AIDS, expansão do acesso ao diagnóstico da infecção pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, realização de estudos epidemiológicos, identificação de necessidades de saúde e o estabelecimento de um serviço para atenção à saúde desse segmento da população, com foco nas pessoas que vivem com HIV/AIDS e sob risco de aquisição da infecção pelo HIV.

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