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Acesso aberto: experiência da Universidade do Minho é compartilhada na Fiocruz

Foto do Ricardo Saraiva e participantes do evento

29/04/2015

Por: André Bezerra (Icict/Fiocruz)

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O auditório do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) recebeu, na manhã de terça-feira (28/4), a experiência do repositório institucional da Universidade do Minho, de Portugal, que acaba de completar doze anos de criação. O evento deu início às atividades de intercâmbio entre o RepositoriUM e o ARCA, repositório da Fiocruz, e contou com a presença de pesquisadores e profissionais das áreas de informação e gestão do conhecimento.

“Essa experiência é fundamental para o fortalecimento do repositório ARCA e também para a política de acesso aberto em toda a Fiocruz”, saudou a Vice-Presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Nísia Trindade, ao dar as boas-vindas aos participantes. Além do diálogo produtivo entre as instituições brasileira e portuguesa, a vice-presidente ressaltou a importância da parceria para o fortalecimento de políticas de acesso aberto. “Percebemos que ainda é um movimento muito centrado nos países europeus, com um papel muito importante de Portugal, e é um papel da Fiocruz e de outras instituições brasileiras fazer com que o acesso aberto seja uma política institucional em nosso país”, ressaltou Nísia Trindade.

O palestrante convidado foi o gestor do RepositoriUM, Ricardo Saraiva, que trouxe uma trouxe uma apresentação detalhada sobre a trajetória e a criação da iniciativa. Antes da palestra, em clima descontraído, Nísia Trindade agradeceu a disponibilidade do convidado. “Em trocas de e-mails, o Ricardo foi referido certa vez como o ‘gajo’ do repositório, então, ele é o cara! É a pessoa que reúne mesmo a experiência da gestão”, elogiou.

Saraiva explicou que a noção de acesso aberto ao conhecimento marcou o início da montagem do RepositoriUM. “São dez anos de experiência com acesso aberto ao conhecimento e doze anos de repositório. A partilha, a colaboração, a integração com outros sistemas e instituições, e, um olhar de futuro sobre o que queremos alcançar com esse processo são alguns dos pontos chaves desta apresentação e do percurso do repositório”, destacou.

Desafios e estratégias

“Começamos com uma equipe muito pequena, de duas pessoas. Uma era o próprio diretor de informação e outra era um profissional de tecnologia”, relembrou. Aproveitando oportunidades de fomento governamental voltadas ao estímulo de ações digitais para o conhecimento, a universidade deu início ao repositório visando contribuir para aumentar o impacto da pesquisa de Uminho, preservar a memória intelectual e facilitar a gestão da informação.

Inicialmente, foram grandes os desafios encarados. “Dentre as dificuldades para a adesão dos pesquisadores no início, as principais foram questões de direitos autorais, receios da comunidade científica e também barreiras tecnológicas”, enumerou o gestor. Por isso, diversas estratégias foram experimentadas, como o uso da comunicação para a promoção do repositório dentro e fora da instituição e o desenvolvimento de serviços de valor agregado aos usuários, como a própria interface do repositório.

Contudo, para Saraiva, o que realmente mudou a visão sobre o assunto foi a definição de uma política institucional de acesso aberto. “Foi a grande passagem dentro da universidade. Isso proporcionou uma maior interação com as comunidades de autores”, comentou. Revisada alguns anos depois de seu lançamento, a instituição buscou realizar avaliação e monitoramento constantes sobre sua efetividade.

Uminho obteve reconhecimento internacional por sua atuação na comunidade de defesa do acesso aberto, além de ter sido a primeira a lançar um repositório de língua portuguesa. Atualmente, seus desafios são implementar novas ferramentas tecnológicas relacionadas à gestão da informação e à usabilidade, além do estabelecimento de novas parcerias e conseguir promover uma integração efetiva de seu banco de dados com outras instituições ou sistemas portugueses e internacionais.

Troca de experiências para fortalecimento institucional

De acordo com Ana Maranhão, coordenadora do ARCA, o intercâmbio entre os repositórios acontece depois de um ano da visita técnica realizada na universidade portuguesa. “Decidimos convidá-lo para dividir a experiência com toda a equipe e com toda a Fiocruz”, contou na abertura do seminário. A vinda do convidado foi possível por meio de parceria com o Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos – ReBEC.

Rodrigo Murtinho, Vice-Diretor de Informação e Comunicação do Icict ressaltou a importância do intercâmbio para o fortalecimento institucional. “A Universidade do Minho se tornou uma referência para nós. Sua experiência em relação aos repositórios está muito à frente nesse processo. Ampliar essa relação é fundamental para avançar na política de acesso aberto”, afirmou. Murtinho agradeceu ainda a presença de profissionais da área de informação da Embrapa, que vieram à Fiocruz em visita técnica e participam até o final do evento.

O Intercâmbio RepositoriUM e Arca continua até 30 de abril. Veja a programação.

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